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terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Que Está Ocorrendo Na Líbia?


O que está ocorrendo na Líbia? 

Os rebeldes da Líbia tomaram as manchetes do mundo nesta segunda-feira. Em conflito com as tropas do líder Muammar Kadafi desde fevereiro deste ano, os revoltosos do chamado Conselho Nacional de Transição (criado também em fevereiro) conseguiram ocupar ontem cerca de 70% da capital do país, Trípoli. Eles também tomaram um quartel de elite do governo, onde anunciaram a rendição da guarda presidencial, e disseram ter prendido dois filhos do ditador.
A revolta na Líbia começou em 15 de fevereiro deste ano, quando um ativista de direitos humanos que ia contra governos corruptos foi detido. Ainda em fevereiro, a ONU passou a apoiar as manifestações, bloqueando os bens de Kadafi no exterior e impondo o embargo de armas. Em 1o de março a Líbia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Até agora 1,2 milhão de pessoas já fugiram do país.
Em Trípoli, os rebeldes não encontraram muita resistência e logo avançaram pela cidade. Eles disseram que vão acabar com o conflito se o ditador fugir do país. Não se sabe ainda onde Kadafi está, mas durante o final de semana ele fez discurso transmitido pela televisão pedindo que o povo não deixe que os rebeldes tomem o país. Os rebeldes acreditam que o a queda de Kadafi é eminente.
O ditador é o líder que ficou por mais tempo no poder no mundo árabe – trata-se de uma ditadura de 42 anos.  Ele não tem função oficial no governo e é conhecido como “Irmão Líder e Mentor da Revolução”. Kadafi assumiu o poder em um golpe militar em 1o de setembro de 1969, quando o rei Idris Senussi ainda governava. O rei estava no governo desde 1951, quando houve a independência da Líbia.
Kadafi é um líder excêntrico, que chama a atenção do mundo quando visita outros países – ele dorme em tendas beduínas cercadas de seguranças mulheres. A sua liderança, no entanto, foi marcada por repressão a opositores e pela participação em ataques terroristas, como a explosão de um avião que matou 270 pessoas em Lockerbie, na Escócia, no ano de 1988, e um atentado a bomba a uma discoteca freqüentada por soldados norte-americanos em Berlim, em 1986. Depois do atentado na Escócia a Organização das Nações Unidas (ONU) impôs sanções que prejudicaram a economia da Líbia. Devido às acusações de ter se envolvido em atentados terroristas, o governo de Kadafi foi excluído da comunidade internacional durante grande parte do seu governo.
Na Líbia, o ditador criou um partido único – a União Árabe Socialista –, por meio da qual colocou filhos seus no governo. Ele também tentou unir a Líbia, o Egito e a Síria em uma federação, no chamado pan-arabismo, mas não conseguiu. Em 1973, conseguiu sobreviver a um golpe de Estado, e então começou uma revolução cultural no país para manter-se no poder. Em 1977, decretou a Líbia uma “república popular socialista”. O país até hoje não possui uma constituição e o Índice de Desenvolvimento Econômico é alto devido às reservas de petróleo existentes no país.
Desde dezembro do ano passado ocorreram manifestações em diversos países árabes. Esse fenômeno é chamado de primavera árabe. As revoltas aconteceram na Tunísia, no Egito, na Argélia, no Iêmen, na Líbia e na Síria, e fizeram cair os governos do Egito e da Tunísia.

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