Uma das ideias do MEC (Ministério da Educação) ao criar o novo  formato do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) era, gradualmente,  estabelecer um currículo padrão para o ensino médio e conseguir reduzir a  necessidade de cursos pré-vestibulares. No entanto, o efeito tem sido  contrário: estão surgindo cursos específicos para o Enem. Mas eles são  tão diferentes assim dos preparatórios para os vestibulares?
Para Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora geral do curso e  colégio Objetivo, não muito. Segundo ela, o Enem se aproximou dos demais  vestibulares. “Na hora em que você se prepara para a Fuvest, por  exemplo, você se prepara para o Enem também”, diz.
O coordenador do Instituto Henfil, Mateus Prado, é mais radical. “Os  cursinhos estão tentando se manter. Em geral, o que acontece é que em   algumas cidades do país o cursinho pré-vestibular está praticamente  desaparecendo. Em geral, as pessoas têm mudado a capa da apostila”,  afirma.
O Henfil, apesar disso, tem o que ele chamou de preparatório  “experimental” para o Enem. Segundo Prado, o curso trabalha com o modelo  de “aprendizagem pelo problema”. “O Enem tem alguns conteúdos mínimos,  muito menores que o conteúdo do ensino médio convencional. Em geral, [o  exame] pede o que os vestibulares pedem”, diz.
A favor
O coordenador de um curso para o Enem, ministrado a distância a  partir do Paraná, discorda da avaliação de que um preparatório  específico para o exame nacional não seja necessário. “A prova do Enem  exige outro perfil, outro comportamento. O aluno não está preparado,  muitas vezes, para questões que exigem mais raciocínio e menos fórmulas  prontas”, afirma Marlus Geronasso, da Uninter.
Para ele, o Enem não vai acabar com os cursinhos. “Vai exigir uma  mudança de perfil. Aqueles [cursinhos] que têm cantigas, coisas  decoradas, terão que se atualizar. Os alunos terão que entender mais de  competências e habilidades”, diz.

Nenhum comentário:
Postar um comentário