Prejuízo de ocupação na USP pode passar de R$ 1 milhão, diz reitor
Auditoria, porém, só deve terminar na próxima semana, segundo a USP.
Alunos ocuparam Reitoria durante 42 dias e foram retirados na terça.
Eles chegaram a passar a noite na delegacia e foram levados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) da Penitenciária de Osasco, na Grande São Paulo. Na tarde da quarta-feira (13), a Justiça aceitou o pedido de relaxamento de prisão feito pela defesa dos dois jovens e eles foram soltos por volta das 18h30.
Aluno da USP durante transferência para CDP. (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão
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Diretores criticam prisão
A prisão dos estudantes foi criticada nesta tarde em nota conjunta das diretorias das faculdades de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e da de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Elas manifestaram “preocupação com a prisão, em circunstâncias ainda não satisfatoriamente esclarecidas” dos estudantes (veja íntegra abaixo).
CRONOLOGIA DA OCUPAÇÃO NA USP |
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1º de outubro: Após tentarem entrar na sala da
reunião do Conselho Universitário que votou por mudanças no processo
eleitoral da USP, estudantes decidem ocupar o prédio onde fica a Reitoria |
3 de outubro: Reitoria da USP pede na Justiça a reintegração de posse do prédio |
8 de outubro: Tribunal de Justiça de SP promove reunião entre estudantes e Reitoria, mas ela acaba sem acordo |
9 de outubro: Justiça indefere o pedido de reintegração de posse feito pela USP |
15 de outubro: o TJ-SP concede 60 dias para que alunos negociem a saída do prédio |
18 de outubro: Estudantes em greve bloqueam entrada principal do campus da Cidade Universitária |
23 de outubro: Deputados estaduais visitam a Reitoria ocupada |
29 de outubro: Novo protesto de estudantes volta a bloquear a entrada do campus |
31 de outubro: Reitoria entrega aos estudantes
proposta de acordo que inclui a convocação de uma estatuinte para
reformar o estatuto da USP, incluindo o debate sobre eleições diretas
para reitor |
4 de novembro: TJ-SP aceita novo pedido de reintegração de posse feito pelo reitor |
5 de novembro: DCE Livre da USP entra com recurso contra o mandado judicial |
6 de novembro: Justiça notifica estudantes da
decisão; a comissão da Reitoria entrega nova proposta aos representantes
dos alunos, dessa vez sem citar a estatuinte; em assembleia, mais de
1.200 estudantes rechaçam a proposta e ocupação é mantida |
7 de novembro: Após uma noite de vigília na Reitoria, estudantes voltam a se reunir com os negociadores, mas a reunião termina sem alteração dos termos do acordo |
12 de novembro: Durante a madrugada, Tropa de
Choque da PM chega ao campus para executar a reintegração de posse do
prédio. Estudantes fogem, mas dois deles acabam detidos |
Circunstâncias da prisão
Os dois estudantes de filosofia foram presos após a Justiça executar a reintegração de posse do prédio da reitoria da USP, na manhã de terça. O local estava ocupado desde o dia 1º de outubro por estudantes que entraram em greve para pedir, entre outras reivindicações, eleições diretas para reitor.
Segundo a defesa dos estudantes, os dois não participaram da ocupação. No ato da reintegração de posse, que contou com a participação da Tropa de Choque da Polícia Militar, os estudantes que ocupavam o prédio fugiram correndo pelo campus. Os dois jovens detidos, de acordo com o advogado, não estavam nesse grupo, e apenas caminhavam pela rua da Praça do Relógio em frente à reitoria quando foram abordados pela PM.
Ocupação durou 42 dias
A Tropa de Choque da PM cercou o prédio no fim da madrugada e a reintegração de posse ocorreu por volta das 5h30. Todos os alunos saíram do prédio e, por volta das 7h30, a maioria dos policiais já havia deixado a USP. Na manhã de quarta-feira (6), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) entregou aos estudantes a notificação da decisão judicial favorável à reintegração de posse. O Diretório Central Estudantil (DCE) chegou a entrar com recurso.
No total, 250 policiais, quatro carros do Choque e dois carros do Corpo de Bombeiros acompanharam a reintegração. Os bombeiros seriam acionados caso houvesse conflito. Duas pessoas, entre elas um aluno da universidade, passaram por averiguação da Polícia Militar e foram liberadas.
Os estudantes afirmaram que alunos em vigília observaram a chegada do Choque e avisaram os demais que estavam dormindo. Segundo a aluna de letras Arielli Tavares, que participa da diretoria do DCE, os estudantes optaram por sair antes da entrada dos policiais.
"É inadmissível que em meio a um processo de questionamento a universidade opte por utilizar uma força totalmente desproporcional. Essa estrutura de poder é insustentável e não é através da força que eles vão mudar isso", disse Tavares.
A PM também afirmou que a reintegração de posse ocorreu de forma tranquila, sem resistência. Segundo a PM, há muitos objetos quebrados dentro do prédio reitoria. Uma perícia será feita no prédio para depois ser liberado.
Fonte: G1.com
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