Lei cria programa de combate ao bullying nas escolas brasileiras
Publicada na edição do Diário Oficial da União desta segunda-feira (9), a nova lei entrará em vigor em 90 dias
A
presidente Dilma Rousseff sancionou lei que institui a prevenção do
bullying em escolas de todo o território nacional. O Programa de Combate
à Intimidação Sistemática, publicado na edição desta segunda-feira (9)
do Diário Oficial da União (DOU), entra em vigor em 90 dias.
Também está no rol de finalidades da lei "promover a cidadania, a
capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura
de paz e tolerância mútua" e "evitar, tanto quanto possível, a punição
dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que
promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento
hostil".
A norma considera bullying "todo ato de violência física ou
psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente,
praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o
objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima,
em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas".
De acordo com a lei, oito atos podem ser caracterizados como prática
sistemática de intimidação, humilhação ou discriminação: ataques
físicos; insultos pessoais; comentários sistemáticos e apelidos
pejorativos; ameaças por quaisquer meios; grafites depreciativos;
expressões preconceituosas; isolamento social consciente e premeditado; e
pilhérias.
Também há na lei menção ao cyberbullying, pelo qual são usados os
instrumentos da internet "para depreciar, incitar a violência, adulterar
fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento
psicossocial".
O texto estabelece que é dever do estabelecimento de ensino, dos
clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de
conscientização, prevenção, diagnóstico e combate à violência e à
intimidação sistemática. A lei ainda determina que deverão ser
produzidos e publicados relatórios bimestrais das ocorrências de
intimidação sistemática nos Estados e municípios para planejamento das
ações. (Com Estadão conteúdo)
Países se comprometem a aumentar investimento em educação até 2030
O
Marco de Ação Educação 2030 foi aprovado durante a Conferência Geral da
Unesco e determina investimento entre 4% e 6% do Produto Interno Bruto
(PIB) para a educação
O
Marco de Ação Educação 2030 foi aprovado por unanimidade na última
quarta-feira (4) durante a 38ª Conferência Geral da Organização das
Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que reuniu 195
países, em Paris. Entre as metas acordadas pelos presentes está o
investimento entre 4% e 6% do Produto Interno Bruto (PIB) para a
educação, a depender do tamanho do país e da demanda educacional.
O documento fornece uma orientação aos países para garantir
oportunidades educacionais igualitárias para todos. São propostas de
implementação, coordenação, financiamento e revisão das metas de
educação para os próximos 15 anos. Os elementos essenciais do Marco
foram acordados no Fórum Mundial de Educação de Incheon, na Coreia do
Sul, em maio deste ano, quando foram estabelecidos 7 objetivos globais
para a educação. A intenção é que os países se comprometam a ajudar a
cobrir globalmente o déficit de 40 bilhões de dólares para a educação,
principalmente nas regiões onde as necessidades são mais agudas. Metas nacionais - O Brasil é um dos países que
assumiu o compromisso. No entanto, de acordo com o Plano Nacional de
Educação (PNE), a meta brasileira é de investir pelo menos 10% do PIB na
educação até 2024. Atualmente, de acordo com o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil
investe 6,6% do PIB no setor.
A coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, disse
que o novo marco vai na mesma direção do PNE, fortalecendo ainda mais a
agenda educacional. "Um dos grandes desafios no Brasil, neste momento de
cortes orçamentários, é manter os recursos necessários para o conjunto
das metas do PNE e para as metas do Marco de Ação", disse. Continuidade - O documento foi aprovado por mais de
70 ministros, representantes dos estados-membros das Nações Unidas, de
agências multilaterais e bilaterais, da sociedade civil, de organizações
regionais, de docentes, da academia, da juventude e do setor privado.
O Marco de Ação Educação 2030 dará continuidade ao Marco de Ação de
Dakar, Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos,
firmado em 2000 por 164 países e que vigorou até este ano. De acordo com
a Unesco, um terço dos países conseguiu cumprir as metas e a falta de
recursos está entre os principais motivos dos demais não terem chegado à
meta. (Com Agência Brasil)
Renda familiar será fator de desempate em vestibulares de instituições públicas
A
nova norma, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira
(5)
A
presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que estabelece a renda como
critério de desempate em vestibulares de instituições públicas. A nova
norma, publicada na edição desta quinta-feira (5) do Diário Oficial da
União (DOU), altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
que regulamenta o sistema educacional público e privado do Brasil.
O texto determina que, se houver empate na nota dos exames, as
instituições públicas de ensino superior darão prioridade de matrícula
aos alunos que comprovarem ter renda familiar inferior a dez salários
mínimos, caso mais de um candidato se enquadre neste caso, a prevalência
é do que demonstrar a menor renda familiar.
A norma é resultado de um projeto de lei que havia sido aprovado pela
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos
Deputados, em setembro deste ano. (Com Estadão conteúdo)
MEC vai lançar processo seletivo para preencher 150 mil vagas na educação superior
O
anúncio foi feito nesta sexta-feira (4) pelo ministro da educação,
Aloizio Mercadante, durante a divulgação do Censo da Educação Superior
O
Ministério da Educação (MEC) vai lançar um Sistema de Seleção Unificada
(Sisu) para preencher 150.000 vagas remanescentes do ensino superior
público - 100.000 delas só em universidades federais. A decisão se deu
após a análise do Censo da Educação Superior 2014, divulgado nesta
sexta-feira (4), que apontou um número expressivo de vagas ociosas.
O ministro Aloizio Mercadante informou que, a partir do ano que vem,
os repasses do MEC às universidades não serão mais em função do número
de vagas, mas sim do total de matrículas efetivadas. "Por isso estamos
confiantes na adesão voluntária em massa das instituições. Quanto mais
vagas ocupadas, maiores serão suas receitas."
Atualmente, disse ele, as vagas remanescentes são ocupadas de forma
descentralizada, por iniciativas das próprias instituições. A nova
plataforma deve entrar no ar depois do Sisu convencional, previsto para
janeiro - há a possibilidade de que seja somente após os resultados do
ProUni e do Fies.
No dia 17, o MEC vai se reunir com a Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) para
definir os critérios da seleção. Além da nota no Exame Nacional de
Ensino Médio (Enem), deve ser levado em conta ao desempenho acadêmico do
candidato e avaliação do curso no qual ele está matriculado - para os
casos de alunos que queiram migrar da rede privada para a pública, por
exemplo. A região original do candidato também poderá ser um critério de
admissão. Por fim, se ainda sobrar lugar, a ideia é abrir o sistema a
pessoas já graduadas, que estejam buscando um segundo diploma. Censo - De acordo com o Censo da Educação Superior,
há 114.000 vagas remanescentes na rede federal, 36.000 na rede estadual e
26.000 na municipal. No ano passado, o número total de vagas
remanescentes era de 114.000. Todas as instituições públicas poderão se
credenciar para disponibilizar suas vagas no novo Sisu.
De acordo com os dados, o Brasil tinha em 2014 7.828.013 matrículas
no ensino superior, sendo 5.867.011 na rede privada e 1.961.002 na rede
pública. O número cresceu 224% em 15 anos devido, principalmente, ao
aumento da oferta de cursos particulares. No ano passado, um em cada
três alunos estavam matriculados na rede particular.
