Só no Hospital das Clínicas, foram 70 casos no período. A situação preocupa porque não há antibiótico capaz de contê-la. Ao mesmo tempo, ela encontra terreno fértil para a proliferação nos hospitais por falta de higiene. O alerta é de Artur Timerman, 57, um dos infectologistas mais conceituados no país.
"Se você vai a qualquer um dos grandes hospitais de São Paulo, público ou privado, vai ver que o índice de lavagem de mãos não chega a 40%", diz o chefe do serviço de controle de infecções hospitalares do hospital Edmundo Vasconcelos. Timerman também atua no Dante Pazzanese e no Albert Einstein. No Brasil, os primeiros registros de KPC são de 2005, em São Paulo.
A KPC surgiu em 2000 nos Estados Unidos depois de uma mutação genética. No Brasil, já foram registrados seis casos desde 2006. A bactéria pode causar infecções urinária e intestinal e pneumonia. Há risco de morte principalmente porque a maioria das pessoas infectadas já está doente. Ela é muito resistente, mas três antibióticos têm sucesso no tratamento.
Transmissão, sintmas e cuidados – Não existem sintomas característicos da infecção pela KPC. Ela se manifesta com os sintomas normais de uma infecção: febre, dores na bexiga (se for o caso de uma infecção urinária), tosse (se for uma infecção respiratória).
A bactéria KPC propaga-se pelo contato intra-hospitalar. Essa bactéria não voa, não passa pelo ar. Um médico que manipula a saliva de um paciente e não higieniza bem as mãos pode passar essa bactéria para outra pessoa com um simples aperto de mão. Outra possibilidade de contágio é a má higienização de equipamentos que podem ser usados por outros pacientes.
Lavar as mãos com água e sabão ou álcool gel e usar aventais e máscaras ao examinar o paciente são medidas simples e eficazes para evitar a disseminação da bactéria. Visitantes também devem lavar as mãos antes de entrar nos leitos e evitar circular pelas dependências da unidade de saúde. Existe uma diferença entre estar colonizado e estar infectado.
Anvisa discute medidas contra a superbactéria KPC
Agência se reúne com microbiologistas e infectologistas para debater infecções hospitalares
22 de outubro de 2010 | 15h 21
Agência Brasil
BRASÍLIA – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza nesta sexta-feira, 22, em Brasília, uma reunião com microbiologistas e infectologistas de todo o País para discutir infecções hospitalares provocadas por bactérias resistentes a antibióticos. O encontro ocorre das 9h às 17h, na sede da Anvisa, no Setor de Indústria e Abastecimento.
Veja também:
Contaminações por superbactéria no DF aumentam 70% em 2 semanas
Na ocasião, os especialistas debatem os recentes casos de infecção provocados pela Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), enzima que tem funcionado como novo mecanismo de resistência em algumas bactérias. Em pauta, ainda, estão medidas de contenção e prevenção de novos casos, padronização de conceitos, diagnóstico, métodos de identificação desses micro-organismos, seleção de laboratórios estaduais de referência e fluxos de notificação das infecções.
Participam da reunião integrantes da Comissão de Assessoria Técnica em Resistência Microbiana nos Serviços de Saúde (Catrem), da Anvisa; da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde (Cglab); e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs); além de representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,anvisa-discute-medidas-contra-a-superbacteria-kpc,628389,0.htm, acesso em 22 out. 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário