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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Caos nas grandes cidades do Brasil tem explicação na história

Caos nas grandes cidades do Brasil tem explicação na história

Professor Lula Couto falou sobre o crescimento dos grandes centros.
O Recife é exemplo de um desenvolvimento desordenado.

Do G1 PE
(Para assistir o vídeo acima basta clicar no link a seguir: http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2013/08/caos-nas-grandes-cidades-do-brasil-tem-explicacao-na-historia.html ).

Todas as regiões do Brasil estão repletas de grandes cidades. O país, atualmente com mais de 190 milhões de habitantes, tem na sua história a explicação do crescimento desordenado das metrópoles. O professor Lula Couto falou mais sobre o assunto na reportagem do Projeto Educação exibida nesta terça-feira (20).
A lanchonete “As Galerias”, localizada no centro histórico do Recife, tem data fundação em 1925. Sendo um dos mais tradicionais da cidade, o estabelecimento tem endereço ilustre na Praça do Arsenal, no centro. As fotos na parede resgatam as histórias. Os bondes ainda cortavam o Bairro do Recife, e o Zeppelin ainda cruzava a cidade.
A capital pernambucana, que nasceu como um entreposto comercial ao redor do porto, cresceu. No Brasil, a agricultura de exportação baseada na produção de cana, algodão e café gerou dinheiro e investimentos. “O dinheiro arrecadado com essas importações termina sendo investido no processo de urbanização e de crescimento das cidades. Há o crescimento urbano, há uma melhoria aparentemente das condições de estar na cidade, de viver, mas há um processo de exclusão social muito grande. E essa população começa a ocupar os morros e formar as primeiras favelas”, comentou o professor Lula Couto.

O Recife se modificou bastante com o crescimento populacional (Foto: Reprodução / TV Globo) 
O Recife se modificou bastante com o crescimento populacional (Foto: Reprodução / TV Globo)
 
As cidades brasileiras cresceram sem planejamento, excluindo os mais pobres e ampliando o abismo entre centro e periferia. “O que se percebe nesse processo inicial de urbanização e crescimento das cidades brasileiras é uma certa despreocupação do que fazer com a população mais humilde, carente, que mora nas cidades. Observa-se cada vez mais que essa população que ocupa o espaço urbano do centro é deslocada para periferia”, destacou o professor.
Nas últimas duas décadas do século XX, as cidades incharam. As riquezas produzidas pelo país alcançaram um nível muito alto, mas a qualidade dos serviços públicos não acompanhou o desenvolvimento. “As cidades já não têm esse serviço básico de infraestrutura para atender à demanda. Então, é uma população que, vivendo no centro das cidades, já enfrentava dificuldades, imagina na periferia, em locais onde não há a mínima condição de vida?”, falou Lula Couto.
Na virada do milênio, a situação piorou. “É a cidade que a gente encontra hoje. O Brasil teve mais de 25 milhões de pessoas que passaram a integrar a classe média. E, quando elas passam a integrar a classe média, passam a consumir mais o apartamento, comprado nos bairros mais interessantes comercialmente, vão comprar o automóvel, o eletrodoméstico. E isso significa mais energia, sistema de esgoto, espaço para o automóvel se deslocar. O que você observa é que as cidades não estão preparadas. Então, ou se melhora o transporte público, a qualidade de serviços públicos para os mais carentes, ou vamos associar sempre a vida na cidade como uma vida de caos”, destacou o professor.
Com o Recife, o processo não foi diferente. “Esse crescimento industrial e esse crescimento urbano vão demandar serviços de infraestrutura que o Recife não está preparado e não teve planejamento suficiente para atender a esta demanda”, destacou Lula Couto. O que se encontra na capital são canais transbordando, alagamentos, deslizamentos de encostas. De acordo com o professor Kiko Santos, de geografia, um terço da população do Recife mora em áreas de morro. “Isso é muito alto. Por exemplo, as populações mais carentes estão nas áreas mais distantes, periféricas, gerando uma série de ocupações desordenadas, problemas de saneamento, de lixo, que gera uma série de problemas de saúde também”, finalizou.

Fonte: G1.com

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