(Com Estadão Conteúdo)
USP é a 9ª melhor universidade dos países emergentes
Depois
da USP, as melhores colocadas da atual edição são a Universidade
Estadual de Campinas, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC-Rio) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
A
Universidade de São Paulo (USP) subiu da 10ª. para 9ª. posição no
ranking de instituições de países emergentes, feito pela revista
britânica Times Higher Education (THE), referência internacional de
qualidade de ensino superior. Na lista com 200 instituições, o Brasil
tem 14 representantes, o melhor desempenho da América Latina, mas fica
atrás de China (29), Taiwan (24) e Índia (16). A lista completa está no site da THE.
Depois da USP, as melhores colocadas da atual edição são a
Universidade Estadual de Campinas, na 24ª. posição, a Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na 43ª., e a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na 89ª. As outras dez
brasileiras no ranking são duas estaduais, duas particulares e seis
federais. A campeã do ranking, pelo terceiro ano consecutivo, é a
Universidade de Pequim, da China.
As 200 instituições da lista deste ano são de 35 países - de 48
nações analisadas. Na edição anterior, apenas 100 universidades
apareciam no ranking - o Brasil teve quatro representantes na ocasião. A
Universidade Estadual Paulista (Unesp), que na edição passada apareceu
no top 100 em 97ª., agora está no 122º. lugar.
Entre os 13 critérios analisados pela revista, estão o grau de
titulação dos professores, o impacto das citações em publicações
científicas, reputação e o nível de internacionalização das
universidades. A primeira edição do ranking de países emergentes da THE
foi divulgada em 2013. Naquele ano, a USP ficou fora do top 10, no 11º.
lugar. Ranking geral - Em setembro de 2015, a USP e a Unicamp apresentaram piora no ranking internacional
das melhores universidades do THE, que trouxe 800 melhores escolas de
ensino superior de 70 países. A USP ficou no grupo entre 251 e 300
melhores universidades. Depois da posição 200, as instituições são
organizadas em faixas de classificação. Na edição anterior, a USP estava
no grupo 201-225 e em 2012 chegou a ocupar o 158º. lugar. Já a Unicamp
saiu da faixa 301-350 das melhores universidades e migrou para o grupo
das 351-400. Desafios - Segundo Ellie Bothweel, da Times Higher
Education, o resultado indica que o Brasil precisa de ajustes para se
tornar mais competitivo nos próximos anos. "Diferente de China e Rússia,
o governo brasileiro não tem uma visão nacional da educação superior
dirigida a desenvolver o setor de pesquisa", afirma. "A crise econômica
no Brasil será um desafio enorme para as universidades que estão
enfrentando cortes de verba."
Além da falta de recursos, um entrave para alavancar as universidades
locais, aponta Ellie, é a dificuldade de oferecer salários mais
atrativos aos professores do ensino superior público, o que resultado em
perda de talentos. O país, para ela, também não tem uma política de
priorizar universidades top. A China, por exemplo, tem o objetivo de
colocar seis de suas instituições no grupo de líderes globais de ensino
superior até 2020. Posicionamentos - Em nota, a Unicamp classificou seu
resultado como "muito positivo" e destacou o avanço da 27.ª para a 24.ª
posição do ano passado para este. Ainda lembrou que outros países, como
a China, têm feito esforços para que suas universidades tenham
visibilidade internacional. Já no Brasil, diz a Unicamp, o foco é de
ampliar o acesso. Segundo a instituição, ainda não há impacto da crise
econômica nos desempenho, já que os indicadores usados são de 2013.
Já a Unesp informou que não caiu individualmente nos itens que são
considerados na análise do THE (ensino, pesquisa, citação,
internacionalização e indústria), mas que a piora vista no ranking se
deu pelos novos pesos atribuídos a cada item. De acordo com a nota, o
quesito que mais sofreu alteração foi indústria (inovação e relação com o
meio empresarial), que em 2013 tinha 2,5% de peso e passou para 10% de
peso em 2014. A universidade alegou que a concentração industrial na
região metropolitana de São Paulo é um indicador que não contribui para
quem tem seus cursos no interior do Estado, como a Unesp e, aliado a
isso, o setor agrícola, no qual a universidade é muito forte, não faz
parte da contagem.
Procurada, a USP ainda não se manifestou sobre o ranking. (Com Estadão Conteúdo)
Com pagamento atrasado, escolas devem suspender aulas do Pronatec
Desde
julho, escolas de todo o país estão sem receber os recursos do programa
e pretendem encerrar as aulas nesta sexta-feira (4)
Estudantes de cursos financiados pelo Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) devem ter as aulas suspensas nesta
sexta-feira (4). Desde julho, as escolas particulares de ensino não
recebem os recursos do programa e, sem o dinheiro, afirmam que terão que
interromper o semestre letivo, que deveria ser encerrado em 21 de
dezembro. Se as aulas forem suspensas, mais de 400 000 estudantes devem
ser prejudicados.
"Pouco a pouco, o setor particular de ensino está abandonando o
programa. Com os recursos incertos desde janeiro, algumas escolas já
encerraram os cursos ou modificaram o calendário e a tendência é que as
instituições que contrataram professores, compraram equipamentos,
montaram laboratórios e estão sem receber deixem de oferecer as aulas",
afirmou Amábile Pacios, diretora da Federação Nacional das Escolas
Particulares (Fenep), ao site de VEJA.
De acordo com a diretora, desde o início do ano, os repasses são feitos
de forma descontínua mas, desde julho, os depósitos deixaram de ser
feitos. "Devemos esperar até que o Pronatec se estabilize para voltar a
oferecer as aulas. Se recebermos os valores, temos como terminar o
semestre, mas, se isso não for feito, não há como manter os cursos", diz
Amábile.
A suspensão das aulas pode afetar alunos matriculados em 987 unidades
de ensino particular do país, um número que equivale a 6% do total de
alunos do programa.
O Ministério da Educação (MEC) não informou o valor dos pagamentos
atrasados e, em nota, afirmou que neste ano, foram liberados 2,316
bilhões de reais para o Pronatec. De acordo com o ministério, os
repasses programados dependem da liberação do Congresso Nacional e "a
previsão é de que novas liberações ocorram em dezembro." Revés - Em junho, o Pronatec já havia sofrido com cortes de 60% das vagas para este ano, devido à redução de 9,4 bilhões de reais no orçamento do Ministério da Educação.
Ao lançar a segunda etapa do Pronatec, em junho do ano passado, Dilma afirmou que teria como meta oferecer 12 milhões de vagas
até 2018. O número, superior às 8 milhões de matrículas da primeira
fase do programa, tinha a meta de ampliar o acesso a cursos técnicos e
profissionalizantes.
Contudo, de acordo com os dados do Ministério do Planejamento, a meta
atual é ofertar 5 milhões de vagas entre 2016 e 2019. Em 2014 foram
disponibilizadas 2,5 milhões de vagas e, neste ano, de acordo com o
Ministério da Educação (MEC), serão ofertadas mais 1,3 milhão. Assim,
até 2019, o volume total de vagas não deve ultrapassar os 6,3 milhões.
