O assunto invadiu os principais jornais e programas televisivos do mundo, e agora os desdobramentos da morte de Osama Bin Laden, liderança da organização terrorista Al-Qaeda, responsável pelos ataques do 11 de setembro nos Estados Unidos, também deve aparecer nos vestibulares do País. O assunto pode ser questionado nas provas de história, geografia e até como tema de redação. Atrelado a isso, os dez anos do 11 de setembro amplia as chances de assuntos como terrorismo, Al-Qaeda e política americana serem questionados nos provões.
“Depois da queda das Torres Gêmeas, o mundo definitivamente se transformou. Se, durante a Guerra Fria, havia o medo de uma guerra atômica, agora os países mais avançados sofrem com o medo de atentados – o inimigo pode estar ao seu lado. As consequências disso são os radicalismos, os cuidados com segurança e o medo de voar, que paradoxalmente foram reforçados depois da morte do homem considerado o ‘cabeça’ do terrorismo. O mundo está com medo da reação da Al-Qaeda”.
Para o professor de português Ricardo Russo, do cursinho Objetivo Floripa, de Santa Catarina, o parágrafo acima poderia facilmente aparecer como um enunciado de proposta de redação. Para Russo, a probabilidade de Osama virar tema de texto é grande, porém nunca com foco em sua morte. “As bancas pegam a factualidade e a transformam em temas subjetivos. Assim, a morte do famoso terrorista não poderia ser um tema, mas seus desdobramentos sim”, explica, destacando questões como o medo dos americanos e europeus, as restrições às liberdades individuais e a guerra sem um inimigo claro.
Russo ainda afirma que é essencial para os estudantes “ler para compreender, e compreender para refletir”. Para isso, é preciso acompanhar muitos jornais, revistas e sites de notícias, pois a imprensa consegue noticiar e ao mesmo tempo fazer relações com questões políticas e sociais, que para o professor são essenciais para um bom desempenho na redação. “Esse raciocínio é justamente cobrado dos vestibulandos para que eles possam fazer ligações, para verificar o quanto o candidato tem leitura do mundo no qual está inserido”, afirma.
O mesmo raciocínio de que não será o fato da morte que irá ser abordado na prova, e sim suas circunstâncias, pode ser usado para as questões de história e geopolítica. Porém, para o professor de história Gilberto Marone, do Anglo de São Paulo, ao contrário da redação, essas analogias devem ser encontradas muito mais no passado do que no presente. “O fim da Era Osama e também o aniversário de dez anos do 11 de setembro trazem a tona conteúdos históricos que com certeza se farão presentes nas provas”, diz.
Marone destaca conteúdos como a prisão de Guantánamo, a história da Al-Qaeda e o que o grupo representa nas relações mundiais, a Guerra do Golfo, as diferentes etnias dos muçulmanos, a guerra entre Israel e Paquistão, a liberdade religiosa, a xenofobia nos Estados Unidos, a Guerra ao Terror e principalmente, o fim das ditaduras nos mundos muçulmanos. “A dica é revisar conteúdos de história e geografia que estejam relacionados com o mundo árabe e também com a política americana”, conclui.
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