English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Paíse Arábes Sob Pressão

Manifestantes convocam greve geral e ‘marcha de um milhão’ no Egito
Começa sétimo dia de protestos em favor da renúncia do presidente Hosni Mubarak no país
31 de janeiro de 2011 | 8h 37
CAIRO – Os manifestantes no Egito convocaram para esta segunda-feira, 31/01/2011, uma greve geral sem prazo para terminar. Além disso, pretendem fazer na terça uma “marcha de um milhão”, a fim de marcar a primeira semana do início dos protestos contra o governo do presidente Hosni Mubarak.
 
“Foi decidido durante a noite que haverá uma marcha de um milhão de homens nesta terça-feira”, afirmou à France Presse Eid Mohammed, um dos organizadores das manifestações. “Nós também decidimos começar uma greve geral sem data para terminar.”
A greve foi primeiro convocada por trabalhadores da cidade de Suez, no fim do domingo. “Estaremos nos unindo aos trabalhadores de Suez e começaremos uma greve geral até nossas exigências serem atendidas”, afirmou Mohammed Waked, outro organizador dos protestos. As paralisações devem afetar o Cairo e as cidades de Alexandria e Port Said.
Na Praça Tahrir, no Cairo, centenas de pessoas acamparam no locale passaram a noite na tentativa de manter ativos os maiores protestos contra o governo no país em três décadas. No sábado, Mubarak apontou o primeiro vice-presidente em seus 30 anos no poder e um novo primeiro-ministro, em uma tentativa de se manter no comando.
Na praça, os manifestantes insistem que não pretendem deixar de protestar até que o militar deixe o governo. "Nós ficaremos na praça até que o covarde se vá", gritam os manifestantes.
A rede de televisão Al-Jazira, do Catar, informou no domingo que pelo menos 150 pessoas foram mortas no Egito desde o início da rebelião popular contra Mubarak. O número dado pelas autoridades até o momento é menor. O canal foi proibido de transmitir pelo governo egípcio.
Para tentar conter os protestos, o governo ampliou o toque de recolher. A medida passou a valer das 15 horas do domingo às 8 horas desta segunda-feira (4 horas em Brasília).
Os distúrbios, batizados de "Dia da Fúria" por alguns ativistas na internet, foram inspirados na "Revolução do Jasmim", que derrubou o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, há duas semanas. No Iêmen e na Jordânia também foram registradas manifestações.




O Conflito no Oriente Médio

A partir da destruição do segundo templo em Jerusalém (70 a.C.), pelos romanos, o povo judeu deu início à sua dispersão pelo mundo (A Diáspora), fruto da dominação e de perseguições sofridas em seu território de origem. Desde então, os israelitas mantiveram o objetivo nacional e messiânico do retorno à pátria. Durante séculos, contudo, esse propósito tinha, exclusivamente, uma dimensão religiosa, pouco ou nada sendo feito de concreto para realizá-lo.

No século XIX, quando explodiram na Europa Oriental os nacionalismos dos povos então sob impérios multinacionais, como os Austro- Húngaros, Russos e, parcialmente, o Turco-Otomanos, também o povo judeu começou a formular, de maneira política, a criação de um moderno Estado Judeu.

Nascia o sionismo: nacionalismo judaico que prega a ação política para recriar Israel em seu território original, a Palestina, então em mãos turcas. Para o avanço das idéias sionistas, cuja origem é atribuída a Theodor Hertzl, escritor judeu-húngaro que redigiu “O Estado Judeu”, também contribuiu um crescente anti-semitismo que ganhou corpo no leste europeu. O preconceito contra os judeus levava-os a aspirar por um país próprio.

Na passagem dos séculos XIX e XX, o movimento sionista ganhou adeptos de várias ramificações - socialistas, religiosos e outros - que visavam levar colonos judeus para a Palestina, atraindo particularmente os jovens.

O holocausto e a fundação de Israel

Terminada a Segunda Guerra Mundial, os povos contemplaram estarrecidos a libertação, pelos Aliados, dos campos de extermínio da Alemanha Nazista, onde foram mortos 6 milhões de judeus.

O “Mundo Livre”, liderado pelos EUA, sentiu-se em “dívida moral” para com os judeus, o que fortaleceu o sionismo. Além disso, milhares de judeus deslocados de suas pátrias de origem, acalentavam um grande sonho: morar no seu próprio país.