O número de 1,3 milhão de vagas oferecidas em 2015 é o menor desde o
lançamento do Pronatec que, em 2011, teve 770 000 matrículas. A redução
de 60% das vagas reflete o impacto do corte de 69,9 bilhões de reais no
Orçamento de 2015. Na pasta da Educação, a redução foi de 9,4 bilhões de
reais no orçamento. (Da redação)
Próxima etapa - A prova da segunda fase ocorrerá nos
dias 13 e 14 de dezembro, em 31 cidades paulistas, além de Brasília
(DF), Campo Grande (MS) e Uberlândia (MG). Para realizar o exame, os
participantes devem levar um documento com foto e uma caneta
esferográfica preta ou azul. A utilização de qualquer aparelho
tecnológico será proibida durante a realização dos exames.
No vestibular 2016, o Sistema de Reserva de Vagas para a Educação
Básica Pública (SRVEBP) garante um mínimo de 35% das vagas de cada curso
para alunos que tenham feito todo o Ensino Médio em escola pública. A
proporção deve chegar a 50% até o Vestibular 2018. Em 2015, cerca de 3
300 alunos de escolas públicas ingressaram na Unesp. (Da redação)
Segunda fase do vestibular da Unesp reúne 3,8 mil candidatos na região
Provas acontecem em Araraquara, Rio Claro e São João da Boa Vista. Portões das escolas serão fechados às 14h e prova terá 4h30 de duração.
Do G1 São Carlos e Araraquara
Mais de 3,8 mil candidatos devem prestar a 2ª fase da Unesp na região (Foto: Natália Oliveira/G1)
Começa neste domingo (13) a segunda fase do vestibular da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). Ao todo, 42.654
candidatos foram chamados para essa etapa e 3.889 realizarão as provas
em cidades da região. Araraquara vai receber 2.097 estudantes, Rio Claro
terá 1,2 mil e São João da Boa Vista, 592.
Em Araraquara, as provas serão aplicadas no prédio da Universidade Paulista (Unip), na Avenida Alberto Benassi, 200. Em Rio Claro,
o exame acontecerá no próprio campus da Unesp, na Avenida 24, e, em São
João, os candidatos foram divididos entre a Escola Coronel Cristiano de
Oliveira, localizada na Avenida Doutor Oscar Pirajá Martins, 90, e a
Escola Padre Josué Silveira de Mattos, na Rua Manoel Molina Martins,
355.
Em todas as unidades os portões serão fechados às 14h – a Vunesp
recomenda que os candidatos cheguem uma hora antes – e os estudantes
devem se apresentar portando documento original de identidade, lápis
preto (é proibido o uso de lapiseira), apontador, borracha, caneta
esferográfica de tinta azul ou preta fabricada em material transparente e
régua transparente.
A prova terá duração de 4h30 tanto neste domingo, quando a prova terá
questões de ciências humanas, ciências da natureza e matemática, quanto
na segunda (14), quando os alunos responderão questões de linguagem e
realizarão a redação.
Escolas públicas
Alunos que cursaram o ensino médio inteiro em colégios públicos terão
um benefício no vestibular da Unesp: cada curso tem um mínimo de 35% das
vagas garantidas a eles. A expectativa é de que, até o vestibular de
2018, a porcentagem chegue a 50%.
Conselho Monetário Nacional aprova juros mais altos para o Fies
Com decisão desta quinta (23), taxa passará de 3,4% para 6,5% ao ano. Mudança já havia sido anunciada pelo ministro da Educação em junho.
Débora CruzDo G1, em Brasília
Fies tem nova taxa de juros oficializada no CMN (Foto: Reprodução)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira (23) a
elevação da taxa de juros do Fundo de Financiamento ao Estudante do
Ensino Superior (Fies) de 3,4% para 6,5% ao ano. A mudança já havia sido anunciada em junho pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e foi agora oficializada pelo CMN.
De acordo com o governo federal, a taxa de 6,5% ao ano valerá apenas
para novos contratos. A justificativa para a elevação é "realizar um
realinhamento da taxa de juros devido ao cenário fiscal e à necessidade
de ajuste fiscal", informou o Ministério da Fazenda, em nota.
"Essa alteração continuará permitindo a oferta de financiamento no
âmbito do Fies a juros subsidiados, uma vez que a taxa de 6,5% continua
menor que a taxa de mercado. Além disso, a medida contribuirá para a
sustentabilidade do programa", justifica a nota.
O Fies financia cursos de ensino superior de estudantes brasileiros em
instituições privadas, sendo que os alunos só precisam começar a pagar o
valor financiado dois anos após concluírem o curso.
Veja abaixo as principais mudanças no Fies:
TAXA DE JUROS
COMO SERÁ: 6,5% ao ano.
ANTERIOR: Antes, até outubro de 2006, eram de 9%. Depois, até agosto de
2009, passou a ficar entre 3,5% e 6,5%. Desde março de 2010, os juros
são de 3,4% ao ano.
JUSTIFICATIVA: Ministérios dizem que buscam "fortalecer a
sustentabilidade do programa, para que, no médio prazo, novos alunos
sejam financiados pelos formados". Outra razão é corrigir distorção com o
mercado de crédito. TETO DA RENDA FAMILIAR
COMO SERÁ: Limite é a renda per capita de 2,5 salários mínimos.
ANTERIOR: Renda familiar bruta de 20 salários mínimos.
JUSTIFICATIVA: "O Fies é para os estudantes que são mais pobres e
precisam de financiamento. Não é mais (a família com renda de) até R$ 15
mil que tem direito ao Fies, são valores mais baixos, mas que ainda
atingem muitas pessoas", afirmou o ministro da Educação. O governo diz
que 90% das famílias brasileiras estão no novo limite de renda. PRIORIDADES PARA CURSOS DE TRÊS ÁREAS
COMO SERÁ: As áreas de engenharias, formação de professores (licenciaturas, pedagogia ou normal superior) e saúde serão prioritárias.
ANTERIOR: Não havia definição de critério.
JUSTIFICATIVA: Cursos são considerados estratégicos para o
desenvolvimento do país ou para atendimento de demandas sociais. Alunos
de outros cursos continuarão a ser atendidos. CURSOS COM NOTAS ALTAS TERÃO PRIORIDADE
COMO SERÁ: Foco serão os cursos com notas 5 e 4 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
ANTERIOR: Ministério da Educação
(MEC) exigia avaliação positiva no Sinaes. No primeiro semestre, passou
a adotar o critério e cursos com nota 4 ou 5 somaram 52% dos
financiamentos.
Gastos do governo com o Fies*
Veja a evolução dos gastos do governo federal para custear os contratos de financiamento estudantil *O dado de 2015 é parcial e deconsidera os gastos das 61,5 mil vagas a serem oferecidas no 2º semestre
Fonte: MEC/FNDE
JUSTIFICATIVA: Ministério diz que cursos com nota três no Sinaes ainda
serão financiados, mas em patamares menores do que os das áreas
consideradas prioritárias. PRIORIDADE PARA TRÊS REGIÕES
COMO SERÁ: Será priorizado o atendimento de alunos matriculados em
cursos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo Distrito
Federal).
ANTERIOR: Não havia recorte de prioridade para regiões ou estados. E
60% dos contratos eram com estudantes de estados do Sul, do Sudeste ou
Distrito Federal.
JUSTIFICATIVA: Ministério diz que decisão se soma a "outras várias
políticas sociais federais que buscam corrigir as desigualdades
regionais". Alunos de outros estados continuarão a ser atendidos, mas em
patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias. VALIDADADE DAS MUDANÇAS
COMO SERÁ: Mudanças só valerão para os próximos contratos.
JUSTIFICATIVA: "Você não pode mudar um contrato por vontade unilateral.
