Harvard admite número recorde de brasileiros para graduação
Foram aceitos este ano seis estudantes, sendo dois de colégios públicos.
Alunos precisam se matricular até o dia 1º de maio.
Uma das instituições mais importantes do mundo, a Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos, acaba de admitir um número recorde de
brasileiros para os cursos de graduação no mesmo ano. Seis estudantes de
diferentes partes do país, dois de escola pública, foram aceitos para
as turmas que iniciam as aulas em agosto deste ano e terminam em 2017.
Do grupo convidado, dois receberam o “sim” em dezembro, os outros quatro
tiveram a resposta positiva neste mês de março.
Neste ano a Universidade de Harvard admitiu 2.029 estudantes de todo o mundo, o equivalente a 5,8% dos candidatos, ou seja, 35.023. Mais de 27% pretendem seguir na área de ciências sociais, 23% nas ciências biológicas, quase 18% nas humanidades, 15% em engenharia e ciência da computação, 9% nas ciências físicas, 7% em matemática, e o restante está indeciso, segundo a instituição.
A admissão não significa que os alunos estarão isentos das mensalidades. Por ano, o custo chega a ser de US$ 60 mil, cerca de R$ 120 mil. Paralelo ao processo de disputa da vaga, os candidatos precisam solicitar bolsas de estudo que podem até ser de 100%, mas é concedida segundo a condição socieconômica da família, e não por mérito do aluno. Harvard estima que cerca de 60% dos novos estudantes necessitem de alguma ajuda financeira para manter os estudos.
Liderança no colégio
Renan Ferreirinha Carneiro nasceu em São Gonçalo e estudou por sete anos no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Lá, quando concluiu o ensino médio no ano passado, assumiu o posto de coronel-aluno cuja missão era de comandar o batalhão escolar composto por 2.000 estudantes. O cargo foi resultado de um histórico escolar impecável, entre outros critérios.
Renan não é filho de militares, a mãe é professora de matemática da rede municipal de São Gonçalo e o pai contador, mas entrou na escola em 2006 após ser aprovado em um concurso que fez incentivado por um tio que é militar. Para o estudante, as atividades de liderança no colégio o ajudaram a conquistar a tão sonhada vaga em Harvard. Ele também foi aceito em outras sete universidades importantes, como Brown, Columbia, Princeton e Yale.
“Me tornar coronel-aluno foi de grande importância, sempre que tinha uma atividade oficial representava o colégio. Também fui vice-presidente do prêmio e monitor. O colégio militar te oferece muitas oportunidades de atividades extracurriculares, une diversos fatores como ensino forte, espaço físico enorme, entre outros.”
Outro ponto positivo da candidatura de Renan foi o trabalho voluntário no Complexo Lins, Zona Norte do Rio. Na comunidade, ainda não pacificada, ele, o primo e uma amiga canadense dão aulas gratuitas de inglês para as crianças todos os sábados. A atividade está ligada ao grupo Solidariedade em Marcha (Somar) onde atua há mais de dois anos.
No futuro, Renan quer trabalhar com gestão pública e educação no Brasil. Para isso pretende estudar economia e ciências políticas. “Estudei sete anos em uma escola de ponta, me sinto na obrigação de retribuir isso para outros jovens para que tenham oportunidades similares ou até melhores. Acredito muito na minha geração, gosto de uma frase que diz ‘nada deve parecer impossível de mudar’”.
'Sempre estudei em escola pública'
Nascida em Soledade, no interior do Rio Grande do Sul, Victória Jalowitzki de Quadros, de 18 anos, sempre estudou em escolas públicas. Os primeiros anos do ensino fundamental foram em um colégio de Soledade, depois, do 4º ano até o 3º do ensino médio foi para o Colégio Militar de Porto Alegre. Conseguiu uma vaga após ser aprovada em um concurso muito acirrado (900 candidatos para 50 vagas). Também não é filha de militares, o pai é médico e a mãe contadora, mas procurou a escola pela qualidade do ensino.