Em 29 de novembro de 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu a “Partilha da Palestina”: um Estado Judeu (Israel), um Estado Palestino e Jerusalém - cidade 3 vezes santa - que seria internacionalizada sob o comando da ONU. Jerusalém é considerada sagrada pelos judeus, palestinos e cristãos.

Os judeus imediatamente aceitaram a proposta, enquanto os árabes, por seu turno, não. Em maio de 1948, quando os britânicos evacuaram a Palestina e era fundado o Estado de Israel, as nações árabes, lideradas pelo Egito e pela Jordânia, atacaram o recém-nascido país. Ninguém apostava na sobrevivência de Israel, principalmente porque seu sistema de defesa estava ainda em fase de organização.

Para a surpresa mundial, os sionistas venceram a chamada “Guerra de Independência”. Durante ela, muitos árabes palestinos saíram ou foram expulsos de Israel, originando o até hoje complicado “problema dos refugiados palestinos”, que, em 1964, criaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) - organização multipartidária - então destinada a combater Israel.

Em 1956, Israel temendo o novo líder egípcio Gamal Abdel Nasser, alia-se aos ingleses e franceses para atacar o governo do Cairo, que nacionalizara o Canal de Suez, de propriedade de um consórcio anglo-francês.

Apesar de vitoriosos, os israelenses e as duas nações européias saíram do Egito sob pressão internacional. Nascia um herói para as massas árabes: Nasser.

Nasser usava uma retórica agressiva contra Israel, anunciando que iria “expulsá-los para o mar”. Os judeus, temendo uma agressão, realizariam um ataque em 05 de junho de 1967, a chamada “Guerra dos Seis Dias”, conquistando Jerusalém Oriental, ocupando a Cisjordânia, o Planalto de Golan, que pertencia à Síria, e o Deserto do Sinai e a Faixa de Gaza, até então pertencentes ao Egito.

Um sinal de esperança

Após uma outra guerra, a do “Yom Kippur” (Dia do Perdão), em 1973, o Egito agora sob a liderança de Anuar Sadat e Israel, do primeiro-ministro Menachem Begin, após visitas mútuas dos dois líderes à nação rival e por pressão americana, estabeleceram a “Paz de Camp-David”, em 1979.

Isso estimulou o difícil processo de paz na região, marcada por constantes operações militares e terrorismo.

Em 1993, após a “Conferência de Oslo”, o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Yitzrak Rabin, concordaram na devolução progressiva, aos palestinos, de regiões da Cisjordânia, por Israel. Essa decisão teria motivado o assassinato de Rabin por um extremista judeu.

Hoje, a implementação da paz ainda encontra obstáculos, notadamente a questão das fronteiras de um futuro Estado Palestino, que substituiria a atual Autoridade Nacional Palestina, o problema da volta dos refugiados e a espinhosa questão de Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem estabelecer a capital de seu Estado e que já foi anexada por Israel.

Oriente Médio

No Oriente Médio encontra-se a maior riqueza mineral da Ásia: o petróleo. Ali estão os principais lençóis petrolíferos do globo, porém a exploração desse recurso está voltada basicamente para o abastecimento do mercado externo. Esse fato decorre das características econômicas desses países que, não sendo países industriais, não apresentam demanda interna que utilize toda essa matéria-prima.

Como exportadores de um produto essencial na manutenção do desenvolvimento e equilíbrio econômico mundial, os países do Oriente Médio sentiram de perto as pressões das companhias estrangeiras, muito interessadas no controle cada vez maior da exploração dessa fonte de energia - 60% das reservas mundiais. Daí, surgiu um organismo internacional muito forte, criado no Iraque em 1960: a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

A Opep é o exemplo mais conhecido de cartel - seu objetivo é unificar a política petrolífera dos países-membros, centralizando a administração da atividade, o que inclui um controle de preços e do volume de produção, estabelecendo pressões no mercado.

Da fonte à bomba de combustível.

O processo de transportar e transformar petróleo bruto em produtos como gasolina, óleo diesel e óleo para aquecimento é longo e em alguns casos dura mais de dois meses.

1. O petróleo é extraído dos campos e levado por dutos a tanques de armazenagem e depois a navios. Carregar um navio com 2 milhões de barris pode levar vários dias.

2. Cheio de petróleo, o navio viaja para seu destino.

3. Descarregar um navio grande pode levar de quatro dias a duas semanas, dependendo do clima e do porto. No Golfo do México, por exemplo, o petróleo tem de ser passado para navios menores que transportam o combustível para armazens.

