Manifestantes convocam greve geral e ‘marcha de um milhão’ no Egito
Começa sétimo dia de protestos em favor da renúncia do presidente Hosni Mubarak no país
31 de janeiro de 2011 | 8h 37
CAIRO – Os manifestantes no Egito convocaram para esta segunda-feira, 31/01/2011, uma greve geral sem prazo para terminar. Além disso, pretendem fazer na terça uma “marcha de um milhão”, a fim de marcar a primeira semana do início dos protestos contra o governo do presidente Hosni Mubarak.
“Foi decidido durante a noite que haverá uma marcha de um milhão de homens nesta terça-feira”, afirmou à France Presse Eid Mohammed, um dos organizadores das manifestações. “Nós também decidimos começar uma greve geral sem data para terminar.”
A greve foi primeiro convocada por trabalhadores da cidade de Suez, no fim do domingo. “Estaremos nos unindo aos trabalhadores de Suez e começaremos uma greve geral até nossas exigências serem atendidas”, afirmou Mohammed Waked, outro organizador dos protestos. As paralisações devem afetar o Cairo e as cidades de Alexandria e Port Said.
Na Praça Tahrir, no Cairo, centenas de pessoas acamparam no locale passaram a noite na tentativa de manter ativos os maiores protestos contra o governo no país em três décadas. No sábado, Mubarak apontou o primeiro vice-presidente em seus 30 anos no poder e um novo primeiro-ministro, em uma tentativa de se manter no comando.
Na praça, os manifestantes insistem que não pretendem deixar de protestar até que o militar deixe o governo. "Nós ficaremos na praça até que o covarde se vá", gritam os manifestantes.
A rede de televisão Al-Jazira, do Catar, informou no domingo que pelo menos 150 pessoas foram mortas no Egito desde o início da rebelião popular contra Mubarak. O número dado pelas autoridades até o momento é menor. O canal foi proibido de transmitir pelo governo egípcio.
Para tentar conter os protestos, o governo ampliou o toque de recolher. A medida passou a valer das 15 horas do domingo às 8 horas desta segunda-feira (4 horas em Brasília).
Os distúrbios, batizados de "Dia da Fúria" por alguns ativistas na internet, foram inspirados na "Revolução do Jasmim", que derrubou o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, há duas semanas. No Iêmen e na Jordânia também foram registradas manifestações.
O Conflito no Oriente Médio
A partir da destruição do segundo templo em Jerusalém (70 a.C.), pelos romanos, o povo judeu deu início à sua dispersão pelo mundo (A Diáspora), fruto da dominação e de perseguições sofridas em seu território de origem. Desde então, os israelitas mantiveram o objetivo nacional e messiânico do retorno à pátria. Durante séculos, contudo, esse propósito tinha, exclusivamente, uma dimensão religiosa, pouco ou nada sendo feito de concreto para realizá-lo.
No século XIX, quando explodiram na Europa Oriental os nacionalismos dos povos então sob impérios multinacionais, como os Austro- Húngaros, Russos e, parcialmente, o Turco-Otomanos, também o povo judeu começou a formular, de maneira política, a criação de um moderno Estado Judeu.
Nascia o sionismo: nacionalismo judaico que prega a ação política para recriar Israel em seu território original, a Palestina, então em mãos turcas. Para o avanço das idéias sionistas, cuja origem é atribuída a Theodor Hertzl, escritor judeu-húngaro que redigiu “O Estado Judeu”, também contribuiu um crescente anti-semitismo que ganhou corpo no leste europeu. O preconceito contra os judeus levava-os a aspirar por um país próprio.
Na passagem dos séculos XIX e XX, o movimento sionista ganhou adeptos de várias ramificações - socialistas, religiosos e outros - que visavam levar colonos judeus para a Palestina, atraindo particularmente os jovens.
O holocausto e a fundação de Israel
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os povos contemplaram estarrecidos a libertação, pelos Aliados, dos campos de extermínio da Alemanha Nazista, onde foram mortos 6 milhões de judeus.
