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sábado, 5 de outubro de 2013

Por mensalidade baixa, brasileiro escolhe cursar medicina na Rússia

Por mensalidade baixa, brasileiro escolhe cursar medicina na Rússia

Economia no pagamento da mensalidade de despesas foram determinantes.
Segundo a Aliança Russa, n° de interessados aumentou 40% neste ano.

Anaísa Catucci Do G1 Campinas e Região
Grupo de brasileiros que escolheram cursar a universidade na Rússia (Foto: Marcos Vinícius de Freitas/ Arquivo Pessoal) 
Brasileiros que escolheram fazer o curso no exterior (Foto: Marcos Freitas/ Arquivo Pessoal)
 
Apesar da polêmica sobre a revalidação do diploma de médicos formados em instituições estrangeiras para atuar em programas do governo federal como o "Mais Médicos", dezenas de estudantes deixam o Brasil para cursar medicina na Rússia, a 11 mil quilômetros de distância e que tem temperatura média anual de 5ºC .
A experiência cultural e a concorrência nas instituições públicas são alguns pontos levados em consideração na escolha. No entanto, o chamariz que tem atraído alunos de classe média é o preço cobrado pelo curso, com uma mensalidade que equivale a R$ 920, valor inferior aos cobrados pelas faculdades particulares, que dificilmente cobram mensalidades menores do que R$ 2,7 mil.

Depois de analisar os valores, o estudante de Campinas (SP) Marcos Vinícius de Freitas resolveu encarar o desafio, enfrentar ao menos seis anos de invernos rigorosos e as dificuldades do idioma para realizar o sonho de ser médico.  “Medicina sempre foi um sonho pra mim. Somando mensalidades, custo de vida, eu vou ter uma economia de 300% se comparar os gastos até a conclusão do curso em universidades particulares de Campinas”, revela. Para ajudar nas despesas, Freitas contará com o apoio financeiro da família, que ficou no interior paulista.

O curso de Medicina na Universidade Estatal Médica de Kursk, que fica a 500 km de Moscou, custa  US$ 2.450, em torno de R$ 5,5 mil, por semestre e é cobrada uma taxa para a reserva de alojamento, também semestral.

Segundo dados da Aliança Russa, o número de interessados pelo curso nas seleções feitas entre abril e setembro deste ano aumentou em 40% se comparado com o mesmo período de 2012, mas são selecionados de 80 a 100 estudantes. Com a conclusão do curso, o profissional também adquire o passe livre para trabalhar em toda a Europa. No caso de Freitas, a ideia é fazer uma especialização no exterior antes do retorno.

Família de Marcos no aeroporto durante o embarque para a Rússia (Foto: Marcos Vinícius de Freitas/ Arquivo Pessoal) 
Família de Marcos no aeroporto no embarque para a Rússia (Foto: Marcos de Freitas/ Arquivo Pessoal)
 
Plano de estudos
Antes de iniciar o curso de graduação, os brasileiros fazem a Faculdade Preparatória e terão aulas de Ciências Biológicas em inglês, que integra o processo de adaptação à metodologia russa para praticarem o idioma oficial das aulas. A grade curricular é padrão em toda a Rússia e têm mais de 11 mil horas, sendo que a carga mínima aceita no Brasil é de 7.350 horas. A oferta de vagas para os brasileiros ocorrem de abril a outubro.

A aventura também tem suas barreiras afirma Freitas, como o preconceito, a distância da família e dos amigos. “Acho que todo mundo tem um preço a pagar para alcançar seus sonhos. Enquanto isso, só nos resta a internet mesmo para matar a saudade”, desabafa.
Atrativos
Segundo Carolina Perecini, diretora da Aliança Russa, o interesse do governo da Rússia é atrair brasileiros para apresentar a cultura. O Brasil é o único país da América Latina para o qual vagas do programa são oferecidas. A triagem dos alunos é feita por meio de currículo, notas escolares e análises de perfis com entrevistas com os interessados e os responsáveis.

Revalida
Para quem busca concluir o sonho e trabalhar no país, após superar as adversidades do período de aulas, o profissional ainda terá que revalidar o diploma para exercer a profissão. Segundo a Aliança Russa, dos três alunos formados em 2012, dois ficaram na Rússia fazendo residência médica e um fez a inscrição neste ano e passou na primeira fase. Dos 11 formados em 2013, todos estão trabalhando no programa “Mais Médicos”.

Marcos Vinícius embarcou para a Rússia após avaliar os custos e os atrativos de fazer medicina  (Foto: Marcos Vinícius de Freitas/ Arquivo Pessoal)Marcos com duas amigas que irão fazer medicina na Rússia (Foto: Marcos de Freitas/ Arquivo Pessoal)
 
Fonte: G1.com

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