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terça-feira, 28 de junho de 2011

Como Saber ?

Nestes últimos dias houve uma pesquisa sobre se era correto uma jovem de 16 anos que ainda não havia terminado o Ensino Médio, mas que tinha obtido uma ótima classificação no ENEM, e consequentemente uma vaga na Universidade pelo SISU, cursar Medicina.

Se você ainda não viu a reportagem, acesse o link “Garota de 16 anos ganha o direito de cursar medicina sem terminar ensino médio”. Como era de se esperar, a votação de nossa enquete acabou ficando empatada. Isso porque, sem dúvida, esse é um tema bastante polêmico. No caso, a garota teve de recorrer à Justiça para garantir seu ingresso na universidade, conseguindo, assim, também o direito de não mais precisar frequentar o Ensino Médio.
Vamos avaliar a situação. Entendo que essa estudante deva ser uma daquelas que realmente gosta e tem facilidade em estudar. Entendo também que o argumento da justiça que diz que se ela tem “capacidade” para passar nos exames que levam à Universidade, ela também teria condições de freqüentar esse curso. Mas será que só isso garante esse benefício ?
Como educador, trabalhando há mais de duas décadas, pude perceber que por muitas vezes encontrava alunos que se mostravam muito capacitados quando o assunto era “estudar”. Aprendiam com facilidade os temas propostos. Dentre esses alguns poucos eram capazes de realizar as avaliações com extrema facilidade, outros, em menor quantidade, também conseguiam discutir e argumentar sobre o tema proposto. Mas somente uma ínfima parcela destes jovens era capaz de compreender, de fato, o que aquilo que estavam estudando realmente “queria dizer” !
Como isso, quero dizer que em minha experiência como educador raramente encontrei um jovem que tivesse “maturidade” suficiente para relacionar o aprendizado ocorrido com a realidade que o cercava. Isso porque, talvez, a pouca falta de vivência deles, afinal eram jovens, não permitisse ainda que o aprendido pudesse se fixar como conhecimento. E é por isso minha preocupação no caso desta jovem em questão. Seria ela uma destas raras pessoas que se encontram “maduras” o suficiente para avançar nos estudos, mesmo com o prejuízo aparentemente inevitável de sua formação básica, ou seria ela somente uma destes poucos estudantes muito capazes em “guardar informações” e realizar excelentes provas, mas que ainda não estão prontos para “pular” etapas de sua formação enquanto seres Humanos ? Como saber ? Como um juiz pode saber ?

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