O “Mundo Livre”, liderado pelos EUA, sentiu-se em “dívida moral” para com os judeus, o que fortaleceu o sionismo. Além disso, milhares de judeus deslocados de suas pátrias de origem, acalentavam um grande sonho: morar no seu próprio país.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu a “Partilha da Palestina”: um Estado Judeu (Israel), um Estado Palestino e Jerusalém - cidade 3 vezes santa - que seria internacionalizada sob o comando da ONU. Jerusalém é considerada sagrada pelos judeus, palestinos e cristãos.
Os judeus imediatamente aceitaram a proposta, enquanto os árabes, por seu turno, não. Em maio de 1948, quando os britânicos evacuaram a Palestina e era fundado o Estado de Israel, as nações árabes, lideradas pelo Egito e pela Jordânia, atacaram o recém-nascido país. Ninguém apostava na sobrevivência de Israel, principalmente porque seu sistema de defesa estava ainda em fase de organização.
Para a surpresa mundial, os sionistas venceram a chamada “Guerra de Independência”. Durante ela, muitos árabes palestinos saíram ou foram expulsos de Israel, originando o até hoje complicado “problema dos refugiados palestinos”, que, em 1964, criaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) - organização multipartidária - então destinada a combater Israel.
Em 1956, Israel temendo o novo líder egípcio Gamal Abdel Nasser, alia-se aos ingleses e franceses para atacar o governo do Cairo, que nacionalizara o Canal de Suez, de propriedade de um consórcio anglo-francês.
Apesar de vitoriosos, os israelenses e as duas nações européias saíram do Egito sob pressão internacional. Nascia um herói para as massas árabes: Nasser.
Nasser usava uma retórica agressiva contra Israel, anunciando que iria “expulsá-los para o mar”. Os judeus, temendo uma agressão, realizariam um ataque em 05 de junho de 1967, a chamada “Guerra dos Seis Dias”, conquistando Jerusalém Oriental, ocupando a Cisjordânia, o Planalto de Golan, que pertencia à Síria, e o Deserto do Sinai e a Faixa de Gaza, até então pertencentes ao Egito.
Um sinal de esperança
Após uma outra guerra, a do “Yom Kippur” (Dia do Perdão), em 1973, o Egito agora sob a liderança de Anuar Sadat e Israel, do primeiro-ministro Menachem Begin, após visitas mútuas dos dois líderes à nação rival e por pressão americana, estabeleceram a “Paz de Camp-David”, em 1979.
Isso estimulou o difícil processo de paz na região, marcada por constantes operações militares e terrorismo.
Em 1993, após a “Conferência de Oslo”, o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Yitzrak Rabin, concordaram na devolução progressiva, aos palestinos, de regiões da Cisjordânia, por Israel. Essa decisão teria motivado o assassinato de Rabin por um extremista judeu.
Hoje, a implementação da paz ainda encontra obstáculos, notadamente a questão das fronteiras de um futuro Estado Palestino, que substituiria a atual Autoridade Nacional Palestina, o problema da volta dos refugiados e a espinhosa questão de Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem estabelecer a capital de seu Estado e que já foi anexada por Israel.
Oriente Médio
No Oriente Médio encontra-se a maior riqueza mineral da Ásia: o petróleo. Ali estão os principais lençóis petrolíferos do globo, porém a exploração desse recurso está voltada basicamente para o abastecimento do mercado externo. Esse fato decorre das características econômicas desses países que, não sendo países industriais, não apresentam demanda interna que utilize toda essa matéria-prima.
Como exportadores de um produto essencial na manutenção do desenvolvimento e equilíbrio econômico mundial, os países do Oriente Médio sentiram de perto as pressões das companhias estrangeiras, muito interessadas no controle cada vez maior da exploração dessa fonte de energia - 60% das reservas mundiais. Daí, surgiu um organismo internacional muito forte, criado no Iraque em 1960: a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
A Opep é o exemplo mais conhecido de cartel - seu objetivo é unificar a política petrolífera dos países-membros, centralizando a administração da atividade, o que inclui um controle de preços e do volume de produção, estabelecendo pressões no mercado.
