Unicamp critica 'Mais Médicos' e se opõe a curso de medicina com 8 anos
Faculdade de Ciências Médicas divulgou carta sobre o programa federal.
Governo pretende contratar 10 mil profissionais e criar vagas em faculdades.
Mais Médicos (Foto: Editoria de Arte/G1)
A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp divulgou carta aberta
na qual critica a “forma autoritária e precipitada” que o governo
federal conduz o programa “Mais Médicos”, e informou se opor à elevação
da carga horária dos cursos de medicina da rede pública e privada do
país de 6 para 8 anos de duração.
A mudança anunciada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
obriga o aluno a atuar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS).O programa “Mais Médicos" pretende de aumentar o número de médicos atuantes na rede pública de saúde em regiões com déficit de profissionais, e permite a vinda estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior sem a necessidade de revalidação do
diploma
. O governo prevê criar 10 mil postos de trabalho com a medida, além de 11.447 vagas em faculdades de medicina até 2017.Carta aberta
Na carta, divulgada nesta sexta-feira (19), a FCM afirma reconhecer que houve um crescimento maior dos serviços de saúde do SUS e da área privada do que a formação de médicos e diz aprovar a proposta de expansão de 10 mil vagas para a residência médica, “priorizando-se as áreas de especialidades mais necessárias ao SUS”. Além disso, a faculdade entende que a criação de até 4 mil vagas do curso de medicina em instituições públicas e privadas, por ano, seria suficiente.
Segundo a assessoria da Unicamp, a reunião de elaboração da carta foi conduzida pelo diretor da FCM, Mario José Abdalla Saad, com a presença do secretário de Saúde de Campinas e professor da FCM, Cármino de Souza, do pró-reitor de graduação da universidade, Luis Alberto Magna, entre outros.
O texto elaborado pelos representantes da FCM também critica a elevação da carga horária do curso de medicina e defende reforma curricular conforme diretrizes definidas pela Associação Brasileira de Ensino Médicas (Abem). Além disso, a Unicamp se diz favorável à criação de um ano inicial de residência para todas as áreas e especialidades médicas na Rede Básica de Saúde, “com supervisão de professores e à distância”. (Leia a carta na íntegra, em formato PDF).
“Mais Médicos” em Campinas
O prefeito Jonas Donizette (PSB), anunciou nesta sexta-feira a participação da cidade no programa mais médicos. Segundo a assessoria da administração municipal, Campinas não havia sido inserida na primeira etapa do programa porque não preenchia determinados critérios de vulnerabilidade. De acordo com a Secretaria de Saúde, o próximo passo é avaliar quais as unidades podem ser receber profissionais do programa federal.
Entre as cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), foram selecionados prioritariamente os municípios de Cosmópolis, Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. As prefeituras poderão se inscrever até o dia 25 de julho caso tenham interesse em receber os médicos do programa.
Fonte: G1.com
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