Candidatos vão atrás do sonho de advogar na 1ª fase do Exame da OAB
Prova tem 80 questões e duração de 5 horas; 2ª fase será dia 29 de maio.
Grupo de amigas faz o exame pela quinta vez.
Bacharéis de direito de todo o país tentam realizar o sonho da advocacia na primeira etapa do XIX Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OABx), realizada na tarde deste domingo (3). Ao todo, mais de 135 mil inscritos prestam a prova, que começou às 13h.
Essa não é a primeira tentativa para grande parte dos candidatos entrevistados pelo G1.
Há quem esteja prestando a prova pela quinta vez. Uns dizem contar com o
apoio da família. Outros admitem sofrer pressão dos parentes para
passar.
O exame traz 80 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas de resposta cada. Aqueles candidatos que acertarem, no mínimo, 50% da prova (ou seja, somarem 40 pontos ou mais), serão aprovados para a segunda fase.
De acordo com o edital do exame, a primeira fase aborda disciplinas obrigatórias no currículo mínimo do curso de direito: Direitos Humanos, Código do Consumidor, Estatuto da
Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, Direito Internacional, Filosofia do Direito, Estatuto da Advocacia e da OAB, seu Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB.
A segunda fase do XIX Exame, também conhecida como prova prático-profissional, vai ser aplicada no dia 29 de maio de 2016. Segundo o edital, os locais de prova deverão ser divulgados no dia 23 de maio.
A aprovação no Exame de Ordem é obrigatória para atuar na OAB como advogado. O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. Poderão realizá-lo os estudantes de direito do último ano do curso de graduação em direito ou dos dois últimos semestres.
Distrito Federal
A bacharel Wládia Furtado, de 34 anos, já tentou a prova em edições
anteriores e diz sofrer com a pressão da família. Na reta final, ela
optou por descansar e confiar no estudo dos meses anteriores.
"Esse não é meu primeiro exame, já fui algumas vezes para a segunda fase. Ficar lendo resumo em cima da hora aumenta a tensão. Dessa vez eu estou mais tensa, acobrança pessoal e familiar começa a ser maior. Cada vez que faço o exame, sinto um grau de dificuldade maior", disse.
O histórico de reprovações também teve impacto na preparação de Suely Silva, de 31 anos. Ela diz que gastou mais de R$ 2 mil em cursinhos mas, ainda assim, se preocupa com a dinâmica da prova.
Salvador (BA)
"Neste ano deixei de dar atenção a minha esposa, deixei o Bahia de lado e até pedi uma licença de 15 dias para estudar. Acredito que vou passar porque no ano passado não fui para a segunda fase do exame por apenas um ponto e eu nem estudei. Este ano que estudei, estou bem mais confiante. Além disso, vim usando a camisa campeã para me dar sorte", contou Alexandro em tom de brincadeira.
Itapetininga (SP)
Um dos 239 candidatos inscritos para o exame em Itapetininga é o policial militar aposentado, Clóvis Carvalho Pacheco, de 48 anos. Clóvis conta que começou a estudar direito depois que se aposentou da PM e que sempre desejou atuar como advogado. "Sempre quis, mas não conseguia por causa do trabalho e correria. Quando saiu minha aposentadoria decidi que era hora de voltar para a sala de aula e estudar."
Esta é a segunda vez que ele está prestando o exame e diz que tem que estar bem preparado para ser aprovado. Para o PM aposentado, a dificuldade maior é a de se superar e estudar sempre mais. "A expectativa é boa. Apesar de começar tarde [se referindo à idade], tenho vontade de trabalhar nessa área. O segredo para passar na prova é a preparação."
As três amigas Camila Ramos, Dirlene Rodrigues e Patrícia Barros estão tentando pela quinta vez a aprovação no exame da OAB. Sempre unidas, elas fizeram faculdade, cursinho preparatório e agora a prova da OAB juntas.
"A amizade só fortaleceu. Nos formamos juntas, fizemos cursinho juntas e as provas também. Uma incentiva a outra", diz Camila. Para as amigas, a maior dificuldade são as questões de direito constitucional. "Elas são extensas e nos cansa demais. O segredo é ter resistência física e emocional", conta Patrícia.
Manaus (AM)
As amigas Luciana Leite Negreiros, de 29 anos, e Greycielen da Silva
Vieira, de 24, mostraram grande expectativa antes da prova. Ambas
trabalham em um cartório na capital.
