Inep quer camuflar a formação de 'ranking' das melhores instituições.
Resultado do exame de 2010 será divulgado em setembro.
Malvina Tuttman, presidente do Inep, se emocionou durante debate sobre o Enem em São Paulo (Foto: Paulo Guilherme/G1) |
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep) vai mudar o formato da divulgação as notas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com a presidente do órgão
ligado ao Ministério da Educação, Malvina Tuttman, as notas do exame de
2010 serão divulgadas levando-se em consideração o número de alunos
inscritos por escola.
A intenção do Inep é "camuflar" a formação de rankings de desempenho de
melhores e piores escolas no Enem. Como o exame não é obrigatório, uma
escola pode escolher alguns dos seus melhores alunos para fazer a prova
e, consequentemente, obter uma boa colocação no ranking. O desempenho
separado pelo número de estudantes inscritos poderia reduzir este
artifício, na visão do Inep.
"Apresentamos esta proposta ao ministro da Educação (Fernando Haddad).
Queremos dificultar este ranqueamento. Somos contra esta prática. Este
não é o objetivo do Enem", disse Malvina.
A presidente do Inep não quis detalhar como será esta configuração na
divulgação das notas da última edição do Enem. O resultado estava
previsto para ser anunciado em julho mas, por esta mudança no formato,
será anunciado em setembro. "Queremos que cada escola tenha acesso à sua
nota e saiba qual foi o seu perfil no exame. O Enem não foi criado para
a formação de ranking e não deve ser usado como propaganda", disse a
presidente do Inep em dabete sobre o exame promovido pelo Canal Futura e
pela Editora Moderna nesta quinta-feira (18), em São Paulo. Também
participaram do debate o educador Cesar Callegari, membro do Conselho
Nacional de Educação, e Carlos Artexes Simões, professor do Cefet-Rio.
Cesar Callegari, Malvina Tuttman e Carlos Artexes fizeram debate sobre o Enem (Foto: Paulo Guilherme/G1) |
Ela reforça que o exame deve ser um instrumento para induzir novas
formas de se construir conhecimento. "O Enem deve medir o esforço que
cada um fez no desenvolvimento do aluno e da escola. Não é para comparar
a nota com a de outras escolas, mas que cada instituição veja onde pode
melhorar", afirma. "Não tem o menor sentido se fazer propagandas do
tipo 'curso preparatório para o Enem'". Segundo ela, o resultado do Enem
pode ser usado pelo bem ou pelo mal, ou seja, como instrumento de
avaliação ou como propaganda de instituições privadas.
Malvina reforçou que o Enem é parte do projeto político pedagógico, e
deve servir como um recorte para os caminhos que a educação brasileira
está seguindo. Emocionada, Malvina chorou ao criticar quem vê elementos
políticos no exame e torce "contra" ou "a favor" do Enem. "Ele não foi
feito para o ministro ou para a presidente, mas para a criança que está
nascendo agora e que vai ter direito a uma educação de melhor
qualidade."
Candidatos vão poder ver correção da prova
Malvina Tuttman disse ainda que os candidatos que solicitarem poderão ter acesso à correção da prova do Enem 2011, que será aplicada nos dias 22 e 23 de outubro. Um acordo feito entre o Inep e o Ministério Público assinado semana passada vai garantir aos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o direito de ter acesso à correção (vistas) de provas a partir de 2012. A presidente do Inep, no entanto, disse que isto poderá valer já para esta edição.
Malvina Tuttman disse ainda que os candidatos que solicitarem poderão ter acesso à correção da prova do Enem 2011, que será aplicada nos dias 22 e 23 de outubro. Um acordo feito entre o Inep e o Ministério Público assinado semana passada vai garantir aos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o direito de ter acesso à correção (vistas) de provas a partir de 2012. A presidente do Inep, no entanto, disse que isto poderá valer já para esta edição.
A folha de respostas poderá ser acessada pela internet. Não há ainda um
prazo para este material ser disponibilizado. "Primeiro vamos divulgar
as notas dos candidatos, depois em um prazo possível podemos
disponibilizar o acesso às provas", disse.
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