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sábado, 16 de novembro de 2013

Ocupação de 2013 foi a mais destrutiva dos últimos anos, diz USP

Ocupação de 2013 foi a mais destrutiva dos últimos anos, diz USP

Por 42 dias, alunos ocuparam prédio que foi reintegrado nesta terça.
Salas foram pichadas com dizeres contra o reitor e polícia.

Do G1 São Paulo
Após perícia realizada no prédio da reitoria, que passou por reintegração de posse na manhã desta terça-feira (12), a Universidade de São Paulo (USP) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a ocupação de 42 dias realizada por estudantes grevistas foi a que mais danificou o edifício nos últimos anos.
Segundo a USP, o prédio da reitoria foi ainda mais destruído do que nas ocupações de 2007 e 2011 (saiba mais sobre as ocupações anteriores abaixo). Em várias salas há pichações contra o reitor, polícia e o preconceito. Gavetas e armários foram revirados e documentos jogados no chão no andar térreo. A USP faz levantamento do que foi quebrado.
Antes da ocupação, que começou em 1º de outubro, o reitor já havia transferido seu gabinete para um prédio novo. Atualmente, no prédio que havia sido ocupado, funcionam a USP inovação (projetos de pequenas empresas), USP internacional, Secretária-Geral, Superintendência de Segurança, Relações Institucionais, Vice-Reitoria, Sala do Conselho e anexo da Pró-Reitoria. A Vice-Reitoria também vai ser transferida para o edifício novo.

Camas usadas pelos estudantes na ocupação da Reitoria (Foto: Letícia Macedo/G1) 
Camas usadas pelos estudantes na ocupação da Reitoria (Foto: Letícia Macedo/G1)
 
Reintegração de posse
A Tropa de Choque cercou o prédio no fim da madrugada e a reintegração de posse ocorreu por volta das 5h30. Todos os alunos saíram do prédio e, por volta das 7h30, a maioria dos policiais já havia deixado a USP.
Na manhã de quarta-feira (6), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) entregou aos estudantes a notificação da decisão judicial favorável à reintegração de posse. O Diretório Central Estudantil (DCE) chegou a entrar com recurso.
No total, 250 policiais, quatro carros do Choque e dois carros do Corpo de Bombeiros acompanharam a reintegração. Os bombeiros seriam acionados caso houvesse conflito. Duas pessoas, entre elas um aluno da universidade, passaram por averiguação da Polícia Militar e foram liberadas.
Os estudantes afirmaram que alunos em vigília observaram a chegada do Choque e avisaram os demais que estavam dormindo. Segundo a aluna de Letras Arielli Tavares, que participa da diretoria do Diretório Central Estudantil (DCE), afirmou que os estudantes optaram por sair antes da entrada dos policiais. Os alunos planejam fazer uma manifestação às 16h, na Avenida Paulista.

Tropa de Choque foi acionada para ajudar reintegração (Foto: Letícia Macedo/G1) 
Tropa de Choque foi acionada para ajudar reintegração (Foto: Letícia Macedo/G1)
 
"É inadmissível que em meio a um processo de questionamento a universidade opte por utilizar uma força totalmente desproporcional. Essa estrutura de poder é insustentável e não é através da força que eles vão mudar isso", disse Tavares.
A PM também afirmou que a reintegração de posse ocorreu de forma tranquila, sem resistência. Segundo a PM, há muitos objetos quebrados dentro do prédio reitoria. Uma perícia será feita no prédio para depois ser liberado.
Na assembleia de quarta-feira os estudantes votaram a permanência no prédio apesar de um termo de acordo proposto pela universidade ter sido considerado um avanço por representantes do movimento.
A votação foi feita após uma comissão formada pela reitoria se reunir com estudantes e apresentar uma proposta para a saída dos alunos. O termo de acordo foi submetido à apreciação dos estudantes e 747 foram contra a assinatura do documento, o fim da greve e a saída voluntária do local. Outros 562 estudantes votaram a favor da assinatura do termo, do fim da greve e da desocupação da reitoria.

Histórico das ocupações
Veja o que ocorreu nas últimas ocupações:

2011
Estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e servidores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) ocuparam a reitoria da universidade em 2 de novembro e foram retirados pela Polícia Militar no dia 8 de novembro. Depois da ação, outros estudantes aderiram ao movimento pela saída da PM da Cidade Universitária. Entre as reivindicações, os alunos pediam a saída do reitor João Grandino Rodas e o fim do convênio que ampliava a ação da Polícia Militar no campus da USP.
2007
A ocupação durou 51 dias. Estudantes invadiram a reitoria no dia 3 de maio e só saíram em 22 de junho. Ele exigiam a revogação dos decretos do então governador José Serra (PSDB) que, segundo eles, feria a autonomia das universidades. Em seguida estudantes, funcionários e professores entraram em greve. Em 31 de maio, Serra publicou um decreto declaratório modificando a interpretação dos trechos questionados pelo movimento – ato depois avaliado pelos manifestantes como uma de suas conquistas. Não houve ação policial na desocupação.

Reitoria da USP após a reintegração de posse (Foto: Letícia Macedo/G1)Reitoria da USP após a reintegração de posse (Foto: Letícia Macedo/G1)
 
Fonte: G1.com

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