Dia 21 de setembro Troy Davis foi executado no estado da Georgia, nos
Estados Unidos. Sua morte reacendeu a discussão sobre a pena de morte, e
envolveu figuras conhecidas como o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, o
papa Bento XVI e a atriz norte-americana Susan Sarandon. Davis foi
condenado à morte há quase 20 anos, depois de ter sido considerado
culpado pela morte do policial Mark MacPhail, em 1989. Entretanto, sete
das nove testemunhas do caso voltaram atrás em seus depoimentos e
alegaram ter sido coagidas e intimidadas pela polícia. Além disso, não
existiam provas materiais que vinculassem Davis ao crime. Apesar de
todos os protestos, não apenas nos EUA, mas em diversas cidades ao redor
do mundo, a pena de morte foi aplicada.
A pena de morte também é conhecida como pena capital e consiste numa
sentença aplicada pelo poder judiciário – composto por juízes com a
capacidade de julgar um cidadão – e que consiste na execução de um
indivíduo condenado pelo estado. Segundo o site penademorte.info,
atualmente 96 países do globo aboliram a pena de morte para todos os
crimes, 34 não aboliram as leis que dizem respeito à pena de morte,
porém não executaram prisioneiros nos últimos dez anos. Todavia, 58
nações seguem condenando e executando seus prisioneiros. Embora nenhum
estado membro da União Europeia aplique pena de morte, até o final dos
anos 70, a França ainda mandava prisioneiros para a guilhotina.
Embora muitas pessoas não saibam, o Brasil é o único país de língua
portuguesa que prevê a pena de morte em sua constituição. A pena capital
no Brasil é prevista para crimes militares e somente em tempos de
guerra. A lista de crimes que podem ser punidos com o fuzilamento, em
caso de guerra, está especificada no Código Penal Militar e vão do
favorecimento do inimigo à espionagem.
Entre os países com sistemas políticos democráticos, os EUA e o Japão
são os únicos que ainda utilizam esse tipo de punição para seus
prisioneiros. Entre os vários países ainda são adeptos da pena de morte
para crimes comuns figuram a China, o Irã e Belarus. Belarus é o
último país da Europa e da antiga União Soviética que continua
realizando execuções e é alvo de uma intensa campanha da Anistia
Internacional para que as execuções sejam suspensas. Em 2007, a
Organização das Nações Unidas aprovou uma moratória impulsionada pelos
países da União Europeia, especialmente pela Itália. O documento foi
aprovado com o voto de 99 países – inclusive do Brasil – e expressa a
crescente preocupação da ONU com as execuções. A moratória ainda
incentiva os países a suspenderem a pena capital e, ainda que não tenha
efeito legal sob a legislação de cada nação, é considerada um componente
moral muito importante no que diz respeito à abolição dessas leis.
Segundo relatório da Anistia Internacional, em 2010 pelo menos 527
pessoas foram executadas em 22 países e mais duas mil pessoas foram
condenadas à morte, chegando a 18 mil prisioneiros no corredor da morte
em todo o mundo. Ainda segundo o documento, a Arábia Saudita, a China,
os EUA, o Irã e o Iemên são os países que cometem mais execuções e
violam as normas internacionais de direitos humanos.
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