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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Prejuízo de ocupação na USP pode passar de R$ 1 milhão, diz reitor

Prejuízo de ocupação na USP pode passar de R$ 1 milhão, diz reitor

Auditoria, porém, só deve terminar na próxima semana, segundo a USP.
Alunos ocuparam Reitoria durante 42 dias e foram retirados na terça.

Do G1 São Paulo
O reitor da Universidade de São Paulo (USP), João Grandino Rodas, afirmou nesta quinta-feira (14) que o prejuízo da ocupação da Reitoria da instituição por estudantes durante 42 dias pode passar de R$ 1 milhão. O professor, porém, afirmou que a auditoria patrimonial que está levantando os danos ainda não foi concluída. "Não temos ainda o valor exato, mas todos são unânimes ao afirmar que será muito mais do que R$ 1 milhão", disse Rodas em seu programa semanal de rádio "Palavra do Reitor", que foi ao ar na manhã desta quinta, referindo-se aos funcionários convocados para fazer o levantamento dos objetos dentro do prédio. De acordo com a USP, cerca de mil pessoas trabalham no local.
A ocupação começou no dia 1º de outubro e só terminou na terça-feira (12), depois que a Justiça executou a reintegração de posse com a participação da Polícia Militar. Após a reintegração, dois estudantes de filosofia foram presos em uma rua na Praça do Relógio, próximos ao prédio da Reitoria.
Eles chegaram a passar a noite na delegacia e foram levados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) da Penitenciária de Osasco, na Grande São Paulo. Na tarde da quarta-feira (13), a Justiça aceitou o pedido de relaxamento de prisão feito pela defesa dos dois jovens e eles foram soltos por volta das 18h30.
O Grupo de Operações Especiais foi acionado para transferência dos estudantes da USP nesta quarta (13), do 91º Distrito Policial em São Paulo, SP, para o Centro de Detenção Provisória. Amigos dos detidos furaram o pneu do veículo usado para o transporte. (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo) 
Aluno da USP durante transferência para CDP. (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão
Conteúdo)
 
Na noite de quarta, a maioria dos estudantes presentes em assembleia realizada na sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) decidiram pela continuação da greve. Ao menos 900 alunos participam da assembleia, segundo Camilo Martin, do Diretório Central dos Estudantes. Depois de aprovar a manutenção da greve, os estudantes devem definir um calendário de ações do movimento para os próximos dias. A greve foi decretada no último dia 3 de outubro.
Diretores criticam prisão
A prisão dos estudantes foi criticada nesta tarde em nota conjunta das diretorias das faculdades de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e da de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Elas manifestaram “preocupação com a prisão, em circunstâncias ainda não satisfatoriamente esclarecidas” dos estudantes (veja íntegra abaixo).

CRONOLOGIA DA OCUPAÇÃO NA USP
1º de outubro: Após tentarem entrar na sala da reunião do Conselho Universitário que votou por mudanças no processo eleitoral da USP, estudantes decidem ocupar o prédio onde fica a Reitoria
3 de outubro: Reitoria da USP pede na Justiça a reintegração de posse do prédio
8 de outubro: Tribunal de Justiça de SP promove reunião entre estudantes e Reitoria, mas ela acaba sem acordo
9 de outubro: Justiça indefere o pedido de reintegração de posse feito pela USP
15 de outubro: o TJ-SP concede 60 dias para que alunos negociem a saída do prédio
18 de outubro: Estudantes em greve bloqueam entrada principal do campus da Cidade Universitária
23 de outubro: Deputados estaduais visitam a Reitoria ocupada
29 de outubro: Novo protesto de estudantes volta a bloquear a entrada do campus
31 de outubro: Reitoria entrega aos estudantes proposta de acordo que inclui a convocação de uma estatuinte para reformar o estatuto da USP, incluindo o debate sobre eleições diretas para reitor
4 de novembro: TJ-SP aceita novo pedido de reintegração de posse feito pelo reitor
5 de novembro: DCE Livre da USP entra com recurso contra o mandado judicial
6 de novembro: Justiça notifica estudantes da decisão; a comissão da Reitoria entrega nova proposta aos representantes dos alunos, dessa vez sem citar a estatuinte; em assembleia, mais de 1.200 estudantes rechaçam a proposta e ocupação é mantida
7 de novembro: Após uma noite de vigília na Reitoria, estudantes voltam a se reunir com os negociadores, mas a reunião termina sem alteração dos termos do acordo
12 de novembro: Durante a madrugada, Tropa de Choque da PM chega ao campus para executar a reintegração de posse do prédio. Estudantes fogem, mas dois deles acabam detidos

As diretorias pedem que os estudantes tenham direito à ampla defesa e criticam a ação policial. Além disso, também criticaram prejuízos causados por "ações violentas" que trouxeram prejuízos à universidade.  “Que aos estudantes sobre os quais pesam graves acusações sejam facultados todos os direitos confiados a todo e qualquer cidadão desta sociedade”, finalizam as diretorias.

Circunstâncias da prisão
Os dois estudantes de filosofia foram presos após a Justiça executar a reintegração de posse do prédio da reitoria da USP, na manhã de terça. O local estava ocupado desde o dia 1º de outubro por estudantes que entraram em greve para pedir, entre outras reivindicações, eleições diretas para reitor.
Segundo a defesa dos estudantes, os dois não participaram da ocupação. No ato da reintegração de posse, que contou com a participação da Tropa de Choque da Polícia Militar, os estudantes que ocupavam o prédio fugiram correndo pelo campus. Os dois jovens detidos, de acordo com o advogado, não estavam nesse grupo, e apenas caminhavam pela rua da Praça do Relógio em frente à reitoria quando foram abordados pela PM.

Ocupação durou 42 dias
A Tropa de Choque da PM cercou o prédio no fim da madrugada e a reintegração de posse ocorreu por volta das 5h30. Todos os alunos saíram do prédio e, por volta das 7h30, a maioria dos policiais já havia deixado a USP. Na manhã de quarta-feira (6), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) entregou aos estudantes a notificação da decisão judicial favorável à reintegração de posse. O Diretório Central Estudantil (DCE) chegou a entrar com recurso.

No total, 250 policiais, quatro carros do Choque e dois carros do Corpo de Bombeiros acompanharam a reintegração. Os bombeiros seriam acionados caso houvesse conflito. Duas pessoas, entre elas um aluno da universidade, passaram por averiguação da Polícia Militar e foram liberadas.

Os estudantes afirmaram que alunos em vigília observaram a chegada do Choque e avisaram os demais que estavam dormindo. Segundo a aluna de letras Arielli Tavares, que participa da diretoria do DCE, os estudantes optaram por sair antes da entrada dos policiais.

"É inadmissível que em meio a um processo de questionamento a universidade opte por utilizar uma força totalmente desproporcional. Essa estrutura de poder é insustentável e não é através da força que eles vão mudar isso", disse Tavares.

A PM também afirmou que a reintegração de posse ocorreu de forma tranquila, sem resistência. Segundo a PM, há muitos objetos quebrados dentro do prédio reitoria. Uma perícia será feita no prédio para depois ser liberado.

Fonte: G1.com

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