Foi no Colégio Militar que exerceu seu espírito de liderança e a veia filantrópica e abusou das atividades extracurriculares tão bem vistas pelos americanos. “Aproveitei mais a parte extracurricular do que acadêmica. Participei do clube de astronomia, presidi o clube de relações internacionais que organizava palestras sobre política e eventos da ONU, participei da Legião de Honra, que é um grupo de estudantes que organiza atividades como campanha de alimentos, agasalhos, entre outras. Sempre fui boa aluna, mas acho que conta muito mais o que você faz fora da sala de aula.”
A vontade de fazer faculdade fora do país veio quando Victória foi fazer um intercâmbio em Cambridge, na Inglaterra, durante o ensino médio. “Eu não sou um caso clássico, sempre estudei em escola pública, as pessoas não esperam que você consiga algo assim, mas é possível. É preciso ter sorte porque você disputa com o mundo todo. A universidade pode dar a vaga para você ou para alguém que tem o mesmo potencial ou até mais.”
Victória tem interesse em estudar economia e ciências políticas, pretende trabalhar nesta área. “Quero viajar para ver como os governos fazem para a população ter acesso à saúde e educação. Depois voltar para o Brasil para aplicar estes conhecimentos. É tão incrível acreditar que eu vou entrar na melhor universidade do mundo e saber que as oportunidades são infinitas.” Para ela, os brasileiros que são admitidos nestas instituições de ponta têm uma vontade genuína de retornar ao país depois dos estudos, apesar de isto não ocorrer em alguns casos. “A ideia é de fazer ter no Brasil o que a gente busca lá fora.”
Paixão pelo esporte e por números
Taciana Pereira não tem tempo para nada. É capitã dos times de futebol e basquete, titular da equipe de vôlei do colégio onde estuda, o International School of Curitiba (Escola Internacional de Curitiba), viaja por toda a América do Sul para jogar e ainda pratica triatlon. Treina pesado todos os dias, mas não descuida dos estudos, tem excelentes notas. Também é engajada nos trabalhos sociais, toca violão e canta. “Faço bastante de tudo, sempre estou tentando fazer o que está ao meu alcance.”
A paixão pelo futebol, segundo ela, é culpa do irmão um ano mais velho que também faz faculdade nos Estados Unidos. “Quando a gente era pequeno ele sempre me puxava para jogar com ele. Em compensação, pedia para ele brincar de Barbie comigo, mas ele nunca brincava”, ri. Assim, como boa brasileira, Taci pegou gosto pela bola. Na faculdade, pretende integrar o time de futebol.
Na rotina apertada ainda há espaço para os trabalhos voluntários com visitas a abrigos e recreação em hospitais. A jovem preside uma comissão da escola que realiza uma atividade comunitária em uma ilha da região de Guaraqueçaba, no litoral paranaense. A região habitada por pescadores vive em condições precárias. “Fazemos eventos para arrecadar dinheiro. No dia 28 de fevereiro viajamos para lá, levamos enfermeiros e fizemos trabalhos com as crianças, falamos sobre reciclagem e ensinamos a fazer cestos de lixo com garrafas pet.”
“Tem uma hora que canso de tanto trabalho. Sempre fui muito ativa, mas o esporte me relaxa, acontece que nos últimos anos fiquei meio para baixo, mas quando recebi a carta de Harvard voltou tudo, senti que valeu muito a pena. Era o que sempre sonhei.” Taci também foi aceita em Yale, Princeton, entre outras instituições.
Por conta grande concorrência e do alto potencial dos candidatos, a estudante não acreditou que fosse ser admitida em Harvard. A carta de aceitação chegou pelos Correios no dia 18 de fevereiro, quando ela nem imaginava. “Estava meio mal-humorada, tinha uma apresentação em inglês na escola, por isso coloquei meu moletom de Harvard. Logo em seguida meu pai chegou com a correspondência, achei que eles tivessem me pedindo algum documento. Li a primeira frase: ‘parabéns, você foi aceita.’ Li cinco vezes seguidas, todo mundo começou a chorar, fiquei com medo de que fosse brincadeira, demorou umas duas semanas para a ficha cair.”
