Vivemos em um mundo onde a
formação está diferente! Hoje, quando indico um livro para que meus alunos
possam ler, ou quando levo algum texto para trabalhar em sala, a reação é
sempre a mesma: Tudo isso ! Quantas páginas tem ?
Essa reação é esperada. Hoje as
novas tecnologias da informação têm conectado os seres humanos de uma maneira
jamais vista anteriormente. E por ser assim, essa conectividade está também
criando um “novo homem” que, ao menos na minha visão, não será mais igual aos
que viveram no passado.
Isso pode ser percebido quando
sabemos que as gerações que antecederam, principalmente, a internet, aprendiam
de forma muito mais linear. Como isso, quero dizer que o conhecimento era
construído nas mentes destas pessoas com “começo, meio e fim”. Era como ler um
livro ou parar para ouvir uma história, onde a narração era totalmente linear,
passando de um ponto para outro, encadeando cada um destes pontos para formar
um pensamento coerente e que fazia sentido ao leitor ou ao ouvinte.
Mas e hoje, isso não continua
assim ? Penso que não ! Em nossos dias o conhecimento é construído cada vez
mais pela fragmentação. Isso quer dizer que quando os jovens, principalmente
aqueles que estão em uma faixa etária abaixo dos vinte anos, “surfam” na
internet, apresentam um comportamento que os difere daqueles que lêem um livro.
Na rede, os sites visitados têm, em média, duas páginas “lidas” pelo visitante,
que logo em seguida aproveita um link, existente muitas vezes no próprio site
visitado, para “pular” para outra página com outras ideias apresentadas. Veja,
isso cria uma nova forma de aprender. Agora o conhecimento acontece “em saltos”,
de um assunto para outro, fazendo com que o internauta visite muitas páginas,
tenha muita informação, mas que se detenha por pouco tempo sobre qualquer assunto.
Agindo assim, a “continuidade” da informação, e do aprendizado, é “perdida”,
tornando-se, então, muito mais fragmentada !
Esse modo de aprender não se
assemelha ao anterior. Talvez por isso, entre outras coisas, a nossa educação
tenha se mostrado tão ineficiente em “atrair” o interesse desta nova geração.
Afinal, ainda estamos tentando ensinar da forma linear, quando os alunos estão
acostumados com “saltos”. Sem dúvida, esse é o desafio, como ensinar esta nova
geração usando os “saltos” ? E mais, que tipo de conhecimento vai ser produzido
a parti de agora ? Com certeza, tudo aquilo que criamos até hoje como “verdade”
pode não valer mais para este “novo” homem e para seu “novo” cérebro
fragmentado !
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