O governo firmou um contrato com milhões de estudantes com determinadas
regras, e essas regras serão mantidas e respeitadas", disse o ministro
Renato Janine Ribeiro. NOTAS MÍNIMAS NO ENEM
COMO SERÁ: Alunos precisam de 450 pontos na média do Enem e nota diferente de zero na redação.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só era preciso ter prestado o exame.
JUSTIFICATIVA: A iniciativa busca aumentar o nível dos profissionais
formados com apoio do financiamento público, de acordo com o governo. UNIVERSIDADES DARÃO DESCONTO EM MENSALIDADES
COMO SERÁ: Instituições participantes vão oferecer um desconto de 5%
sobre a mensalidade para os estudantes com contrato do Fies.
ANTERIOR: Estudante pagava a mensalidade mais barata cobrada na instituição pelo curso.
JUSTIFICATIVA: "O governo é um grande comprador de cursos pelo Fies. Ao
ser um grande comprador ele deve se beneficiar de descontos que são
dados de modo geral quando você compra em grandes quantidades.
Calculando 5%, quer dizer que três mil vagas das 61,5 mil são geradas
por essa nova economia", afirmou o ministro.
Fies em números
A quantidade de novos contratos do Fies aumentou quase dez vezes entre 2010 e 2014
Fonte: MEC/FNDE
PRAZO PARA PAGAMENTO
COMO SERÁ: Três vezes a duração do curso.
ANTERIOR: Até 2010, era de duas vezes a duração. CRITÉROS DE DESEMPATE
COMO SERÁ: I - maior nota na redação;
II - maior nota na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; III
- maior nota na prova de Matemática e suas Tecnologias; IV - maior nota
na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e V - maior nota
na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano.
Antes, só era preciso ter prestado o exame. Não havia critério de
desempate. Crescimento do Fies
A reformulação do Fies em 2015 ocorreu depois de o programa crescer de
forma exponencial nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o MEC precisou fazer
ajustes no orçamento diante de cortes do ajuste fiscal.
Segundo o FNDE, o Fies gastou R$ 13,7 bilhões em 2014.
Entre fevereiro e agosto do ano passado, o governo federal publicou
três medidas provisórias para abrir crédito extraordinário para o Fies,
que passou a atender também alunos de mestrado, doutorado e cursos
técnicos.
Para conter gastos, o MEC decidiu limitar o prazo para pedido de novos
contratos (antes, era possível entrar com a solicitação em qualquer
momento do semestre letivo), vincular a aceitação do pedido de
financiamento a cursos com notas mais altas nos indicadores de
qualidade, privilegiar instituições de ensino fora dos grandes centros e
exigir que os estudantes interessados em contratos de financiamento do
governo tivessem média de pelo menos 450 pontos no Enem.
As novas restrições no programa, porém, se depararam com a crescente
demanda dos estudantes, e o resultado foi um período de instabilidade no
sistema, devido à grande procura por novos contratos, e o esgotamento
da verba do Fies de todo o ano de 2015 para novos contratos.
O orçamento do Fies para novos contratos durante todo o ano de 2015 era
de R$ 2,5 bilhões e, segundo o ministro, essa verba foi gasta
inteiramente para atender aos 252.442 novos contratos fechados no prazo
do primeiro semestre. Segundo o MEC, 178 mil pessoas tentaram celebrar
novos contratos e não conseguiram.
Por isso, a segunda edição do programa para novos contratos ficou
indefinida até que o governo federal finalizasse o reajuste
orçamentário.
UnB faz registro dos aprovados em 2ª chamada no vestibular; veja lista
São 145 nomes; prova aconteceu nos dias 6 e 7 de junho. Aulas começam em 10 de agosto e vão até 14 de dezembro.
Do G1 DF
Universidade de Brasília (Foto: Marcelo Brandt/G1)
A Universidade de Brasília realiza nesta sexta-feira (24) o registro
acadêmico dos 145 aprovados em segunda chamada no vestibular de 2015. A
prova aconteceu nos dias 6 e 7 de junho. A consulta pode ser feita no site do Cespe, que organizou a seleção.
Segundo o calendário acadêmico disponível no site da UnB, as aulas do
segundo semestre começam em 10 de agosto e se estendem até 14 de
dezembro. O vestibular ofertou vagas nas unidades do campus Darcy
Ribeiro, no Plano Piloto, e também em Planaltina, Ceilândia e Gama.
De acordo com a UnB, medicina continua como o curso mais concorrido,
com 97,17 candidatos por vaga. Depois, a maior procura foi por direito
diurno (11,47) e odontologia (10,87). Todos são oferecidos no campus
Darcy Ribeiro. Em Ceilândia, o curso mais procurado é de fisioterapia;
em Planaltina, é o de gestão ambiental; e no Gama é engenharia.
Regra rígida
No momento da inscrição, os candidatos precisaram anexar cópia do
certificado de conclusão do curso. Foi a primeira vez que a UnB adotou a
regra, para evitar problemas judiciais com alunos que ainda cursam o
ensino médio.
Estudantes que não concluíram a educação básica e estão matriculados
até o fim do ano só puderam participar do vestibular como treineiros. A
mudança nas regras tenta evitar diplomas falsificados ou a conclusão
irregular em supletivos, segundo a UnB. A universidade afirma que esses
recursos são utilizados por alunos que passavam no vestibular sem
concluir o terceiro ano.
"Este é um mecanismo de controle para a universidade garantir o
cumprimento da legislação, que prevê a conclusão do ensino médio como
requisito para ingressar no ensino superior", afirmou o decano de Ensino
de Graduação da UnB, Mauro Rabelo, em texto publicado pela instituição
em junho.
Jovem supera dezenas de estudantes e ganha bolsa para curso nos EUA
Leonardo dos Santos, de 16 anos, é morador de São Vicente, litoral de SP. Adolescente sonha em fazer faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Guilherme Lucio da RochaDo G1 Santos
Leonardo viajará para os Estados Unidos em agosto (Foto: Leonardo Silva/Arquivo Pessoal)
Um jovem de 16 anos, morador da comunidade México 70, em São Vicente,
no litoral de São Paulo, conquistou a oportunidade de estudar nos
Estados Unidos, a partir de agosto deste ano. O estudante Leonardo dos
Santos Silva ganhou uma bolsa de uma ONG americana para cursar parte do
Ensino Médio no estado americano do Texas.
O adolescente explica que ficou sabendo da oportunidade na escola.
"Inicialmente, era preciso fazer uma prova pela internet e preencher
alguns requisitos, como renda mínima e boas notas. Eu não acreditava
muito, mas quando passei por essa fase, passei a botar fé", lembra.
Após a primeira etapa, Silva viajou a São Bernardo do Campo para
participar da última seleção, com dezenas de jovens. O estudante
realizou provas escritas e dinâmicas, além de uma entrevista. Dias
depois, foi anunciado como o escolhido.
Silva estuda na Etec Ruth Cardoso e mora com a mãe, a diarista Natalina
dos Santos Ferreira, de 52 anos, e com um irmão. A renda familiar gira
em torno de R$ 1 mil. "Sei que, em condições normais, dificilmente teria
a chance de fazer essa viagem", comenta o estudante.