Da fonte à bomba de combustível.
O processo de transportar e transformar petróleo bruto em produtos como gasolina, óleo diesel e óleo para aquecimento é longo e em alguns casos dura mais de dois meses.
1. O petróleo é extraído dos campos e levado por dutos a tanques de armazenagem e depois a navios. Carregar um navio com 2 milhões de barris pode levar vários dias.
2. Cheio de petróleo, o navio viaja para seu destino.
3. Descarregar um navio grande pode levar de quatro dias a duas semanas, dependendo do clima e do porto. No Golfo do México, por exemplo, o petróleo tem de ser passado para navios menores que transportam o combustível para armazens.
4. O petróleo tem de ser levado por dutos a refinarias e transformado em produtos como gasolina e óleo para aquecimento. Esses produtos então têm de ser transportados, primeiro por dutos e depois para sistemas menores, até chegar a caminhões que os levam a postos de combustíveis ou outros centros de distribuição ao público. O processo todo pode durar mais de dois meses.
Responsável por 40% da produção e 60% das exportações mundiais de petróleo (ano 2000), a Opep utiliza o fornecimento e o preço do produto como uma arma de pressão especialmente no contexto dos países árabes.
Na década de 1970, por exemplo, os países árabes da Opep decidiram boicotar o fornecimento de petróleo para os EUA e outros países que auxiliaram Israel na guerra árabe-israelense. Em conseqüência, os preços do petróleo quadruplicaram desencadeando uma recessão mundial.
Complementando a unidade política que pretendem dar ao sistema de produção, os países-membros da Opep procuram desenvolver uma ação conjunta nos planos técnico e econômico, na intenção de diminuírem as influências das empresas estrangeiras em seus domínios.
Os principais destaques asiáticos na produção de petróleo são: Arábia Saudita (1o do mundo) Rússia, Irã, China, Emirados Árabes, Indonésia, Kuweit e Iraque.
Entretanto, são exportadores os países que não possuem grande demanda interna de consumo.
A aridez caracteriza o espaço ocupado pelos países do Oriente Médio. Apesar disso, a agricultura e a pecuária ocupam extensas áreas e boa parte da população.
Em meio ao deserto, há inúmeros oásis onde se pratica uma agricultura de subsistência e, na planície litorânea junto ao Mar Vermelho, pratica-se a policultura com destaque para cereais, tâmara e café. Todo o litoral da Península da Anatólia, na Turquia, tem produções mediterrâneas que atingem até a Síria, o Líbano, a Jordânia e Israel, onde se destacam os cítricos, as vinhas, os olivais, além do cultivo de algodão, trigo e tabaco, principalmente na Turquia.
Na planície da Mesopotâmia, beneficiada pelos rios Tigre e Eufrates, encontra-se uma cultura de grãos irrigada, presente também no Irã, às margens do Golfo Pérsico e do Mar Cáspio e nas fronteiras com o Afeganistão. Aliás, em pleno deserto da Arábia também se consegue plantar, utilizando modernas técnicas de dessalinização e irrigação.
Na verdade, a agricultura israelense é o maior destaque na região, pois enfrenta o problema da falta de água com tecnologia e organização agrária. Além dos kibutzim*, a produção se faz em propriedades individuais e nos moshavim - cooperativas de proprietários rurais onde cada família cultiva a sua parcela.
Cerca de um terço da população do Oriente Médio dedica-se à criação extensiva de gado - são numerosos grupos nômades que se deslocam com rebanhos de ovelhas, cabras e camelos.
Com exceção do setor petroquímico, que se destaca pela abundância de matéria-prima, de modo geral a indústria do Oriente Médio é pouco expressiva; ela depende, além do petróleo, de tecnologia avançada, que é controlada pelas grandes empresas transnacionais.
