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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Para professores, prova da Unicamp foi mais leve e bem feita que o Enem

Para professores, prova da Unicamp foi mais leve e bem feita que o Enem

Primeira fase foi aplicada neste domingo com 48 questões e 2 redações.
Segundo especialistas, exame serviu para eliminar os 'paraquedistas'.

Do G1, em São Paulo
Candidatos fazem a primeira fase do Vestibular da Unicamp 2014 no Ciclo Básico II, em Campinas (Foto: Marcello Carvalho/G1) 
Candidatos fazem a primeira fase do Vestibular da Unicamp em Campinas (Foto: Marcello
Carvalho/G1)
 
Professores de cursinhos ouvidos pelo G1 consideraram a prova da Unicamp mais  leve e direta do que por exemplo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo eles, a prova da primeira fase aplicada neste domingo (10) serviu para tirar os "paraquedistas" (alunos que fazem a prova sem estar devidamente preparados) da disputa e deixar quem está realmente pronto para fazer a segunda fase, que será em janeiro de 2014.
Edmilson Motta, coordenador-geral do Curso Colégio Etapa, disse que foi uma prova mais simples de conhecimentos gerais. "Comparada ao o Enem é uma prova bem mais leve, com enunciados mais diretos, questões com perguntas bem simples. A ideia é fazer uma prova que avalie os conhecimentos básicos, com questões de complexidade média." Para ele, alunos que deverão ser aprovados em medicina, por exemplo vão chegar perto de gabaritar a prova objetiva. "Quem tiver mais cuidado na redação vai ter uma vantagem significativa."
Vera Lúcia Antunes, do Curso e Colégio Objetivo, destacou: "A primeira fase da Unicamp é uma prova básica. Serve para retirar da disputa os paraquedistas, os alunos que não estudaram. Cobra o básico que o aluno tem que saber. É uma prova excelente, ideal para a primeira fase. Seleciona o que é fundamental de cada matéria. Ela considerou que questões de matemática e física exigiram conhecimento básico dos alunos, enquanto que química, biologia, história e geografia exigiram um pouco mais de atenção na leitura dos enunciados. "Foi uma prova conteudista básica", avaliou.
A coordenadora do núcleo de redação do Objetivo, Maria Aparecida Custódio, disse que a prova com duas redações não apresentou dificuldades. "A Unicamp tem tentado aproximar candidato do cotidiano que ele vive. Nesta prova conseguiu isso. Em uma das tarefas tinha de falar do próprio universo escolar, fazer um relatório para ser submetido a uma comissão de professores, e deu como fonte tudo o que envolve uma oficina cultural. O único senão foram as instruções no início da prova. "Você e um colega ganharam um concurso que vai financiar a oficina. Só na sexta linha diz que permite que grupo volte a concorrer no ano seguinte. Poderia ser mais clara no enunciado", ponderou. "Já a outra redação pedia para se divulgar uma carta aberta nas redes sociais. O estudante precisaria detalhar o destinatário e mostrar a finalidade da carta, que é reivindicar melhorarias na mobilidade urbana."
A professora indica que o aluno precisa se ater ao caráter reivindicatório da carta. Ele não poderia fazer uma dissertação, com o pede, por exemplo, o Enem. "Quem seguiu à risca as instruções não teve problema. Muita gente começa como carta com um vocativo, depois faz dissertação, é uma fuga ao gênero textual. Linguagem vai ser sempre o diferencial. Obedecer rigorosamente as instruções da banca é algo que a Unicamp exige muito."
Para Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo Vestibulares, a prova foi muito melhor que a do Enem. "A Unicamp faz o que o Enem deveria fazer", avaliou. Ele disse que as questões eram claras e não tiveram nenhum problema de enunciado. "Não há reparos a fazer. Foram questões de nível adequado." Sobre a redação, Arruda elogiou os temas propostos. "Qual universidade que não gostaria de ter um estudante que conseguisse fazer uma carta aberta?"
Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante, diz que não é possível comparar a prova da Unicamp com o Enem. "São propostas de exames diferentes. O Enem é uma fase única, a Unicamp tem duas fases, a classificação é posterior. As questões de múltipla escolha da Unicamp são muito básicas na forma como pedem. São mais diretas e objetivas. Em compensação têm duas redações com gêneros textuais diferentes."
Segundo ele, o aluno que se preparou para a Unicamp não terá dificuldades. "Aluno que atira para todos os lados se surpreendeu com a redação, porque faz mais dissertação do que qualquer coisa. Já quem se preparou vai para esta prova sabendo que a Unicamp pode pedir gêneros diferentes da dissertação."
Para Tasinafo, as questões objetivas manteve o padrão de outros anos, foram questões de médias para fáceis. O tempo é curto, se considerar que tem que fazer duas redações. É uma prova equilibrada. O candidato não teve sobra de tempo mas também se treinou bem não sentiu falta deste tempo.

Fonte: G1.com

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