O jovem acredita que essa é a chance da sua vida. "Já estudo inglês há
algum tempo, e essa viagem vai ser importante para eu ter fluência na
língua. Vou ficar em uma casa de família. É um lugar totalmente
diferente, com uma cultura diferente. Vai ser um bom aprendizado",
explica.
Com o sonho de fazer faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Leonardo não
descarta morar no Texas. "Eu gostaria de viver nos Estados Unidos, mas
não tenho essa pretensão no momento. Quero voltar melhor do que fui e
começar uma carreira profissional", finaliza.
Leonardo é morador da comunidade México 70, em São Vicente (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Fatecs divulgam lista de classificação geral do vestibular de meio de ano
Matrícula dos convocados deve ser feita entre esta quarta e quinta. Segunda chamada será divulgada na sexta-feira (24).
Do G1, em São Paulo
O Centro Paula Souza divulgou, na manhã desta terça-feira (21), o
resultado do vestibular do meio de ano das Faculdades de Tecnologia
(Fatecs) do Estado de São Paulo. A lista de classificação geral está
disponível no site oficial do processo seletivo, e os candidatos que estiverem na lista devem fazer a matrícula entre esta quarta (22) e quinta-feira (23).
A lista da segunda chamada será divulgada na próxima sexta (24),
segundo o Centro Paula Souza. Porém, ela só estará disponível
presencialmente nas unidades das Fatecs.
A prova do vestibular aconteceu no dia 5 de julho e teve cinco horas de
duração. Os candidatos tiveram que fazer uma redação e responder a 54
questões de múltipla escolha, cada uma com cinco alternativas. Foram 40
perguntas com conteúdo de ensino médio das disciplinas biologia, física,
geografia, história, inglês, matemática, química e português, e nove
interdisciplinares. As cinco questões restantes eram de raciocínio
lógico.
'É difícil manter os investimentos', diz ministro da Educação sobre crise
Janine disse, porém, que cortes só afetam projetos futuros do MEC. Ministros da Educação e da Ciência estiveram em evento da Obmep 2014.
Cristina BoeckelDo G1 Rio
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, admitiu na tarde desta
segunda-feira (20) que a crise econômica afetou parcialmente a educação,
mas disse que os estudantes não sentiram este impacto, pois ele estaria
relacionado somente aos projetos futuros da pasta. "Neste momento, é
difícil manter todos os investimentos, todos os gastos do governo.
Porque a arrecadação está menor. Mas isso não nos impede de nos preparar
todos para que logo a economia recupere o viés de alta, recuperarmos os
programas que tinham sido adiados", afirmou o ministro durante
entrevista concedida após a entrega das medalhas de ouro da Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), no Rio.
O ministro negou que a crise tenha afetado o Fies ou qualquer outro
programa relacionado ao ingresso de estudantes no ensino superior. "No
total, 900 mil estudantes ingressam no ensino superior por ano graças
aos programas do governo federal"
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, confirmou as
palavras de Janine e afirmou que não aconteceu nenhum corte em bolsas
relacionadas a pasta. "Não houve corte em nenhum programa essencial.
Nenhuma bolsa paga pelo Cnpq deixou de ser cumprida. Nenhuma bolsa já
comprometida deixará de ser paga."
'Festa da inteligência'
Em discurso na premiação das medalhas de ouro da Obmep, Rebelo afirmou
que os bons resultados dos 501 estudantes premiados é, acima de tudo,
dos professores e dos pais dos estudantes que os auxiliaram no processo
de estudo. "O professor tem o papel de romper as barreiras para que o
talento destes estudantes ganhe o mundo," afirmou ele.
O ministro ainda lembrou que o país também deve voltar seus esforços
para populações que ainda não tem acesso ao conhecimento matemático e
citou algumas populações indígenas do país.
Janine, por sua vez, definiu o evento como uma "festa da inteligência".
Ele afirmou que o evento mostra o avanço da educação no Brasil para
beneficiar populações que, historicamente, são excluídas.
Os ministros participaram da Cerimônia Nacional de Premiação da 10ª
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep 2014). Na
cerimônia foram entregues 501 medalhas de ouro a alunos vindos de
várias partes do país e que se destacaram na competição. Entre os
premiados, destacou-se a delegação de Minas Gerais, que teve 153
medalhistas de ouro. A segunda mais numerosa foi a de São Paulo, com 86
medalhas de ouro.
Os ministros Renato Janine Ribeiro e Aldo Rebeldo entregam medalhas da Obmep 2014, no Rio (Foto: Cristina Boeckel/G1)
Força feminina
César Camacho, diretor geral do Instituto Nacional de Matemática Pura
Aplicada (Impa), lembrou que a prova surgiu a partir de um teste
realizado no estado do Ceará nos anos de 2003 e 2004, que serviu de
modelo para a primeira edição da prova nacional, em 2005, que contou com
a participação de cerca de 10 milhões de estudantes. Ele afirmou ainda
que a prova dá aos estudantes a noção de que são competitivos em nível
nacional.
"O número de escolas cresce cada vez mais. Atualmente são cerca de 18
milhões de participantes", completou Camacho, que afirmou que possui a
perspectiva de que o exame seja ampliado para os alunos do 4 e 5 ano do
ensino fundamental.
Camacho ressaltou ainda o esforço das campeãs do sexo feminino, que
muitas vezes enfrentam a barreira de preconceito e de famílias, que não
querem que suas filhas estudem longe de casa em busca de uma formação
superior. "As famílias, por fim, se rendem diante das evidências de que
têm verdadeiras joias em casa."
Cláudio Landim, coordenador geral da Obmep, ressaltou que as escolas
que se envolvem mais com a competição acabam por possuir melhores notas
na disputa e no Enem. Ele citou exemplos de melhora em escolas de
cidades de cinco mil habitantes em Minas Gerais e no Piauí, além da
periferia de Manaus. "A Obmep é mais do que uma prova, é um instrumento
de mobilidade social", definiu Landim.
Alegria dos campeões
Daniel Pinheiro, de 18 anos, veio de Jacundá, no Pará, para comemorar a
quarta medalha na Obmep. Estudante da Escola Estadual Maria da Glória
Rodrigues Paixão, ele afirma que a conquista ainda o deixa emocionado.
"Estar aqui é um grande êxtase. Eu estudo bastante para a Obmep desde a
primeira vez. Agora eu quero estudar engenharia mecânica ou matemática".
Ana Paula Lopes Schuch, de 17 anos, celebrou a sua terceira medalha de
ouro na Obmep. Para ela, a premiação é um estímulo para seguir em
frente. "A cerimônia é legal e o clima da premiação é bacana e nos
estimula a estudar mais," conta a jovem, estudante do Colégio Militar de
Porto Alegre, que pensa em estudar engenharia.
Universidade Estadual de Londrina anuncia novo calendário acadêmico
Ano letivo de 2015 será encerrado no dia 4 de março de 2016. Inscrições do Vestibular de 2016 abrem no dia 8 de setembro.
Do G1 PR
Calendário de 2015 será encerrado em março de 2016 (Foto: Gilberto Abelha/UEL/Divulgação)
A Universidade Estadual de Londrina
(UEL), no norte do Paraná, divulgou, nesta segunda-feira (20), o novo
calendário acadêmico, após o fim da greve dos professores. As datas
foram definidas em uma reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão. Com o novo calendário, o ano letivo de 2015 vai se encerrar
apenas no dia 4 de março de 2016.