Apesar do amor ao esporte, ela nunca pensou em seguir carreira na educação física. A paixão pela física e a matemática se sobressai quando o assunto é profissão, por isso é possível que ela opte por algum curso de engenharia. “Quero emendar uma pós e depois voltar para o Brasil, trabalhar aqui. Quero ajudar a educação, apoiar alunos que queiram estudar fora, quero ajudar pessoas de alguma forma.”
Larissa Maranhão já esteve em Harvard para cursos de economia e globalização ainda durante o ensino médio. Desde criança gosta de viajar e conhecer gente. Fez seu primeiro intercâmbio aos 13 anos, quando foi para a Flórida, nos Estados Unidos, aprender inglês. Aos 15, substituiu a festa de debutante por uma nova viagem: passou dois meses em uma cidade do interior da Inglaterra morando com uma família egípcia. No ano passado, passou um mês na Índia dando aula de inglês para crianças como voluntária.
Uma de suas maiores paixões, no entanto, está na web, é o blog RED, criado após tirar nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2011 e passar a ser procurada por estudantes que queriam dicas para repetir o bom desempenho.
A jovem recebia textos, corrigia e os devolvia por e-mail com comentários e observações pontuais por parágrafos. Por conta do volume de pedidos, resolveu montar um blog para organizar e divulgar o trabalho. “Nas três semanas antes do Enem cheguei a corrigir 52 redações em três dias”, diz. O projeto cresceu e em breve deve virar um site que também trará dicas de matemática, com vídeo aulas, simulados e listas de exercícios por ordem de dificuldade. Por meio do Red, Larissa quer buscar parcerias para custear a ida à universidade de estudantes da zona rural.
Nos Estados Unidos, pretende estudar economia e mesclar outros interesses, que são “muitos.” Ela não esconde sua preferência por Harvard, mas também foi aprovada por Columbia, Brown, Georgetown e UPenn.“Nossas universidades são brilhantes, mas não há diversidade, é preciso decidir o curso antes do vestibular. Nos Estados Unidos estão os melhores dos melhores, o ambiente tem uma contaminação positiva. Eu já me via andando pelo campus e estudando lá.”
Victória, Larissa, Renan e Ivan Tadeu foram orientados durante o application pelo Prep Program da Fundação Estudar que oferece informação e apoio aos estudantes durante todo o processo seletivo. O programa é gratuito e aberto para alunos do 2º e 3º ano do ensino médio ou recém-formados das redes pública e privada. As inscrições deste ano ainda estão abertas.
Os estudantes Gabriel e Ivan Tadeu também foram aceitos pelo renomado Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). Gabriel está no último ano do ensino médio técnico no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Em 2010, arrumou as malas e seguiu para um intercâmbio na Alemanha. Aprendeu o idioma, adquiriu maturidade e desenvolveu o espírito empreendedor. De lá, teve a ideia de aportuguesar um curso on-line de programação oferecido por Harvard. Fez a tradução, parte dela, inclusive no voo de volta para casa, e criou o site www.cc50.com.br, uma introdução à ciência da computação.
Ivan Tadeu é o campeão de olimpíadas, participa de disputas desde os 11 anos, quando ganhou sua primeira medalha de ouro em uma competição regional na cidade de Lins. A primeira internacional foi uma prata adquirida em 2009, na olimpíada de ciências. A coleção reúne 45 prêmios, sendo dez internacionais em áreas diferentes.
Fomte: G1.com
No
alto: Taci Pereira (PR), Renan Ferreirinha (RJ) e Victória de Quadros
(RS); embaixo: Larissa Maranhão (AL), Gabriel Guimarães (ES) e Ivan
Tadeu Antunes (SP) foram aceitos em Harvard (Fotos: Arquivo pessoal)
Entre os que receberam a notícia da admissão recentemente estão:
Larissa Maranhão, de 18 anos, de Maceió (AL); Taciana Pereira, 18, de
Curitiba (PR); Renan Ferreirinha Carneiro, 19, de São Gonçalo (RJ) e
Victória Jalowitzki de Quadros, de Porto Alegre (RS), os dois últimos
alunos de colégios militares. Gabriel Guimarães, 19, de Vitória (ES), e
Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, 17, de Lins (SP) já tiveram a
resposta positiva anunciada anteriormente. Os admitidos precisam se matricular até o dia 1º de maio.