Observe o mapa acima, para identificar os setores industriais que se desenvolvem nos principais núcleos urbanos da região: Ancara - Turquia, Damasco -Síria, Bagdá - Iraque, Teerã - Irã.
Mas, sem dúvida, é Israel o país mais industrializado da Ásia Ocidental. O país possui importantes centros industriais em Haifa e Telaviv, onde se desenvolvem também equipamentos eletrônicos, aeronáuticos e armamentos.
A maioria dos países do Oriente Médio tem maior desenvolvimento dos setores secundários e terciários, apresentando altos percentuais de urbanização. Entretanto, contrastando com esse dado, encontra-se, por exemplo, o Afeganistão - com a maior ruralização e uma das maiores taxas de analfabetismo na região.
Analise os dados estatísticos para fazer uma idéia da qualidade de vida das populações no Oriente Médio.
(*)
"
Kibutz - Fazenda coletiva de Israel onde se pratica o regime de co-propriedade e cooperação mútua voluntária. Todas as atividades administrativas e produtivas são realizadas comunalmente. O kibutz fornece a seus habitantes alojamento, alimentação, berçários e educação elementar, de acordo com as necessidades de cada indivíduo. A educação fica a cargo da própria comunidade. Os primeiros kibutzim surgiram no início do século XX, originando-se dos ideais socialistas dos imigrantes sionistas russos. Muitos deles acabaram se tornando organizações econômicas fortes que incluem indústrias de transformação.
No século XIX, quando explodiram na Europa Oriental os nacionalismos dos povos então sob impérios multinacionais, como os Austro- Húngaros, Russos e, parcialmente, o Turco-Otomanos, também o povo judeu começou a formular, de maneira política, a criação de um moderno Estado Judeu.
Nascia o sionismo: nacionalismo judaico que prega a ação política para recriar Israel em seu território original, a Palestina, então em mãos turcas. Para o avanço das idéias sionistas, cuja origem é atribuída a Theodor Hertzl, escritor judeu-húngaro que redigiu “O Estado Judeu”, também contribuiu um crescente anti-semitismo que ganhou corpo no leste europeu. O preconceito contra os judeus levava-os a aspirar por um país próprio.
Na passagem dos séculos XIX e XX, o movimento sionista ganhou adeptos de várias ramificações - socialistas, religiosos e outros - que visavam levar colonos judeus para a Palestina, atraindo particularmente os jovens.
O holocausto e a fundação de Israel
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os povos contemplaram estarrecidos a libertação, pelos Aliados, dos campos de extermínio da Alemanha Nazista, onde foram mortos 6 milhões de judeus.
O “Mundo Livre”, liderado pelos EUA, sentiu-se em “dívida moral” para com os judeus, o que fortaleceu o sionismo. Além disso, milhares de judeus deslocados de suas pátrias de origem, acalentavam um grande sonho: morar no seu próprio país.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu a “Partilha da Palestina”: um Estado Judeu (Israel), um Estado Palestino e Jerusalém - cidade 3 vezes santa - que seria internacionalizada sob o comando da ONU. Jerusalém é considerada sagrada pelos judeus, palestinos e cristãos.
Os judeus imediatamente aceitaram a proposta, enquanto os árabes, por seu turno, não. Em maio de 1948, quando os britânicos evacuaram a Palestina e era fundado o Estado de Israel, as nações árabes, lideradas pelo Egito e pela Jordânia, atacaram o recém-nascido país. Ninguém apostava na sobrevivência de Israel, principalmente porque seu sistema de defesa estava ainda em fase de organização.
Para a surpresa mundial, os sionistas venceram a chamada “Guerra de Independência”. Durante ela, muitos árabes palestinos saíram ou foram expulsos de Israel, originando o até hoje complicado “problema dos refugiados palestinos”, que, em 1964, criaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) - organização multipartidária - então destinada a combater Israel.
Em 1956, Israel temendo o novo líder egípcio Gamal Abdel Nasser, alia-se aos ingleses e franceses para atacar o governo do Cairo, que nacionalizara o Canal de Suez, de propriedade de um consórcio anglo-francês.