As aulas do primeiro semestre devem seguir até 25 de setembro. Entre 1°
e 6 de outubro os estudantes terão um breve período de férias. As aulas
do segundo semestre começam no dia 7 de outubro e terminam no dia 4 de
março de 2016.
O recesso acadêmico será realizado entre 23 de dezembro e 6 de janeiro
de 2016. As aulas do primeiro semestre de 2016 começam no dia 11 de
abril.
Vestibular
Durante a reunião, os conselheiros também definiram a data do Vestibular da UEL.
As inscrições para o processo seletivo serão feitas entre 8 de setembro
e 8 de outubro. A primeira fase está marcada para o dia 6 de dezembro, e
a segunda para 31 de janeiro, 1° e 2 de fevereiro de 2016. O resultado
será publicado no dia 21 de março.
A partir do próximo vestibular, a UEL também vai selecionar alunos pelo
Sistema de Seleção Unificado (Sisu). Em reunião durante a tarde desta
segunda-feira, dos 54 cursos disponibilizados pela instituição, 29
aderiram a nova forma de seleção. A universidade disponibiliza, todos os
anos, 3.090 novas vagas, destas 580 serão destinadas para o Sisu.
Os cursos que não aderiram ao Sisu são: serviço social, relações
públicas, odontologia, música, medicina veterinária, medicina, letras
português, letras inglês, jornalismo, arquitetura e urbanismo, artes
visuais, ciências da computação, ciências biológicas, design de moda,
design gráfico, direito, engenharia civil e engenharia elétrica.
Ciência sem Fronteiras é 'bom' para 53% dos bolsistas e 'fraco' para 5%
Dados foram apresentados em conferência promovida em São Carlos (SP). Estudantes beneficiados elogiam o programa, mas cobram mais fiscalização.
Stefhanie PiovezanDo G1 São Carlos e Araraquara
Evento na UFSCar reuniu ex-bolsistas, professores e agências (Foto: Stefhanie Piovezan/G1)
Dados apresentados nesta quinta-feira (16), na 67ª reunião anual da Sociedade para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Carlos
(SP) mostram que os bolsistas do Ciência sem Fronteiras (CsF) aprovam o
programa, mas em 24% dos casos não conseguem aproveitar as disciplinas
cursadas no exterior.
O levantamento foi apresentado por Geraldo Nunes Sobrinho,
representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e por Adalberto Luís Val, da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com base em
entrevistas com 20.879 bolsistas de graduação.
Questionados sobre o desempenho geral, 53% dos jovens classificaram o
programa como “bom”. Para 18% ele é “ótimo”, para 22% o CsF é “regular”,
5% avaliaram como “fraco” e 1% como “péssimo”.
Também foi feita uma pesquisa com 6.915 coordenadores das instituições
de origem. Para eles, o desempenho acadêmico dos estudantes no exterior
foi “bom” em 54% dos casos. Em seguida vêm “ótimo” (26%), “regular”
(15%), “fraco” (4%) e “péssimo” (1%).
Questionados se a bolsa foi relevante para a formação pessoal e
acadêmica dos alunos, eles disseram que foi “ótima” em 50% dos casos e
“boa” em 41%. “Regular” ficou com 7% e “fraca” teve 2%. Em 98% dos casos
os estudantes retomaram suas atividades na universidade.
Outro ponto apresentado pelas agências foi o aproveitamento das
disciplinas. Uma pesquisa com 814 bolsistas do programa mostrou que 68%
das matérias foram aproveitadas totalmente, 8%, parcialmente e 24% não
foram aproveitadas.
Segundo o balanço, o principal motivo para o não aproveitamento dos
créditos foi a indisponibilidade das matérias na grade da instituição
brasileira. O quesito desempenho insatisfatório/reprovação do aluno
representou 12% do total. Fiscalização
Antes da apresentação, ex-bolsistas contaram suas experiências e
avaliaram o programa. Eles elogiaram os intercâmbios, mas recomendaram
mais fiscalização. Também compartilharam a preocupação com um possível corte do auxílio para a compra de livros.
Reunião anual da SBPC acontece até este sábado em São Carlos (SP) (Foto: Fábio Rodrigues/G1)
Cintia Akie Nakano, estudante de estatística da UFSCar, foi para a
Soongsil University, na Coreia do Sul. “Por que Coreia? Por ser
referência mundial em educação, ter universidades de ponta, pelo desafio
de lidar com dois idiomas”, pontuou.
A estudante contou que fez dois estágios e voltou com um certificado de
prioridade para trabalhar na Hyundai no Brasil quando se formar.
“Trouxe de volta uma cultura de planejamento”, afirmou. “Você volta para
o Brasil com outra visão, você quer mais, não consegue ficar quieto",
disse. Ela, contudo, criticou a falta de monitoramento das matérias
cursadas. “Na Coreia não tinha fiscalização, dependia muito dos próprios
alunos”.
Relatos
Marcos Pereira dos Santos, aluno de biotecnologia da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar), passou um ano no Canadá. Ele escolheu o
país com base no ranking das melhores instituições em sua área e
comentou algumas diferenças entre os sistemas. Enfatizou o alto padrão
de infraestrutura, a existência de vários processos de avaliação durante
o semestre e a preocupação com a sanidade mental dos alunos. Mencionou
que há, por exemplo, atividades com filhotes de cachorros e um carro
velho que pode ser martelado pelos estudantes, tudo para aliviar o
estresse.
Também elogiou o complexo de lazer e esportes e o centro de saúde
abertos aos universitários e contou que, no Canadá, não há a
possibilidade de cursar uma matéria sem relação com o curso de origem
apenas para cumprir créditos. Um órgão regula os pedidos e avalia a
ligação.
Há os casos de gente que vai
fazer turismo, que a imprensa divulga, mas não é só isso (...). Acham que é só para jovens,
mas tem para a terceira
idade também"
José Aleixo, professor
No período de intercâmbio, Marcos fez estágio no Centro Canadense de
Neurociência Comportamental, onde conviveu com pessoas de diferentes
nacionalidades, e afirmou que esse contato incrementou seu inglês e
resultou no enriquecimento cultural.
Professor do departamento de Ciência Florestal da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, José Antônio Aleixo da Silva representou os
pesquisadores contemplados pelo programa e também relatou sua
experiência.
“Acham que é só para jovens, mas tem para a terceira idade também”,
brincou ele, que fez pós-doutorado na Technische Universität Berlin.
“Há os casos de gente que vai fazer turismo, que a imprensa divulga,
mas não é só isso”, disse. “É um programa muito bom, deve ser
incentivado. É um projeto que é realidade, vai ajudar o Brasil”,
completou. “Fui, adorei e recomendo”.
Para onde vai?
Integrante da primeira leva de alunos do CsF, Guilherme de Rosso Manços
aproveitou a mesa para lançar reflexões sobre o futuro profissional dos
participantes e Helena Nader, presidente da SBPC, comentou a obrigação
dos ex-bolsistas. Para ela, eles devem compartilhar suas experiências
para contribuir com a melhoria do ensino brasileiro.
Sobrinho também cobrou os universitários. “Uma palavra que foi dita
aqui talvez resuma muita coisa: inquietar. O bolsista do programa deve
inquietar a sociedade, as universidades, os pesquisadores. Os alunos têm
a obrigação de provocar essa inquietação, inquietar as estruturas que
estão aí no sentido positivo”.