Para garantir uma cadeira em Harvard é preciso muito mais do que ser
bom aluno. Nos Estados Unidos não existe vestibular, o processo chamado application
reúne além de provas, cartas de recomendação, entrevista, redações e
avaliação das atividades extracurriculares. Neste último quesito não
faltou aos brasileiros boas histórias para contar e agradar o comitê de
admissão.Neste ano a Universidade de Harvard admitiu 2.029 estudantes de todo o mundo, o equivalente a 5,8% dos candidatos, ou seja, 35.023. Mais de 27% pretendem seguir na área de ciências sociais, 23% nas ciências biológicas, quase 18% nas humanidades, 15% em engenharia e ciência da computação, 9% nas ciências físicas, 7% em matemática, e o restante está indeciso, segundo a instituição.
A admissão não significa que os alunos estarão isentos das mensalidades. Por ano, o custo chega a ser de US$ 60 mil, cerca de R$ 120 mil. Paralelo ao processo de disputa da vaga, os candidatos precisam solicitar bolsas de estudo que podem até ser de 100%, mas é concedida segundo a condição socieconômica da família, e não por mérito do aluno. Harvard estima que cerca de 60% dos novos estudantes necessitem de alguma ajuda financeira para manter os estudos.
Renan Ferreirinha foi eleito coronel-aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro (Foto:
Arquivo pessoal)
Arquivo pessoal)
Renan Ferreirinha Carneiro nasceu em São Gonçalo e estudou por sete anos no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Lá, quando concluiu o ensino médio no ano passado, assumiu o posto de coronel-aluno cuja missão era de comandar o batalhão escolar composto por 2.000 estudantes. O cargo foi resultado de um histórico escolar impecável, entre outros critérios.
Renan não é filho de militares, a mãe é professora de matemática da rede municipal de São Gonçalo e o pai contador, mas entrou na escola em 2006 após ser aprovado em um concurso que fez incentivado por um tio que é militar. Para o estudante, as atividades de liderança no colégio o ajudaram a conquistar a tão sonhada vaga em Harvard. Ele também foi aceito em outras sete universidades importantes, como Brown, Columbia, Princeton e Yale.
“Me tornar coronel-aluno foi de grande importância, sempre que tinha uma atividade oficial representava o colégio. Também fui vice-presidente do prêmio e monitor. O colégio militar te oferece muitas oportunidades de atividades extracurriculares, une diversos fatores como ensino forte, espaço físico enorme, entre outros.”
Outro ponto positivo da candidatura de Renan foi o trabalho voluntário no Complexo Lins, Zona Norte do Rio. Na comunidade, ainda não pacificada, ele, o primo e uma amiga canadense dão aulas gratuitas de inglês para as crianças todos os sábados. A atividade está ligada ao grupo Solidariedade em Marcha (Somar) onde atua há mais de dois anos.
No futuro, Renan quer trabalhar com gestão pública e educação no Brasil. Para isso pretende estudar economia e ciências políticas. “Estudei sete anos em uma escola de ponta, me sinto na obrigação de retribuir isso para outros jovens para que tenham oportunidades similares ou até melhores. Acredito muito na minha geração, gosto de uma frase que diz ‘nada deve parecer impossível de mudar’”.
Victória de Quadros representando o México durante evento do clube de relações internacionais
(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)
Nascida em Soledade, no interior do Rio Grande do Sul, Victória Jalowitzki de Quadros, de 18 anos, sempre estudou em escolas públicas. Os primeiros anos do ensino fundamental foram em um colégio de Soledade, depois, do 4º ano até o 3º do ensino médio foi para o Colégio Militar de Porto Alegre. Conseguiu uma vaga após ser aprovada em um concurso muito acirrado (900 candidatos para 50 vagas). Também não é filha de militares, o pai é médico e a mãe contadora, mas procurou a escola pela qualidade do ensino.