Apesar de vitoriosos, os israelenses e as duas nações européias saíram do Egito sob pressão internacional. Nascia um herói para as massas árabes: Nasser.
Nasser usava uma retórica agressiva contra Israel, anunciando que iria “expulsá-los para o mar”. Os judeus, temendo uma agressão, realizariam um ataque em 05 de junho de 1967, a chamada “Guerra dos Seis Dias”, conquistando Jerusalém Oriental, ocupando a Cisjordânia, o Planalto de Golan, que pertencia à Síria, e o Deserto do Sinai e a Faixa de Gaza, até então pertencentes ao Egito.
Um sinal de esperança
Após uma outra guerra, a do “Yom Kippur” (Dia do Perdão), em 1973, o Egito agora sob a liderança de Anuar Sadat e Israel, do primeiro-ministro Menachem Begin, após visitas mútuas dos dois líderes à nação rival e por pressão americana, estabeleceram a “Paz de Camp-David”, em 1979.
Isso estimulou o difícil processo de paz na região, marcada por constantes operações militares e terrorismo.
Em 1993, após a “Conferência de Oslo”, o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Yitzrak Rabin, concordaram na devolução progressiva, aos palestinos, de regiões da Cisjordânia, por Israel. Essa decisão teria motivado o assassinato de Rabin por um extremista judeu.
Hoje, a implementação da paz ainda encontra obstáculos, notadamente a questão das fronteiras de um futuro Estado Palestino, que substituiria a atual Autoridade Nacional Palestina, o problema da volta dos refugiados e a espinhosa questão de Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem estabelecer a capital de seu Estado e que já foi anexada por Israel.
Oriente Médio
No Oriente Médio encontra-se a maior riqueza mineral da Ásia: o petróleo. Ali estão os principais lençóis petrolíferos do globo, porém a exploração desse recurso está voltada basicamente para o abastecimento do mercado externo. Esse fato decorre das características econômicas desses países que, não sendo países industriais, não apresentam demanda interna que utilize toda essa matéria-prima.
Como exportadores de um produto essencial na manutenção do desenvolvimento e equilíbrio econômico mundial, os países do Oriente Médio sentiram de perto as pressões das companhias estrangeiras, muito interessadas no controle cada vez maior da exploração dessa fonte de energia - 60% das reservas mundiais. Daí, surgiu um organismo internacional muito forte, criado no Iraque em 1960: a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
A Opep é o exemplo mais conhecido de cartel - seu objetivo é unificar a política petrolífera dos países-membros, centralizando a administração da atividade, o que inclui um controle de preços e do volume de produção, estabelecendo pressões no mercado.
Da fonte à bomba de combustível.
O processo de transportar e transformar petróleo bruto em produtos como gasolina, óleo diesel e óleo para aquecimento é longo e em alguns casos dura mais de dois meses.
1. O petróleo é extraído dos campos e levado por dutos a tanques de armazenagem e depois a navios. Carregar um navio com 2 milhões de barris pode levar vários dias.
2. Cheio de petróleo, o navio viaja para seu destino.
3. Descarregar um navio grande pode levar de quatro dias a duas semanas, dependendo do clima e do porto. No Golfo do México, por exemplo, o petróleo tem de ser passado para navios menores que transportam o combustível para armazens.
4. O petróleo tem de ser levado por dutos a refinarias e transformado em produtos como gasolina e óleo para aquecimento. Esses produtos então têm de ser transportados, primeiro por dutos e depois para sistemas menores, até chegar a caminhões que os levam a postos de combustíveis ou outros centros de distribuição ao público. O processo todo pode durar mais de dois meses.
Responsável por 40% da produção e 60% das exportações mundiais de petróleo (ano 2000), a Opep utiliza o fornecimento e o preço do produto como uma arma de pressão especialmente no contexto dos países árabes.