Resultado foi anunciado nesta quinta-feira (23); provas foram em julho. Campus fica em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador.
Do G1 BA
Vestibular da UEFS, na BA, começou no domingo (Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade)
O resultado do vestibular da Universidade Estadual de Feira de Santana
(Uefs) foi divulgado nesta quinta-feira (23). As provas foram aplicadas
entre os dias 12 e 14 de julho.
A lista também está fixada em murais do prédio da Administração Central
do Campus Universitário. De acordo com a Uefs, a matrícula deve ser
feita entre 27 de agosto e 4 de setembro, em dias pré-determinados por
curso. Confira os gabaritos abaixo: 1º dia de provas - Gabarito 2º dia de provas - Gabarito 3º dia de provas - Gabarito
Nos três dias de realização de provas, o índice total de abstenções foi
de 17,75%, o que significa que, dos 10.623 candidatos inscritos, 1.886
não compareceram. Nove candidatos foram excluídos por porte indevido de
telefones celulares, quatro deles somente no primeiro dia de provas.
Estudantes que vão prestar vestibular da UEFS neste dominfgo (12), em Feira de Santana
(Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade)
Vestibular
Foram oferecidas 870 vagas distribuídas em 25 cursos.O número de vagas
preenchidas pode ser ainda maior, já que são oferecidas duas a mais, por
curso, para candidatos que comprovadamente residam em comunidades
indígenas e quilombolas.
Do total de vagas, 50% são destinadas a candidatos que tenham cursado,
em escolas públicas, pelo menos dois anos do ensino fundamental 1 (6º ao
9º ano) e os três anos do ensino médio. Destas vagas, 80% são
reservadas às pessoas que se declaram afrodescendentes.
Vagas para Medicina, Farmácia e Licenciatura em Música voltam a ser
oferecidas no próximo vestibular (ProSel 2016.1), pois esses cursos têm
seleção realizada apenas uma vez ao ano, segundo a UEFS.
OAB divulga locais de prova da primeira fase do XVII Exame de Ordem
Prova será realizada no dia 19 de julho, das 13 às 18h, horário de Brasília. Candidatos terão de responder 80 questões de múltipla escolha.
Do G1, em São Paulo
Calendário do XVII Exame da OAB
Realização da 1 ª fase (prova objetiva)
19 de julho
Divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva
19 de julho
Resultado preliminar da 1ª fase
4 de agosto
Prazo recursal contra o resultado preliminar da 1ª fase
5 a 8 de agosto
Divulgação do gabarito definitivo da 1ª fase
21 de agosto
Divulgação do resultado final da 1ª fase (prova objetiva)
21 de agosto
Divulgação dos locais de realização da prova (prático–profissional)
4 de setembro
Realização da 2ª fase (prova prático–
profissional)
13 de setembro
Os candidatos que irão fazer a primeira fase do XVII Exame de Ordem
Unificado já podem consultar os locais de prova. A Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) divulgou os locais de prova.
VEJA OS LOCAIS DE PROVA DA 1ª FASE
A prova objetiva será realizada no dia 19 de julho, das 13 às 18h,
horário de Brasília, e é composta por 80 questões de múltipla escolha
sobre disciplinas profissionalizantes obrigatórias e integrantes do
currículo mínimo do curso de direito, além de direitos dumanos, Código
do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, direito ambiental,
direito internacional, Filosofia do direito, Estatuto da Advocacia e da
OAB, seu Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB.
O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharéis em direito, ainda que
pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição
regularmente credenciada. A aprovação é requisito necessário para a
inscrição nos quadros da OAB como advogado.
Segunda fase
A segunda fase será no dia 13 de setembro, com uma prova
prático-profissional composta por quatro questões discursivas e uma peça
profissional na área do direito em que optaram no momento da inscrição:
direito administrativo, direito civil, direito constitucional, direito
empresarial, direito penal, direito do trabalho ou direito tributário e
do seu correspondente direito processual.
A aprovação é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB
como advogado. Podem participar do Exame de Ordem estudantes do último
ano do curso de graduação em direito ou dos dois últimos semestres. Quem
passou na primeira fase do último exame mas não foi aprovado na segunda
fase, pode solicitar a participação direta na segunda fase desta nova
edição.
Sisutec tem 211 mil candidatos inscritos para cursos do Pronatec
Número é menor que os 345 mil inscritos na edição de 2014. Sisutec vai oferecer 83.641 vagas em 515 municípios.
Do G1, em São Paulo
O Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica
(Sisutec) recebeu 211.897 candidatos inscritos para os cursos do
Programa Nacional do Ensino Técnico (Pronatec),
de acordo com o Ministério da Educação (MEC). O total de inscritos é
38,8% menor que a edição do ano passado. Em 2014, 345 mil candidatos se
inscreveram.
As inscrições começaram na segunda-feira (29) e terminaram às 23h59 de sexta-feira (3).
O Sisutec
reúne vagas para cursos de ensino técnico tanto na rede pública quanto
na privada. No caso da rede particular, se contemplado, o aluno terá
bolsa de estudo
O curso de técnico em segurança do trabalho foi o mais procurado pelos
estudantes que se cadastraram. Ao todo, foram 72.238 inscrições. Na
sequência aparece técnico em logística, com 51.778 inscrições.
Cerca de 50% dos inscritos, 106.378, são da região Nordeste. Minas
Gerais foi o estado com maior procura, tendo 21.928 candidatos. Na
sequência, aparecem Bahia e Pernambuco com 21.102 e 20.275,
respectivamente.
A segunda chamada de aprovados será divulgada na terça-feira (14). Os
estudantes que tenham concluído o ensino médio entre 2012 e 2014 podem
concorrer às vagas remanescentes entre 20 de julho e 2 de agosto.
O início das aulas ocorre entre os dias 3 e 31 de agosto. Neste ano o Sisutec oferece 83.641 vagas em 515 municípios de todos os estados e no Distrito Federal.
Cursos técnicos
A seleção é feita a partir do desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014. Para concorrer, o aluno não pode ter tirado zero na redação.
Entre as vagas oferecidas nesta seleção, 85% serão destinadas para
estudantes que, independentemente de renda per capita familiar, tenham
cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em
instituições privadas, na condição de bolsista integral.
Além disso, metade dessas vagas serão reservadas para alunos com renda
per capita de até 1,5 salário mínimo. Mas, para ocupar uma dessas vagas,
não é permitido que o aluno continue matriculado em outro curso técnico
de nível médio ou superior, ou curso de graduação, em instituições
públicas ou privadas como bolsista.
O Sisutec tem um modelo parecido ao do Sistema de Seleção Unificada
(Sisu), usado pelo MEC para selecionar alunos para vagas em cursos de
graduação. Pela internet, os estudantes que fizeram o Enem usam seus
dados do exame (número de inscrição e senha) para se inscreverem no
sistema. Lá, poderão escolher até duas opções de cursos, dentro das
modalidades de concorrência (ampla concorrência ou pelas cotas).
'Ajuste fiscal é realidade', diz ministro da Educação sobre cortes
Em entrevista à BBC Brasil, Renato Janine Ribeiro diz
trabalhar para que corte de gastos do governo não afete essência dos
programas da pasta – que teve redução de 19% em seu orçamento.
João FelletDa BBC Brasil
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Nomeado há três meses para conduzir a área que a presidente Dilma Rousseff diz ser sua prioridade, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirma trabalhar para que o ajuste fiscal não afete a essência dos programas da pasta.
