O ano de 2011 começou com mau tempo e cenário de devastação na Região Sudeste. Mais de 300 pessoas morreram entre a tarde de terça e a manhã desta quinta-feira, 13 de janeiro, em consequência dos temporais na Região Serrana do Rio de Janeiro. Com a forte precipitação, que acumulou em 30 horas o equivalente a 30 dias de chuvas, nem os bombeiros foram poupados. Quatro agentes que trabalhavam nas buscas por corpos foram atingidos por um deslizamento em Nova Friburgo e não resistiram. Equipes que atuaram no Morro do Bumba, em Niterói, e no Haiti foram chamadas para ajudar no resgate das vítimas.
Somente em Teresópolis 146 mortes já foram confirmadas e é grande o número de desabrigados, que estão sendo encaminhados para um ginásio e escolas municipais. O bairro Caleme, na Estrada Teresópolis-Itaipava, foi um dos mais atingidos. Uma tromba d'água fez uma represa transbordar. Com a enchente, uma encosta deslizou e soterrou casas e carros, deixando corpos pelas ruas. O acesso ao bairro foi interditado pela lama que desceu da montanha. Apesar de trabalhar com seis helicópteros, o Corpo de Bombeiros encontrou dificuldades de acesso aos locais dos deslizamentos por causa do céu encoberto.
O município de Teresópolis, que registrou pelo menos 30 deslizamentos de terra, encontra-se em estado de calamidade pública. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido em toda a região, não há comunicação e as ruas forma inundadas pelas águas do Rio Bengalas, que subiu 50 centímetros acima do leito. De acordo com o Instituto Climatempo, apenas entre as 2h e as 3h de terça-feira choveu 60 milímetros (mm) na cidade – um temporal de 25 mm por hora já é considerado forte. O volume de chuvas chegou a 260 mm em 24 horas, enquanto em todo o mês de janeiro o volume foi de 180 mm.
Chuvas fortes devem continuar
A chuva ainda provocou diversas interdições nas rodovias de acesso à Região Serrana. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que as chuvas fortes continuem nos próximos dias na Região Serrana e em outras áreas do Estado do Rio.
Para o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, a situação em Nova Friburgo é pior do que a registrada em Angra dos Reis, no desabamento que aconteceu no ano passado. De acordo com o coronel Roberto Robaday, diretor da Defesa Civil municipal, a cidade não conseguirá se recuperar tão cedo. "Com certeza esta é a pior tragédia da história de Nova Friburgo e da Região Serrana. Acredito que tão cedo a cidade não vai se recuperar deste evento", disse o coronel à GloboNews.
O Governo Federal vai editar uma Medida Provisória para liberar R$ 700 milhões para ajudar os estados atingidos pelas fortes chuvas dos últimos dias. O Ministério do Planejamento confirmou ter recebido do Ministério da Integração Nacional um pedido de crédito extraordinário no Orçamento deste ano. A presidente Dilma Rousseff garantiu a ajuda federal ao Rio de Janeiro e São Paulo, que registrou 23 vítimas durante as enchentes. Mauá e Franco da Rocha, na Grande São Paulo, foram as cidades mais afetadas. Desde o início do período chuvoso, 16 pessoas morreram e 65 cidades decretaram situação de emergência também em Minas Gerais. Mais de cem pessoas estão desalojadas em Três Corações, na Região Sul do estado.
A força do El Niño
O verão no Brasil está mais chuvoso nas regiões Sul e Sudeste por causa do El Niño, fenômeno climático ocasionado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. O volume de água ficará acima da média nessas regiões. Já no norte do Amazonas e do Pará e no centro do Maranhão até a Paraíba choverá menos, de acordo com as previsões climáticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No restante do país, as chuvas devem ficar dentro da normalidade. Segundo o meteorologista do grupo de previsão climática do Inpe, José Fernando Pesquero, o cenário era diferente no verão passado – mais chuvas no Norte e Nordeste e seca no Sul – por causa dos efeitos do fenômeno La Niña, contrário ao El Niño. Para Pesquero, o El Niño deve perder força em meados do próximo ano.
Em 2010, desabamento em Angra
No início de 2010, a chuva castigou o município de Angra dos Reis, com pelo menos 30 das 51 mortes registradas no Estado do Rio de Janeiro no segundo dia do ano. Em abril, foi a vez de Niterói ser assolada pelos temporais, totalizando mais de cem vítimas. Os deslizamentos no Morro do Bumba, favela construída sobre um antigo lixão, ocorreram dois dias após as fortes chuvas. As autoridades municipais haviam sido alertadas por pelo menos dois estudos sobre o risco de desabamento na área, mas não tomou medidas de prevenção. Dois meses depois, as enchentes chegaram aos estados de Alagoas e Pernambuco. Em 22 de junho, foram registradas 41 mortes, com cem mil desalojadas e 1,5 mil desaparecidas.
