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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Novo reitor rejeita adesão ao Enade e planeja ampliar vagas na Unicamp

Novo reitor rejeita adesão ao Enade e planeja ampliar vagas na Unicamp

José Tadeu Jorge foi designado ao cargo pelo governador Geraldo Alckmin.
Para elevar inclusão social, ele diz que bônus no vestibular deve ser revisto.

Fernando Pacífico Do G1 Campinas e Região
O professor da Unicamp José Tadeu Jorge (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas) 
José Tadeu Jorge foi nomeado reitor da Unicamp por governador de SP (Foto: Fernando Pacífico / G1)
 
Nomeado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para assumir a reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pela segunda vez, o engenheiro de alimentos José Tadeu Jorge é contrário à participação da instituição no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Em entrevista ao G1, ele diz que planeja ampliar o número de vagas no vestibular e o bônus oferecido aos estudantes que fizerem o ensino médio na rede pública ou a autodeclaração étnico racial - negros, índios e pardos.
"A Unicamp não tinha que fazer o Enade. Você não precisa fazer prova em aluno para saber se um curso é bom ou não. Ela é avaliada pelo Conselho Estadual de Educação, não pelo MEC [Ministério da Educação]. A USP [Universidade de São Paulo] não faz até hoje", explicou o novo reitor. Sob gestão do médico Fernando Ferreira Costa, a universidade participa da prova aplicada pelo governo federal desde 2010. Tadeu Jorge tomou posse na sexta-feira (19).
Ex-secretário de Educação do prefeito cassado de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), o novo reitor também alega que a Unicamp possui autonomia e avaliação próprias. Contudo, ele pondera ao falar sobre a chance da instituição pedir exclusão do exame.
"Estamos vinculados ao sistema e a minha opinião pode não ser a do Consu [Conselho Universitário]. Se for reversível, acho que não deve participar", reiterou. A prova do Enade está marcada para 24 de novembro e avaliará estudantes do primeiro e último anos de 17 cursos, sendo 13 de graduação e quatro tecnológicos. No ano passado, 245 alunos da Unicamp fizeram a prova.

Vagas e inclusão social
Ao avaliar a gestão do antecessor, Tadeu Jorge considera que o número de vagas criadas no vestibular foi "pouco expressivo". O investimento, segundo o novo reitor, deve ser direcionado para o campus de Limeira (SP), que opera abaixo da capacidade e poderá receber pelo menos cinco cursos que já foram aprovados pelo Conselho Universitário.
Aplicação de provas do vestibular da Unicamp em uma das salas do Colégio Liceu Salesiano em Campinas  (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas) 
Estudantes na primeira fase do vestibular 2013 da Unicamp    (Foto: Fernando Pacífico / G1)
 
"Para dizer que não foi zero, criaram-se dez vagas no vestibular para o curso de licenciatura em física. A Unicamp precisa oferecer mais oportunidades", explicou o engenheiro, sem indicar metas. Entre os cursos aprovados pelo órgão máximo de deliberação, em 2008, estão fisioterapia, patrimônio e restauro e terapia ocupacional. O novo reitor disse que uma análise será feita sobre o planejamento e adianta que outras carreiras poderão ser tratadas pelo conselho, incluindo direito.
"A última análise sobre o curso foi na minha gestão anterior. Na época havia a necessidade muito grande de investimentos em bibliografia, infraestrutura de informação, além da dificuldade de se conseguir professores com titulação de doutor. Se as restrições não existirem mais, é possível que o Consu aprecie a proposta", explicou.

O campus de Limeira oferece 820 vagas, distribuídas entre a Faculdade de Ciências Aplicadas e a Faculdade de Tecnologia. Ao todo, a universidade estadual possui 66 cursos de graduação e outros 142 de pós-graduação.
Cotas e Enem
Ao ser questionado sobre a hipótese da Unicamp aderir à política de cotas, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril do ano passado, Tadeu Jorge afirmou que a Unicamp pode facilitar o ingresso de estudantes que fizerem o ensino médio na rede pública ou autodeclaração étnico racial, por meio da valorização do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais). Hoje, o sistma oferece bônus de 30 pontos a mais na nota da segunda fase, para os que estudaram na rede pública, e outros dez para autodeclarados negros, pardos ou indígenas.
"Acredito que seja o melhor sistema, porque iguala as condições. A ideia é dimensionar esse bônus... Nós podemos chegar a 50% de alunos matriculados, vindos da rede pública, sem tirar a competitividade do vestibular". Na edição 2012 do processo seletivo, a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) registrou índice de 32% - valor equivalente a 1.099 dos 3.435 estudantes aprovados.

profis (Foto: Antoninho Perri/Ascom/Unicamp) 
Primeira turma do ProFIS concluiu curso em março (Foto: Antoninho Perri/Ascom/Unicamp)
 
Ingresso sem vestibular e Enem
Outra meta, explicou Tadeu Jorge, é ampliar o número de vagas oferecidas pelo Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS). Criado em 2010, o sistema paralelo ao vestibular oferece 120 vagas para que estudantes do ensino médio, na rede pública, façam um curso preparatório por até três anos e ingressem na carreira escolhida sem a necessidade do processo seletivo tradicional.
"A quantidade ainda é pequena. Outro aperfeiçoamento possível é identificarmos os bons alunos antes do término do ensino médio, talvez no segundo ano. Eles podem fazer o curso no horário disponível e entrar na universidade, digamos, na hora normal", explicou. Em março, 54 estudantes da primeira turma concluíram o programa de formação.
Sobre a relevância do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o vestibular da Unicamp, Tadeu Jorge disse que a avaliação caberá à Comvest. Todavia, ele descarta a substituição do processo seletivo pela prova. "Não abriria mão, seria ruim", resumiu.

Reconhecimento e números
Em nota, a assessoria da Unicamp informou que a adesão ao Enade foi aprovada pelo Consu e a participação da universidade em avaliações é fundamental para reconhecer o que a instituição está fazendo de maneira positiva, problemas que devem ser sanados e para dar retorno à sociedade. Além disso, informou que o exame é componente curricular obrigatório.

Campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (Foto: Antoninho Perri / Ascom /Unicamp)
Campus da Unicamp no distrito de Barão Geraldo (Foto: Antoninho Perri / Ascom / Unicamp)
 
Sobre o número de vagas criadas na gestão de Ferreira Costa, a universidade lembrou a criação do ProFIS e informou que houve a transformação do Centro Superior de Educação Tecnológica (Ceset) de Limeira na Faculdade de Tecnologia, que em 2012 passou a contar com três novos cursos: engenharia de telecomunicações (50 vagas), sistemas de informação (45 vagas) e engenharia ambiental (60 vagas). Além disso, lembrou que outro curso aprovado foi o de engenharia física (15 vagas), no campus localizado em Barão Geraldo.

Segundo a assessoria da Comvest, o total de vagas nas edições 2012 e 2013 do vestibular da Unicamp permaneceu em 3.320.

Governo federal e o Enade
Por meio de assessoria, o Ministério da Educação informou que é responsável pela regulação das instituições federais e privadas. No caso das universidades estaduais, elas podem optar por não realizar a prova do Enade, já que respondem aos conselhos regionais de educação.

Fonte: G1.com

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