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domingo, 12 de fevereiro de 2012

100 Anos Da Guerra Do Contestado

‘Se um pai não dava a filha, eles matavam’, diz Sebastiana Medeiros
Sobrevivente diz que soldados do Exército eram truculentos e vingativos
11 de fevereiro de 2012 | 18h 57 - Leonencio Nossa e Celso Júnior
Pelas indicações obtidas durante três semanas de buscas, Sebastiana Medeiros, 102 anos, vive numa casa atrás de uma oficina mecânica, na periferia da cidade de Caçador, Santa Catarina. Matriarca de uma família numerosa e trisavó de quatro jovens, ela mora sozinha num porão alugado por R$ 80. É com uma reza que ela recebe a equipe de jornal. “Quem deu minha notícia?”, pergunta, com as mãos juntas, em forma de oração.
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Sebastiana convida para entrar no porão. “Estou muito contente”, diz a senhora, com a hospitalidade típica das pessoas do oeste catarinense. “Quando a guerra começou, eu devia ter um ano e meio mais ou menos”, relata. “Da guerra, lembro pouco. Lembro mais o que os meus troncos velhos (pais) contavam”, completa. “Um compadre meu venceu a guerra comendo carne de cachorro sapecado em capim barba-de-bode, para não morrer de fome. Tirava os pés e o couro do cachorro e botava fogo no capim.”
(…)

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