"Tem-se menos dinheiro, então o que estamos fazendo é procurar
preservar ao máximo possível a qualidade dos programas, a essencialidade
dos programas, e escalonar o que não possa ser feito neste ano para
fazer no futuro", diz Janine à BBC Brasil.
Sua pasta teve um corte de 19% no seu orçamento para 2015.
Ele afirma ainda que, por causa do corte nos gastos do governo, o
ministério tem buscado "reavaliar projetos e programas em andamento para
ver onde podem ser aprimorados".
Em entrevista na semana passada, quando acompanhava a presidente em sua
visita pela Califórnia, Janine questionou críticas ao ministério pelo
atraso de bolsas a alunos de pós-graduação.
Segundo ele, "muitas das queixas não procedem". "As pessoas querem uma
prorrogação da bolsa quando isso não está nas regras, pedem exceção."
Ele disse ainda que atrasos nos pagamentos do Ciência Sem Fronteiras
nos Estados Unidos, principal parceiro do programa que financia a ida de
alunos brasileiros a universidades estrangeiras, já foram sanados.
O ministério chefiado por Janine é tema do slogan do segundo mandato de Dilma, "Brasil: Pátria Educadora". Professor de ética e filosofia política na USP, ele diz que o principal objetivo de sua gestão é melhorar o ensino básico.
"Hoje temos no Brasil uma loteria perversa pela qual uns nascem com
todas as chances, e outros nascem sem chances. Temos que igualar as
oportunidades das pessoas ao nascimento."
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
BBC Brasil - O que o senhor está achando da vida de ministro? Renato Janine Ribeiro -
É muito puxada. Quando você está no meio da pesquisa, você fixa seus
próprios horários, tem sua própria agenda. Mas quando está num cargo
público, tem uma responsabilidade muito grande com a demanda que vem de
fora. Tanto com questões pontuais quanto com aqueles projetos
estruturantes, que são realmente o essencial.
Não é somente uma questão de ter muito mais tempo ocupado, mas de
conseguir, diante das crises momentâneas que sempre pipocam, tempo e
espaço para articular o presente e o futuro.
BBC Brasil - Como é a relação do senhor com a presidente? Janine - Muito
boa. Conversamos sobre os objetivos da pasta, sobre ideias. Ela é muito
atenta a tudo, à parte econômica, é claro. Examinou com muita atenção
todo o projeto do novo Fies
(Programa de Financiamento Estudantil) no ensino superior. Deu sinal
verde porque isso tem a ver com a preocupação dela de ter uma qualidade
do gasto muito boa.
BBC Brasil - Apesar de toda a correria, o senhor ainda consegue
atualizar seu perfil no Facebook e dialogar com outras pessoas na rede.
Como isso se relaciona com seu trabalho?
Janine - O Facebook ficou muito pouco, estou mantendo o
mínimo, quase tudo ligado a meu próprio trabalho. Não está havendo
diálogo como havia antes. Até porque boa parte das mensagens que recebo
no "inbox" são de pessoas que não frequentam meu Facebook e querem a
solução de problemas pessoais, como se imaginassem que essa é a via
correta. Não é.
Hoje temos no Brasil uma loteria perversa pela qual uns nascem com
todas as chances, e outros nascem sem chances. Temos que igualar as
oportunidades das pessoas ao nascimento"
Renato Janine Ribeiro,
ministro da Educação
BBC Brasil - Na visita aos Estados Unidos, foi noticiado que
universidades americanas conveniadas com o programa Ciência Sem
Fronteiras se queixaram de atrasos nos pagamentos do governo brasileiro.
Houve esse problema?
Janine - Essa notícia estava bastante atrasada. Tudo o que se
devia no Ciência Sem Fronteiras nos Estados Unidos foi pago. Não há
nenhuma pendência.
BBC Brasil - Ouve-se muitas queixas de alunos de pós-graduação
no exterior sobre atrasos em suas bolsas e cortes de gastos. Qual é a
situação?
Janine - Isso você tem que ver com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, fundação subordinada ao Ministério da Educação que financia alunos de pós-graduação).
BBC Brasil - Não há problemas?
Janine - O ministério não pode responder por tudo o que está
acontecendo. Se existe algum caso episódico, tem que ver com a Capes.
Não posso dar entrevista sobre cada problema que surgir na educação
brasileira.
Muitas dessas queixas não procedem. As pessoas querem uma prorrogação da bolsa quando isso não está nas regras, pedem exceção.
Houve o caso notável, há cerca de um mês, da moça colocada na TV
dizendo que tinha deixado o Ciência Sem Fronteiras porque não recebeu o
dinheiro a tempo. Depois ela desmentiu, dizendo que era mentira do canal
de TV, o qual se retratou.
BBC Brasil -Quais os impactos do ajuste fiscal na educação?
Janine - O ajuste fiscal se baseia numa realidade. Tem-se
menos dinheiro, então o que estamos fazendo é procurar preservar ao
máximo possível a qualidade dos programas, a essencialidade dos
programas, e escalonar o que não possa ser feito neste ano para fazer no
futuro. E também reavaliar projetos e programas em andamento para ver
onde podem ser aprimorados
BBC Brasil -Que resultados o senhor espera que a visita aos Estados Unidos gerem para a educação no Brasil?
Janine - A visita tem um foco muito claro que é aumentar o
intercâmbio, a relação com os Estados Unidos dentro de uma perspectiva
de relançamento em bases sustentáveis da economia brasileira. A educação
faz parte desse papel.
Uma das nossas agendas é como vamos, num diálogo com os "community
colleges" (faculdades de baixo custo geralmente mantidas por governos
locais), conseguir subsídios para o ensino técnico e profissional no
Brasil. E como vamos ampliar o acesso ao ensino superior. Os Estados
Unidos conseguem isso através de um sistema que tem de um lado as
universidades mais caras e, do outro lado, as faculdades comunitárias,
que absorvem um número muito grande de jovens.
Outro ponto é aumentar o diálogo nas questões da nossa educação básica:
currículo comum, formação de professores e diretores e o uso de
tecnologias na educação.
BBC Brasil - O que pode sair do diálogo sobre ensino técnico?
Alunos brasileiros viajariam aos Estados Unidos para estudar em
"community colleges"?
Janine - Por enquanto é diálogo, é saber de estruturas e
programas. Neste momento em que priorizamos a ampliação quantitativa e o
desenvolvimento qualitativo do ensino superior no Brasil, queremos que o
"community college" seja uma peça desse diálogo.
BBC Brasil - O que o senhor espera deixar como marca de sua gestão?
Janine - O Brasil tem a necessidade absoluta de ter uma
educação básica de qualidade. Conseguimos nesses últimos anos acabar
praticamente com a miséria no Brasil. A miséria abrangia cerca de 12%
das crianças de 10 anos em 2002. Hoje está numa faixa de 1%.
Conseguimos praticamente universalizar o ensino fundamental, agora
temos que aumentar a inclusão na pré-escola e a manutenção dos alunos no
final do ensino fundamental dois (do sexto ao nono ano) e no ensino
médio, mas também desenvolver qualidade.
Hoje temos no Brasil uma loteria perversa pela qual uns nascem com
todas as chances, e outros nascem sem chances. Temos que igualar as
oportunidades das pessoas ao nascimento.