"A expecativa é positiva. A gente espera que a prova seja tranquila. Estamos nos preparando há uns dois anos e é muito difícil. Cada prova é uma nova experiência. Sempre é algo novo. A gente está aqui preparado, mas sempre existem surpresas. Eu espero que seja fácil esse ano", afirmaram.
Luciana relata que já realizou o exame quatro vezes e acredita que será aprovada este ano.
Familiares e amigos foram até o local de prova para dar apoio aos candidatos. O procurador adjunto Diego Cavalcante, de 27 anos, foi um deles. "É a questão da boa energia, não tem mistério. Quem estudou faz uma boa prova. Eu conheço pessoas que já fizeram a prova mais de uma vez e o conselho é não desistir. Sempre tentar melhorar o que tá errado. Uma preparação intensiva, com um bom dircionamento, uns três meses é suficiente", comentou.
Porto Alegre (RS)
Em todo o Rio Grande do Sul, 6.578 prestam o exame. Moradora de
Lajeado, no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, Bruna viajou a Porto
Alegre fazer a prova pela primeira vez. Aos 23 anos, ela divide seu tempo entre os estudos, o trabalho e os cuidados com o filho Ismael, de apenas dois anos.
"Não é fácil. Tem que ser boa aluna, boa profissional, boa mãe e boa esposa. Tem que se virar em dez, mas a gente dá um jeito", brinca. Ao lado do marido, Marcel Issa Qadan, Bruna confessa que ficou nervosa ao chegar ao local. "Eu estava tranquila, mas quando cheguei aqui comecei a ficar um pouco nervosa vendo o movimento. Acho que a maior dificuldade da prova é o nervosismo e o conteúdo, que é muito amplo", explica.
Flavio Lemos, de 51 anos, encara o exame pela quinta vez. Ele conta que "bateu na trave" em suas últimas tentativas. Nas últimas três vezes que prestou o exame, Flavio fez 39 acertos em cada prova, não se classificando para a segunda fase.
"Isso não é um concurso, é uma diputa com nós mesmos. Depois de tantos anos de faculdade, ainda precisamos passar por um exame para provar para nós mesmos que somos capazes. Infelizmente, temos que nos submeter a isso, mas estou confiante", afirmou o candidato.
Fonte: G1.com
O exame traz 80 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas de resposta cada. Aqueles candidatos que acertarem, no mínimo, 50% da prova (ou seja, somarem 40 pontos ou mais), serão aprovados para a segunda fase.
De acordo com o edital do exame, a primeira fase aborda disciplinas obrigatórias no currículo mínimo do curso de direito: Direitos Humanos, Código do Consumidor, Estatuto da
Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, Direito Internacional, Filosofia do Direito, Estatuto da Advocacia e da OAB, seu Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB.
A segunda fase do XIX Exame, também conhecida como prova prático-profissional, vai ser aplicada no dia 29 de maio de 2016. Segundo o edital, os locais de prova deverão ser divulgados no dia 23 de maio.
A aprovação no Exame de Ordem é obrigatória para atuar na OAB como advogado. O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. Poderão realizá-lo os estudantes de direito do último ano do curso de graduação em direito ou dos dois últimos semestres.
Distrito Federal
Bacharel em direito Wladia Furtado em faculdade onde ocorre o Exame da OAB (Foto: Alexandre Bastos/G1)
"Esse não é meu primeiro exame, já fui algumas vezes para a segunda fase. Ficar lendo resumo em cima da hora aumenta a tensão. Dessa vez eu estou mais tensa, acobrança pessoal e familiar começa a ser maior. Cada vez que faço o exame, sinto um grau de dificuldade maior", disse.
O histórico de reprovações também teve impacto na preparação de Suely Silva, de 31 anos. Ela diz que gastou mais de R$ 2 mil em cursinhos mas, ainda assim, se preocupa com a dinâmica da prova.
Salvador (BA)
Alexandro Saldanha, candidato ao exame da OAB em Salvador, Bahia (Foto: Maiana Belo / G1)
O assistente jurídico Alexandro Saldanha participa pela segunda vez do Exame da OAB.
Este ano resolveu usar a camisa do time do coração, o Bahia, para dar
sorte. Na prova do ano passado, ele fez 39 pontos e ficou a um ponto de
se classificar para a 2ª fase. Para participar da próxima etapa do
exame, o candidato deve fazer pelo menos 40 pontos."Neste ano deixei de dar atenção a minha esposa, deixei o Bahia de lado e até pedi uma licença de 15 dias para estudar. Acredito que vou passar porque no ano passado não fui para a segunda fase do exame por apenas um ponto e eu nem estudei. Este ano que estudei, estou bem mais confiante. Além disso, vim usando a camisa campeã para me dar sorte", contou Alexandro em tom de brincadeira.
Itapetininga (SP)
PM aposentado Clóvis recebe o apoio da esposa (Foto: Paola Patriarca/G1)
Um dos 239 candidatos inscritos para o exame em Itapetininga é o policial militar aposentado, Clóvis Carvalho Pacheco, de 48 anos. Clóvis conta que começou a estudar direito depois que se aposentou da PM e que sempre desejou atuar como advogado. "Sempre quis, mas não conseguia por causa do trabalho e correria. Quando saiu minha aposentadoria decidi que era hora de voltar para a sala de aula e estudar."
Esta é a segunda vez que ele está prestando o exame e diz que tem que estar bem preparado para ser aprovado. Para o PM aposentado, a dificuldade maior é a de se superar e estudar sempre mais. "A expectativa é boa. Apesar de começar tarde [se referindo à idade], tenho vontade de trabalhar nessa área. O segredo para passar na prova é a preparação."
As três amigas Camila Ramos, Dirlene Rodrigues e Patrícia Barros estão tentando pela quinta vez a aprovação no exame da OAB. Sempre unidas, elas fizeram faculdade, cursinho preparatório e agora a prova da OAB juntas.
"A amizade só fortaleceu. Nos formamos juntas, fizemos cursinho juntas e as provas também. Uma incentiva a outra", diz Camila. Para as amigas, a maior dificuldade são as questões de direito constitucional. "Elas são extensas e nos cansa demais. O segredo é ter resistência física e emocional", conta Patrícia.
Manaus (AM)
Amigas mostraram tensão antes do início das provas (Foto: Rickardo Marques/G1 AM)
"A expecativa é positiva. A gente espera que a prova seja tranquila. Estamos nos preparando há uns dois anos e é muito difícil. Cada prova é uma nova experiência. Sempre é algo novo. A gente está aqui preparado, mas sempre existem surpresas. Eu espero que seja fácil esse ano", afirmaram.
Luciana relata que já realizou o exame quatro vezes e acredita que será aprovada este ano.
Familiares e amigos foram até o local de prova para dar apoio aos candidatos. O procurador adjunto Diego Cavalcante, de 27 anos, foi um deles. "É a questão da boa energia, não tem mistério. Quem estudou faz uma boa prova. Eu conheço pessoas que já fizeram a prova mais de uma vez e o conselho é não desistir. Sempre tentar melhorar o que tá errado. Uma preparação intensiva, com um bom dircionamento, uns três meses é suficiente", comentou.
Porto Alegre (RS)
Mãe foi acompanhada do marido e do filho, de dois anos, para fazer a prova - OAB Porto Alegre 2016 (Foto: Gabriela Haas/G1)
"Não é fácil. Tem que ser boa aluna, boa profissional, boa mãe e boa esposa. Tem que se virar em dez, mas a gente dá um jeito", brinca. Ao lado do marido, Marcel Issa Qadan, Bruna confessa que ficou nervosa ao chegar ao local. "Eu estava tranquila, mas quando cheguei aqui comecei a ficar um pouco nervosa vendo o movimento. Acho que a maior dificuldade da prova é o nervosismo e o conteúdo, que é muito amplo", explica.
Flavio Lemos, 51 anos, foi acompanhado por um grupo de amigos - OAB Porto Alegre 2016 (Foto: Gabriela Haas/G1)
Flavio Lemos, de 51 anos, encara o exame pela quinta vez. Ele conta que "bateu na trave" em suas últimas tentativas. Nas últimas três vezes que prestou o exame, Flavio fez 39 acertos em cada prova, não se classificando para a segunda fase.
"Isso não é um concurso, é uma diputa com nós mesmos. Depois de tantos anos de faculdade, ainda precisamos passar por um exame para provar para nós mesmos que somos capazes. Infelizmente, temos que nos submeter a isso, mas estou confiante", afirmou o candidato.
Fonte: G1.com
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