'Concorrência é combustível', diz candidato à medicina na USP Ribeirão
Relação candidato/vaga para o curso no vestibular 2014 é de 62,91.
Para professor, qualidade do estudo é ferramenta para driblar disputa.
Para Ângelo Fávaro, concorrência serve como estímulo (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Fávaro já passou um ano e meio pelas salas de cursinho pré-vestibular em Ribeirão Preto e, em julho deste ano, foi aprovado em medicina pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Mesmo matriculado, Fávaro vai encarar pela terceira vez a prova da Fuvest. Para o estudante, a USP oferece um dos melhores cursos de medicina do país e isso o estimula a tentar uma vaga na universidade.
Sem poder descuidar das obrigações de sua vida universitária, Fávaro encara uma maratona extra de estudos fora da faculdade. De segunda a sexta, o estudante dedica sete horas diárias aos livros, além de cinco horas nas manhãs de sábado. O descanso vem mesmo somente aos domingos. “Deixei de jogar futebol e fazer exercícios por conta desse sonho. Gostava muito de corrida também, mas tive que abrir mão de tudo isso para poder ter tempo de estudar”, conta.
Persistência
A estudante Beatriz Pizzi, de 19 anos, também disputa uma das vagas do curso de medicina em Ribeirão Preto. Ela admite que a relação candidato/vaga pode assustar, mas garante que o esforço vale a pena. “É assustador, mas não desestimula ninguém. É bom para ver que muita gente procura por campo. Saúde é o que a população mais precisa hoje em dia. Optei por estudar para entrar na USP por ser uma faculdade bem cotada no campo de pesquisa e pelos professores qualificados. Precisa ser persistente e estudar bastante”, diz.
Beatriz Pizzi se prepara para prestar medicina (Foto: Arquivo Pessoal)
Aluno do 3º ano do Ensino Médio, Pedro Augusto Amaral, de 17 anos, também se prepara para encarar a prova mais concorrida da Fuvest. Morador de Orlândia (SP), Amaral frequenta aulas de segunda a sexta-feira no período da manhã, além de aulas extras às segundas e quartas-feiras à tarde. Em casa, o aspirante a universitário ainda estuda cerca de três horas por dia.
A determinação para passar na USP é grande. “O esforço é válido porque é a melhor universidade do Brasil, é a que garante mais emprego ao sair da faculdade”, diz.
'O vestibular se decide na hora da prova. Entra quem está mais bem preparado', diz o professor Jubilato (Foto: Reprodução/EPTV)
Deparar-se com uma relação candidato/vaga alta pode até ser sinônimo de desespero para o candidato. Uma dica para driblar o fantasma da concorrência na hora do vestibular é focar na qualidade do estudo, segundo o professor de língua portuguesa e redação Luiz Cláudio Jubilato. “É preciso lembrar que nem sempre quantidade é qualidade, mesmo sabendo que na maioria das vezes o aluno que presta medicina é geralmente mais focado que os demais”, diz.
De acordo com Jubilato, o ideal é que o estudante se prepare dentro daquilo que ele considera possível para encarar a prova. “O vestibular para medicina geralmente é muito apertado. A diferença de pontuação entre um candidato e outro é mínima. O mais importante é tentar esquecer o número de concorrentes e voltar-se para o que o candidato faz de melhor. Se o estudante pensar em focar nos outros, ele acaba não tendo condições de fazer uma boa prova”, explica.
Sacrificar-se além dos limites, segundo o professor, não é uma boa estratégia para conseguir uma vaga na universidade. “O vestibular se decide na hora da prova. Entra quem está mais bem preparado. Mas não se pode passar dos próprios limites. A pessoa precisa tocar a vida normalmente. A dica é não se desesperar”, conclui.
Fonte: G1.com
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