Foi no Colégio Militar que exerceu seu espírito de liderança e a veia filantrópica e abusou das atividades extracurriculares tão bem vistas pelos americanos. “Aproveitei mais a parte extracurricular do que acadêmica. Participei do clube de astronomia, presidi o clube de relações internacionais que organizava palestras sobre política e eventos da ONU, participei da Legião de Honra, que é um grupo de estudantes que organiza atividades como campanha de alimentos, agasalhos, entre outras. Sempre fui boa aluna, mas acho que conta muito mais o que você faz fora da sala de aula.”
A vontade de fazer faculdade fora do país veio quando Victória foi fazer um intercâmbio em Cambridge, na Inglaterra, durante o ensino médio. “Eu não sou um caso clássico, sempre estudei em escola pública, as pessoas não esperam que você consiga algo assim, mas é possível. É preciso ter sorte porque você disputa com o mundo todo. A universidade pode dar a vaga para você ou para alguém que tem o mesmo potencial ou até mais.”
Victória tem interesse em estudar economia e ciências políticas, pretende trabalhar nesta área. “Quero viajar para ver como os governos fazem para a população ter acesso à saúde e educação. Depois voltar para o Brasil para aplicar estes conhecimentos. É tão incrível acreditar que eu vou entrar na melhor universidade do mundo e saber que as oportunidades são infinitas.” Para ela, os brasileiros que são admitidos nestas instituições de ponta têm uma vontade genuína de retornar ao país depois dos estudos, apesar de isto não ocorrer em alguns casos. “A ideia é de fazer ter no Brasil o que a gente busca lá fora.”
Taci Pereira é capitã do time de futebol da escola(Foto: Arquivo pessoal)
Taciana Pereira não tem tempo para nada. É capitã dos times de futebol e basquete, titular da equipe de vôlei do colégio onde estuda, o International School of Curitiba (Escola Internacional de Curitiba), viaja por toda a América do Sul para jogar e ainda pratica triatlon. Treina pesado todos os dias, mas não descuida dos estudos, tem excelentes notas. Também é engajada nos trabalhos sociais, toca violão e canta. “Faço bastante de tudo, sempre estou tentando fazer o que está ao meu alcance.”
A paixão pelo futebol, segundo ela, é culpa do irmão um ano mais velho que também faz faculdade nos Estados Unidos. “Quando a gente era pequeno ele sempre me puxava para jogar com ele. Em compensação, pedia para ele brincar de Barbie comigo, mas ele nunca brincava”, ri. Assim, como boa brasileira, Taci pegou gosto pela bola. Na faculdade, pretende integrar o time de futebol.
Na rotina apertada ainda há espaço para os trabalhos voluntários com visitas a abrigos e recreação em hospitais. A jovem preside uma comissão da escola que realiza uma atividade comunitária em uma ilha da região de Guaraqueçaba, no litoral paranaense. A região habitada por pescadores vive em condições precárias. “Fazemos eventos para arrecadar dinheiro. No dia 28 de fevereiro viajamos para lá, levamos enfermeiros e fizemos trabalhos com as crianças, falamos sobre reciclagem e ensinamos a fazer cestos de lixo com garrafas pet.”
“Tem uma hora que canso de tanto trabalho. Sempre fui muito ativa, mas o esporte me relaxa, acontece que nos últimos anos fiquei meio para baixo, mas quando recebi a carta de Harvard voltou tudo, senti que valeu muito a pena. Era o que sempre sonhei.” Taci também foi aceita em Yale, Princeton, entre outras instituições.
