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domingo, 26 de julho de 2015

'É difícil manter os investimentos', diz ministro da Educação sobre crise

'É difícil manter os investimentos', diz ministro da Educação sobre crise

Janine disse, porém, que cortes só afetam projetos futuros do MEC.
Ministros da Educação e da Ciência estiveram em evento da Obmep 2014.

Cristina Boeckel Do G1 Rio
 O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, admitiu na tarde desta segunda-feira (20) que a crise econômica afetou parcialmente a educação, mas disse que os estudantes não sentiram este impacto, pois ele estaria relacionado somente aos projetos futuros da pasta. "Neste momento, é difícil manter todos os investimentos, todos os gastos do governo. Porque a arrecadação está menor. Mas isso não nos impede de nos preparar todos para que logo a economia recupere o viés de alta, recuperarmos os programas que tinham sido adiados", afirmou o ministro durante entrevista concedida após a entrega das medalhas de ouro da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), no Rio.
O ministro negou que a crise tenha afetado o Fies ou qualquer outro programa relacionado ao ingresso de estudantes no ensino superior. "No total, 900 mil estudantes ingressam no ensino superior por ano graças aos programas do governo federal"
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, confirmou as palavras de Janine e afirmou que não aconteceu nenhum corte em bolsas relacionadas a pasta. "Não houve corte em nenhum programa essencial. Nenhuma bolsa paga pelo Cnpq deixou de ser cumprida. Nenhuma bolsa já comprometida deixará de ser paga."

'Festa da inteligência'
Em discurso na premiação das medalhas de ouro da Obmep, Rebelo afirmou que os bons resultados dos 501 estudantes premiados é, acima de tudo, dos professores e dos pais dos estudantes que os auxiliaram no processo de estudo. "O professor tem o papel de romper as barreiras para que o talento destes estudantes ganhe o mundo," afirmou ele.
O ministro ainda lembrou que o país também deve voltar seus esforços para populações que ainda não tem acesso ao conhecimento matemático e citou algumas populações indígenas do país.
Janine, por sua vez, definiu o evento como uma "festa da inteligência". Ele afirmou que o evento mostra o avanço da educação no Brasil para beneficiar populações que, historicamente, são excluídas.
Os ministros participaram da Cerimônia Nacional de Premiação da 10ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep 2014). Na cerimônia foram entregues 501 medalhas de ouro a alunos vindos de várias partes do país e que se destacaram na competição. Entre os premiados, destacou-se a delegação de Minas Gerais, que teve 153 medalhistas de ouro. A segunda mais numerosa foi a de São Paulo, com 86 medalhas de ouro.

Os ministros Renato Janine Ribeiro e Aldo Rebeldo entregam medalhas da Obmep 2014 (Foto: Cristina Boeckel/G1) 
Os ministros Renato Janine Ribeiro e Aldo Rebeldo entregam medalhas da Obmep 2014, no Rio (Foto: Cristina Boeckel/G1)
 
Força feminina
César Camacho, diretor geral do Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa), lembrou que a prova surgiu a partir de um teste realizado no estado do Ceará nos anos de 2003 e 2004, que serviu de modelo para a primeira edição da prova nacional, em 2005, que contou com a participação de cerca de 10 milhões de estudantes. Ele afirmou ainda que a prova dá aos estudantes a noção de que são competitivos em nível nacional.
"O número de escolas cresce cada vez mais. Atualmente são cerca de 18 milhões de participantes", completou Camacho, que afirmou que possui a perspectiva de que o exame seja ampliado para os alunos do 4 e 5 ano do ensino fundamental.
Camacho ressaltou ainda o esforço das campeãs do sexo feminino, que muitas vezes enfrentam a barreira de preconceito e de famílias, que não querem que suas filhas estudem longe de casa em busca de uma formação superior. "As famílias, por fim, se rendem diante das evidências de que têm verdadeiras joias em casa."
Cláudio Landim, coordenador geral da Obmep, ressaltou que as escolas que se envolvem mais com a competição acabam por possuir melhores notas na disputa e no Enem. Ele citou exemplos de melhora em escolas de cidades de cinco mil habitantes em Minas Gerais e no Piauí, além da periferia de Manaus. "A Obmep é mais do que uma prova, é um instrumento de mobilidade social", definiu Landim.

Alegria dos campeões
Daniel Pinheiro, de 18 anos, veio de Jacundá, no Pará, para comemorar a quarta medalha na Obmep. Estudante da Escola Estadual Maria da Glória Rodrigues Paixão, ele afirma que a conquista ainda o deixa emocionado. "Estar aqui é um grande êxtase. Eu estudo bastante para a Obmep desde a primeira vez. Agora eu quero estudar engenharia mecânica ou matemática".
Ana Paula Lopes Schuch, de 17 anos, celebrou a sua terceira medalha de ouro na Obmep. Para ela, a premiação é um estímulo para seguir em frente. "A cerimônia é legal e o clima da premiação é bacana e nos estimula a estudar mais," conta a jovem, estudante do Colégio Militar de Porto Alegre, que pensa em estudar engenharia.

Fonte: G1.com

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