Na década de 1970, por exemplo, os países árabes da Opep decidiram boicotar o fornecimento de petróleo para os EUA e outros países que auxiliaram Israel na guerra árabe-israelense. Em conseqüência, os preços do petróleo quadruplicaram desencadeando uma recessão mundial.
Complementando a unidade política que pretendem dar ao sistema de produção, os países-membros da Opep procuram desenvolver uma ação conjunta nos planos técnico e econômico, na intenção de diminuírem as influências das empresas estrangeiras em seus domínios.
Os principais destaques asiáticos na produção de petróleo são: Arábia Saudita (1o do mundo) Rússia, Irã, China, Emirados Árabes, Indonésia, Kuweit e Iraque.
Entretanto, são exportadores os países que não possuem grande demanda interna de consumo.
A aridez caracteriza o espaço ocupado pelos países do Oriente Médio. Apesar disso, a agricultura e a pecuária ocupam extensas áreas e boa parte da população.
Em meio ao deserto, há inúmeros oásis onde se pratica uma agricultura de subsistência e, na planície litorânea junto ao Mar Vermelho, pratica-se a policultura com destaque para cereais, tâmara e café. Todo o litoral da Península da Anatólia, na Turquia, tem produções mediterrâneas que atingem até a Síria, o Líbano, a Jordânia e Israel, onde se destacam os cítricos, as vinhas, os olivais, além do cultivo de algodão, trigo e tabaco, principalmente na Turquia.
Na planície da Mesopotâmia, beneficiada pelos rios Tigre e Eufrates, encontra-se uma cultura de grãos irrigada, presente também no Irã, às margens do Golfo Pérsico e do Mar Cáspio e nas fronteiras com o Afeganistão. Aliás, em pleno deserto da Arábia também se consegue plantar, utilizando modernas técnicas de dessalinização e irrigação.
Na verdade, a agricultura israelense é o maior destaque na região, pois enfrenta o problema da falta de água com tecnologia e organização agrária. Além dos kibutzim*, a produção se faz em propriedades individuais e nos moshavim - cooperativas de proprietários rurais onde cada família cultiva a sua parcela.
Cerca de um terço da população do Oriente Médio dedica-se à criação extensiva de gado - são numerosos grupos nômades que se deslocam com rebanhos de ovelhas, cabras e camelos.
Com exceção do setor petroquímico, que se destaca pela abundância de matéria-prima, de modo geral a indústria do Oriente Médio é pouco expressiva; ela depende, além do petróleo, de tecnologia avançada, que é controlada pelas grandes empresas transnacionais.
Observe o mapa acima, para identificar os setores industriais que se desenvolvem nos principais núcleos urbanos da região: Ancara - Turquia, Damasco -Síria, Bagdá - Iraque, Teerã - Irã.
Mas, sem dúvida, é Israel o país mais industrializado da Ásia Ocidental. O país possui importantes centros industriais em Haifa e Telaviv, onde se desenvolvem também equipamentos eletrônicos, aeronáuticos e armamentos.
A maioria dos países do Oriente Médio tem maior desenvolvimento dos setores secundários e terciários, apresentando altos percentuais de urbanização. Entretanto, contrastando com esse dado, encontra-se, por exemplo, o Afeganistão - com a maior ruralização e uma das maiores taxas de analfabetismo na região.
Analise os dados estatísticos para fazer uma idéia da qualidade de vida das populações no Oriente Médio.
(*)
"
Kibutz - Fazenda coletiva de Israel onde se pratica o regime de co-propriedade e cooperação mútua voluntária. Todas as atividades administrativas e produtivas são realizadas comunalmente. O kibutz fornece a seus habitantes alojamento, alimentação, berçários e educação elementar, de acordo com as necessidades de cada indivíduo. A educação fica a cargo da própria comunidade. Os primeiros kibutzim surgiram no início do século XX, originando-se dos ideais socialistas dos imigrantes sionistas russos. Muitos deles acabaram se tornando organizações econômicas fortes que incluem indústrias de transformação.
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