Por conta grande concorrência e do alto potencial dos candidatos, a estudante não acreditou que fosse ser admitida em Harvard. A carta de aceitação chegou pelos Correios no dia 18 de fevereiro, quando ela nem imaginava. “Estava meio mal-humorada, tinha uma apresentação em inglês na escola, por isso coloquei meu moletom de Harvard. Logo em seguida meu pai chegou com a correspondência, achei que eles tivessem me pedindo algum documento. Li a primeira frase: ‘parabéns, você foi aceita.’ Li cinco vezes seguidas, todo mundo começou a chorar, fiquei com medo de que fosse brincadeira, demorou umas duas semanas para a ficha cair.”
Apesar do amor ao esporte, ela nunca pensou em seguir carreira na educação física. A paixão pela física e a matemática se sobressai quando o assunto é profissão, por isso é possível que ela opte por algum curso de engenharia. “Quero emendar uma pós e depois voltar para o Brasil, trabalhar aqui. Quero ajudar a educação, apoiar alunos que queiram estudar fora, quero ajudar pessoas de alguma forma.”
Larissa Maranhão pretende estudar economia em Harvard (Foto: Arquivo pessoal)
Educação e economiaLarissa Maranhão já esteve em Harvard para cursos de economia e globalização ainda durante o ensino médio. Desde criança gosta de viajar e conhecer gente. Fez seu primeiro intercâmbio aos 13 anos, quando foi para a Flórida, nos Estados Unidos, aprender inglês. Aos 15, substituiu a festa de debutante por uma nova viagem: passou dois meses em uma cidade do interior da Inglaterra morando com uma família egípcia. No ano passado, passou um mês na Índia dando aula de inglês para crianças como voluntária.
Uma de suas maiores paixões, no entanto, está na web, é o blog RED, criado após tirar nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2011 e passar a ser procurada por estudantes que queriam dicas para repetir o bom desempenho.
A jovem recebia textos, corrigia e os devolvia por e-mail com comentários e observações pontuais por parágrafos. Por conta do volume de pedidos, resolveu montar um blog para organizar e divulgar o trabalho. “Nas três semanas antes do Enem cheguei a corrigir 52 redações em três dias”, diz. O projeto cresceu e em breve deve virar um site que também trará dicas de matemática, com vídeo aulas, simulados e listas de exercícios por ordem de dificuldade. Por meio do Red, Larissa quer buscar parcerias para custear a ida à universidade de estudantes da zona rural.
Nos Estados Unidos, pretende estudar economia e mesclar outros interesses, que são “muitos.” Ela não esconde sua preferência por Harvard, mas também foi aprovada por Columbia, Brown, Georgetown e UPenn.“Nossas universidades são brilhantes, mas não há diversidade, é preciso decidir o curso antes do vestibular. Nos Estados Unidos estão os melhores dos melhores, o ambiente tem uma contaminação positiva. Eu já me via andando pelo campus e estudando lá.”
Gabriel Guimarães e Ivan Tadeu foram aceitos em Harvard e no MIT (Foto: Arquivo pessoal)
PreparaçãoVictória, Larissa, Renan e Ivan Tadeu foram orientados durante o application pelo Prep Program da Fundação Estudar que oferece informação e apoio aos estudantes durante todo o processo seletivo. O programa é gratuito e aberto para alunos do 2º e 3º ano do ensino médio ou recém-formados das redes pública e privada. As inscrições deste ano ainda estão abertas.
Os estudantes Gabriel e Ivan Tadeu também foram aceitos pelo renomado Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). Gabriel está no último ano do ensino médio técnico no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Em 2010, arrumou as malas e seguiu para um intercâmbio na Alemanha. Aprendeu o idioma, adquiriu maturidade e desenvolveu o espírito empreendedor. De lá, teve a ideia de aportuguesar um curso on-line de programação oferecido por Harvard. Fez a tradução, parte dela, inclusive no voo de volta para casa, e criou o site www.cc50.com.br, uma introdução à ciência da computação.
Ivan Tadeu é o campeão de olimpíadas, participa de disputas desde os 11 anos, quando ganhou sua primeira medalha de ouro em uma competição regional na cidade de Lins. A primeira internacional foi uma prata adquirida em 2009, na olimpíada de ciências. A coleção reúne 45 prêmios, sendo dez internacionais em áreas diferentes.
Fomte: G1.com
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