4. O petróleo tem de ser levado por dutos a refinarias e transformado em produtos como gasolina e óleo para aquecimento. Esses produtos então têm de ser transportados, primeiro por dutos e depois para sistemas menores, até chegar a caminhões que os levam a postos de combustíveis ou outros centros de distribuição ao público. O processo todo pode durar mais de dois meses.

Responsável por 40% da produção e 60% das exportações mundiais de petróleo (ano 2000), a Opep utiliza o fornecimento e o preço do produto como uma arma de pressão especialmente no contexto dos países árabes.

Na década de 1970, por exemplo, os países árabes da Opep decidiram boicotar o fornecimento de petróleo para os EUA e outros países que auxiliaram Israel na guerra árabe-israelense. Em conseqüência, os preços do petróleo quadruplicaram desencadeando uma recessão mundial.

Complementando a unidade política que pretendem dar ao sistema de produção, os países-membros da Opep procuram desenvolver uma ação conjunta nos planos técnico e econômico, na intenção de diminuírem as influências das empresas estrangeiras em seus domínios.

Os principais destaques asiáticos na produção de petróleo são: Arábia Saudita (1o do mundo) Rússia, Irã, China, Emirados Árabes, Indonésia, Kuweit e Iraque.

Entretanto, são exportadores os países que não possuem grande demanda interna de consumo.

A aridez caracteriza o espaço ocupado pelos países do Oriente Médio. Apesar disso, a agricultura e a pecuária ocupam extensas áreas e boa parte da população.

Em meio ao deserto, há inúmeros oásis onde se pratica uma agricultura de subsistência e, na planície litorânea junto ao Mar Vermelho, pratica-se a policultura com destaque para cereais, tâmara e café. Todo o litoral da Península da Anatólia, na Turquia, tem produções mediterrâneas que atingem até a Síria, o Líbano, a Jordânia e Israel, onde se destacam os cítricos, as vinhas, os olivais, além do cultivo de algodão, trigo e tabaco, principalmente na Turquia.

Na planície da Mesopotâmia, beneficiada pelos rios Tigre e Eufrates, encontra-se uma cultura de grãos irrigada, presente também no Irã, às margens do Golfo Pérsico e do Mar Cáspio e nas fronteiras com o Afeganistão. Aliás, em pleno deserto da Arábia também se consegue plantar, utilizando modernas técnicas de dessalinização e irrigação.

Na verdade, a agricultura israelense é o maior destaque na região, pois enfrenta o problema da falta de água com tecnologia e organização agrária. Além dos kibutzim*, a produção se faz em propriedades individuais e nos moshavim - cooperativas de proprietários rurais onde cada família cultiva a sua parcela.

Cerca de um terço da população do Oriente Médio dedica-se à criação extensiva de gado - são numerosos grupos nômades que se deslocam com rebanhos de ovelhas, cabras e camelos.

Com exceção do setor petroquímico, que se destaca pela abundância de matéria-prima, de modo geral a indústria do Oriente Médio é pouco expressiva; ela depende, além do petróleo, de tecnologia avançada, que é controlada pelas grandes empresas transnacionais.

Observe o mapa acima, para identificar os setores industriais que se desenvolvem nos principais núcleos urbanos da região: Ancara - Turquia, Damasco -Síria, Bagdá - Iraque, Teerã - Irã.

Mas, sem dúvida, é Israel o país mais industrializado da Ásia Ocidental. O país possui importantes centros industriais em Haifa e Telaviv, onde se desenvolvem também equipamentos eletrônicos, aeronáuticos e armamentos.

A maioria dos países do Oriente Médio tem maior desenvolvimento dos setores secundários e terciários, apresentando altos percentuais de urbanização. Entretanto, contrastando com esse dado, encontra-se, por exemplo, o Afeganistão - com a maior ruralização e uma das maiores taxas de analfabetismo na região.

Analise os dados estatísticos para fazer uma idéia da qualidade de vida das populações no Oriente Médio.

(*)
"
Kibutz - Fazenda coletiva de Israel onde se pratica o regime de co-propriedade e cooperação mútua voluntária. Todas as atividades administrativas e produtivas são realizadas comunalmente. O kibutz fornece a seus habitantes alojamento, alimentação, berçários e educação elementar, de acordo com as necessidades de cada indivíduo. A educação fica a cargo da própria comunidade. Os primeiros kibutzim surgiram no início do século XX, originando-se dos ideais socialistas dos imigrantes sionistas russos. Muitos deles acabaram se tornando organizações econômicas fortes que incluem indústrias de transformação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário