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terça-feira, 5 de abril de 2016

Candidatos vão atrás do sonho de advogar na 1ª fase do Exame da OAB

Candidatos vão atrás do sonho de advogar na 1ª fase do Exame da OAB

Prova tem 80 questões e duração de 5 horas; 2ª fase será dia 29 de maio.
Grupo de amigas faz o exame pela quinta vez.

Do G1, em São Paulo
Bacharéis de direito de todo o país tentam realizar o sonho da advocacia na primeira etapa do XIX Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OABx), realizada na tarde deste domingo (3). Ao todo, mais de 135 mil inscritos prestam a prova, que começou às 13h.

Essa não é a primeira tentativa para grande parte dos candidatos entrevistados pelo G1. Há quem esteja prestando a prova pela quinta vez. Uns dizem contar com o apoio da família. Outros admitem sofrer pressão dos parentes para passar.
O exame traz 80 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas de resposta cada. Aqueles candidatos que acertarem, no mínimo, 50% da prova (ou seja, somarem 40 pontos ou mais), serão aprovados para a segunda fase.

De acordo com o edital do exame, a primeira fase aborda disciplinas obrigatórias no currículo mínimo do curso de direito: Direitos Humanos, Código do Consumidor, Estatuto da
Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, Direito Internacional, Filosofia do Direito, Estatuto da Advocacia e da OAB, seu Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB.

A segunda fase do XIX Exame, também conhecida como prova prático-profissional, vai ser aplicada no dia 29 de maio de 2016. Segundo o edital, os locais de prova deverão ser divulgados no dia 23 de maio.

A aprovação no Exame de Ordem é obrigatória para atuar na OAB como advogado. O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. Poderão realizá-lo os estudantes de direito do último ano do curso de graduação em direito ou dos dois últimos semestres.
Distrito Federal
Bacharel em direito Wladia Furtado em faculdade onde ocorre o Exame da OAB (Foto: Alexandre Bastos/G1)Bacharel em direito Wladia Furtado em faculdade onde ocorre o Exame da OAB (Foto: Alexandre Bastos/G1)
 
A bacharel Wládia Furtado, de 34 anos, já tentou a prova em edições anteriores e diz sofrer com a pressão da família. Na reta final, ela optou por descansar e confiar no estudo dos meses anteriores.

"Esse não é meu primeiro exame, já fui algumas vezes para a segunda fase. Ficar lendo resumo em cima da hora aumenta a tensão. Dessa vez eu estou mais tensa, acobrança pessoal e familiar começa a ser maior. Cada vez que faço o exame, sinto um grau de dificuldade maior", disse.

O histórico de reprovações também teve impacto na preparação de Suely Silva, de 31 anos. Ela diz que gastou mais de R$ 2 mil em cursinhos mas, ainda assim, se preocupa com a dinâmica da prova.
Salvador (BA)

Alexandro Saldanha, candidato ao exame da OAB em Salvador, Bahia (Foto: Maiana Belo / G1)Alexandro Saldanha, candidato ao exame da OAB em Salvador, Bahia (Foto: Maiana Belo / G1)
O assistente jurídico Alexandro Saldanha participa pela segunda vez do Exame da OAB. Este ano resolveu usar a camisa do time do coração, o Bahia, para dar sorte. Na prova do ano passado, ele fez 39 pontos e ficou a um ponto de se classificar para a 2ª fase. Para participar da próxima etapa do exame, o candidato deve fazer pelo menos 40 pontos.

"Neste ano deixei de dar atenção a minha esposa, deixei o Bahia de lado e até pedi uma licença de 15 dias para estudar. Acredito que vou passar porque no ano passado não fui para a segunda fase do exame por apenas um ponto e eu nem estudei. Este ano que estudei, estou bem mais confiante. Além disso, vim usando a camisa campeã para me dar sorte", contou Alexandro em tom de brincadeira.
Itapetininga (SP)

o PM aposentado Clóvis recebe o apoio da esposa (Foto: Paola Patriarca/G1) 
PM aposentado Clóvis recebe o apoio da esposa (Foto: Paola Patriarca/G1)

Um dos 239 candidatos inscritos para o exame em Itapetininga é o policial militar aposentado, Clóvis Carvalho Pacheco, de 48 anos. Clóvis conta que começou a estudar direito depois que se aposentou da PM e que sempre desejou atuar como advogado. "Sempre quis, mas não conseguia por causa do trabalho e correria. Quando saiu minha aposentadoria decidi que era hora de voltar para a sala de aula e estudar."

Esta é a segunda vez que ele está prestando o exame e diz que tem que estar bem preparado para ser aprovado. Para o PM aposentado, a dificuldade maior é a de se superar e estudar sempre mais. "A expectativa é boa. Apesar de começar tarde [se referindo à idade], tenho vontade de trabalhar nessa área. O segredo para passar na prova é a preparação."

As três amigas Camila Ramos,  Dirlene Rodrigues e Patrícia Barros estão tentando pela quinta vez a aprovação no exame da OAB. Sempre unidas, elas fizeram faculdade, cursinho preparatório e agora a prova da OAB juntas.
"A amizade só fortaleceu. Nos formamos juntas, fizemos cursinho juntas e as provas também. Uma incentiva a outra", diz Camila. Para as amigas, a maior dificuldade são as questões de direito constitucional. "Elas são extensas e nos cansa demais. O segredo é ter resistência física e emocional", conta Patrícia.
Manaus (AM)

Amigas mostraram tensão antes do início das provas (Foto: Rickardo Marques/G1 AM)Amigas mostraram tensão antes do início das provas (Foto: Rickardo Marques/G1 AM)
 
As amigas Luciana Leite Negreiros, de 29 anos, e Greycielen da Silva Vieira, de 24, mostraram grande expectativa antes da prova. Ambas trabalham em um cartório na capital.
"A expecativa é positiva. A gente espera que a prova seja tranquila. Estamos nos preparando há uns dois anos e é muito difícil. Cada prova é uma nova experiência. Sempre é algo novo. A gente está aqui preparado, mas sempre existem surpresas. Eu espero que seja fácil esse ano", afirmaram.

Luciana relata que já realizou o exame quatro vezes e acredita que será aprovada este ano.
Familiares e amigos foram até o local de prova para dar apoio aos candidatos. O procurador adjunto Diego Cavalcante, de 27 anos, foi um deles. "É a questão da boa energia, não tem mistério. Quem estudou faz uma boa prova. Eu conheço pessoas que já fizeram a prova mais de uma vez e o conselho é não desistir. Sempre tentar melhorar o que tá errado. Uma preparação intensiva, com um bom dircionamento, uns três meses é suficiente", comentou.
Porto Alegre (RS)

Mãe foi acompanhada do marido e do filho, de dois anos, para fazer a prova - OAB Porto Alegre 2016 (Foto: Gabriela Haas/G1) 
Mãe foi acompanhada do marido e do filho, de dois anos, para fazer a prova - OAB Porto Alegre 2016 (Foto: Gabriela Haas/G1)
 
Em todo o Rio Grande do Sul, 6.578 prestam o exame. Moradora de Lajeado, no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, Bruna viajou a Porto Alegre fazer a prova pela primeira vez. Aos 23 anos, ela divide seu tempo entre os estudos, o trabalho e os cuidados com o filho Ismael, de apenas dois anos.

"Não é fácil. Tem que ser boa aluna, boa profissional, boa mãe e boa esposa. Tem que se virar em dez, mas a gente dá um jeito", brinca. Ao lado do marido, Marcel Issa Qadan, Bruna confessa que ficou nervosa ao chegar ao local. "Eu estava tranquila, mas quando cheguei aqui comecei a ficar um pouco nervosa vendo o movimento. Acho que a maior dificuldade da prova é o nervosismo e o conteúdo, que é muito amplo", explica.
 
Flavio Lemos, 51 anos, foi acompanhado por um grupo de amigos - OAB Porto Alegre 2016 (Foto: Gabriela Haas/G1)

Flavio Lemos, de 51 anos, encara o exame pela quinta vez. Ele conta que "bateu na trave" em suas últimas tentativas.  Nas últimas três vezes que prestou o exame, Flavio fez 39 acertos em cada prova, não se classificando para a segunda fase.

"Isso não é um concurso, é uma diputa com nós mesmos. Depois de tantos anos de faculdade, ainda precisamos passar por um exame para provar para nós mesmos que somos capazes. Infelizmente, temos que nos submeter a isso, mas estou confiante", afirmou o candidato.

Fonte: G1.com

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