A falta de fiscalização por parte do poder público é a causa das agressões ao meio ambiente e dos consequentes deslizamentos nas cidades afetadas pelas enchentes. Para engenheiros geotécnicos, é preciso planejamento para evitar tragédias nesse período de chuvas. O crescimento da população pressiona a área urbana, levando moradores a subirem o morro e a realizarem ocupações desordenadas sem orientação técnica. Outro problema são as escavações de barrancos e encostas. A interferência do homem, que joga lixo nesses locais, piora ainda mais a situação. De acordo com especialistas em solos, o entulho pesa sobre o terreno e contribui para o deslizamento.
Somente em Teresópolis 146 mortes já foram confirmadas e é grande o número de desabrigados, que estão sendo encaminhados para um ginásio e escolas municipais. O bairro Caleme, na Estrada Teresópolis-Itaipava, foi um dos mais atingidos. Uma tromba d'água fez uma represa transbordar. Com a enchente, uma encosta deslizou e soterrou casas e carros, deixando corpos pelas ruas. O acesso ao bairro foi interditado pela lama que desceu da montanha. Apesar de trabalhar com seis helicópteros, o Corpo de Bombeiros encontrou dificuldades de acesso aos locais dos deslizamentos por causa do céu encoberto.
O município de Teresópolis, que registrou pelo menos 30 deslizamentos de terra, encontra-se em estado de calamidade pública. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido em toda a região, não há comunicação e as ruas forma inundadas pelas águas do Rio Bengalas, que subiu 50 centímetros acima do leito. De acordo com o Instituto Climatempo, apenas entre as 2h e as 3h de terça-feira choveu 60 milímetros (mm) na cidade – um temporal de 25 mm por hora já é considerado forte. O volume de chuvas chegou a 260 mm em 24 horas, enquanto em todo o mês de janeiro o volume foi de 180 mm.
Chuvas fortes devem continuar
A chuva ainda provocou diversas interdições nas rodovias de acesso à Região Serrana. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que as chuvas fortes continuem nos próximos dias na Região Serrana e em outras áreas do Estado do Rio.
Para o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, a situação em Nova Friburgo é pior do que a registrada em Angra dos Reis, no desabamento que aconteceu no ano passado. De acordo com o coronel Roberto Robaday, diretor da Defesa Civil municipal, a cidade não conseguirá se recuperar tão cedo. "Com certeza esta é a pior tragédia da história de Nova Friburgo e da Região Serrana. Acredito que tão cedo a cidade não vai se recuperar deste evento", disse o coronel à GloboNews.
O Governo Federal vai editar uma Medida Provisória para liberar R$ 700 milhões para ajudar os estados atingidos pelas fortes chuvas dos últimos dias. O Ministério do Planejamento confirmou ter recebido do Ministério da Integração Nacional um pedido de crédito extraordinário no Orçamento deste ano. A presidente Dilma Rousseff garantiu a ajuda federal ao Rio de Janeiro e São Paulo, que registrou 23 vítimas durante as enchentes. Mauá e Franco da Rocha, na Grande São Paulo, foram as cidades mais afetadas. Desde o início do período chuvoso, 16 pessoas morreram e 65 cidades decretaram situação de emergência também em Minas Gerais. Mais de cem pessoas estão desalojadas em Três Corações, na Região Sul do estado.
A força do El Niño
O verão no Brasil está mais chuvoso nas regiões Sul e Sudeste por causa do El Niño, fenômeno climático ocasionado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. O volume de água ficará acima da média nessas regiões. Já no norte do Amazonas e do Pará e no centro do Maranhão até a Paraíba choverá menos, de acordo com as previsões climáticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No restante do país, as chuvas devem ficar dentro da normalidade. Segundo o meteorologista do grupo de previsão climática do Inpe, José Fernando Pesquero, o cenário era diferente no verão passado – mais chuvas no Norte e Nordeste e seca no Sul – por causa dos efeitos do fenômeno La Niña, contrário ao El Niño. Para Pesquero, o El Niño deve perder força em meados do próximo ano.
Em 2010, desabamento em Angra
No início de 2010, a chuva castigou o município de Angra dos Reis, com pelo menos 30 das 51 mortes registradas no Estado do Rio de Janeiro no segundo dia do ano. Em abril, foi a vez de Niterói ser assolada pelos temporais, totalizando mais de cem vítimas. Os deslizamentos no Morro do Bumba, favela construída sobre um antigo lixão, ocorreram dois dias após as fortes chuvas. As autoridades municipais haviam sido alertadas por pelo menos dois estudos sobre o risco de desabamento na área, mas não tomou medidas de prevenção. Dois meses depois, as enchentes chegaram aos estados de Alagoas e Pernambuco. Em 22 de junho, foram registradas 41 mortes, com cem mil desalojadas e 1,5 mil desaparecidas.
A falta de fiscalização por parte do poder público é a causa das agressões ao meio ambiente e dos consequentes deslizamentos nas cidades afetadas pelas enchentes. Para engenheiros geotécnicos, é preciso planejamento para evitar tragédias nesse período de chuvas. O crescimento da população pressiona a área urbana, levando moradores a subirem o morro e a realizarem ocupações desordenadas sem orientação técnica. Outro problema são as escavações de barrancos e encostas. A interferência do homem, que joga lixo nesses locais, piora ainda mais a situação. De acordo com especialistas em solos, o entulho pesa sobre o terreno e contribui para o deslizamento.
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