Um dos assuntos mais comentados da mídia nesta semana é o casamento do príncipe William, da Inglaterra, com a plebeia Kate Middleton. Este será um dos casamentos mais comentados das últimas décadas, mas a cerimônia certamente não será a mais polêmica. No século XIV, o rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e fundou a Igreja Anglicana para poder se unir a Ana Bolena.
No reinado de Henrique VIII já era o rei quem nomeava padres, bispos e cardeais da Igreja Católica na Inglaterra. O monarca da dinastia Tudor era casado com Catarina de Aragão, que teve cinco filhos seus, mas apenas uma menina sobreviveu, Mary.
O rei queria um filho homem para o suceder na monarquia e estava convicto de que apenas uma nova esposa lhe daria este filho homem. O papa da Igreja Católica, no entanto, não lhe concedeu a anulação do casamento com Catarina de Aragão. Henrique VIII, então, rompeu com o catolicismo e a Inglaterra passou a ser anglicana – assim, o país passou de uma religião a outra não por uma questão de ideologia, mas por uma razão política.
Em 1534 o Parlamento aprovou o Ato da Supremacia, fundando a Igreja Anglicana, da qual o rei inglês é chefe supremo e único. A dissidência católica facilitou a influência da Igreja Luterana. O Book of Common Prayer, livro de preces da Igreja Anglicana, possui marcas das Igrejas Luterana e Calvinista. O anglicanismo acabou sendo um meio termo entre os cultos católicos (como a adoração a santos) e a doutrina protestante (que inclui o calvisnismo).
Com o poder da Igreja Anglicana o Estado tomou posse de propriedades de clérigos católicos da Inglaterra e o rei se casou com Ana Bolena. Ana também lhe deu uma filha, Elizabeth. Henrique VIII rejeitou Elizabeth, forjou uma acusação de adultério de Ana Bolena e mandou decapitá-la em 1536. O rei casou, então, com Jane Seymour, que morreu logo após dar à luz o tão esperado filho homem – Edward. Mesmo assim Henrique VIII se separou e casou novamente diversas vezes.
O rei morre quando Elizabeth tem 13 anos e Edward tem 9 anos de idade. Edward assume o trono, mas tem saúde frágil e morre de tuberculose em 1533. Sua sucessora é Mary, filha de Henrique VIII com Catarina de Aragão. Mary era católica, o que revoltou muitos ingleses, que queriam Jane Grey, uma parente distante, no poder. Mary restaura sua religião na Inglaterra e manda 300 pessoas para a fogueira. Em 1554 Mary se casa com o rei da Espanha, Felipe II, e por isso passa a ser ainda mais odiada pela população.
Mary acredita que por detrás das revoltas protestantes está sua meia-irmã, Elizabeth, e a tranca por quatro anos na Torre de Londres. Em 1558 Mary morre e Elizabeth encontra seu país dividido entre católicos e protestantes. A rainha organiza um grupo de conselheiros e faz várias alianças com o Parlamento. Elizabeth conseguiu manter a Inglaterra livre de invasões. Instalou a Igreja Anglicana mais uma vez e deu voz aos católicos no Parlamento para evitar conflitos. Mas isso não conteve as rebeliões. Em 1569 um grupo de nobres católicos se revoltou no norte da Inglaterra e foi massacrado por Elizabeth, conhecida como a “rainha virgem”. O papa, então, excomunga Elizabeth em 1570. A rainha falece em 1603, dando fim à dinastia Tudor. A religião oficial da Inglaterra até hoje é o anglicanismo.
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