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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Atualidades 66 - Néstor Kirchner e a História da Argentina

Enterro de Néstor Kirchner será nesta sexta, confirma governo da Argentina
Corpo vai ser velado até 10h de sexta-feira e levado a Río Gallegos.
Marido da presidente Cristina morreu na quarta (27 out.), de ataque cardíaco.
O corpo do ex-presidente argentino Néstor Kirchner será velado até as 10h locais (11h de Brasília pelo horário de verão) de sexta-feira (28). Em seguida, será transportado para a sua cidade natal, Río Gallegos (2.800 km ao sul de Buenos Aires), onde será sepultado, em uma cerimônia privada, informou o governo esta quinta.
O vice-secretário de Mídia, Alfredo Scoccimarro, explicou que o velório, iniciado esta quinta-feira em Buenos Aires, durará toda a noite para permitir às pessoas ter acesso à capela ardente montada na Casa Rosada, sede do governo argentino
O porta-voz da Presidência antecipou que na sexta-feira o caixão será levado para Santa Cruz, província patagônica onde nasceu o ex-presidente, falecido na quarta-feira, vítima de um ataque cardíaco.
(…)



Néstor Carlos Kirchner (Río Gallegos, Província de Santa Cruz, 25 de fevereiro de 1950 — El Calafate, Província de Santa Cruz, 27 de outubro de 2010) foi um advogado e político argentino. Foi presidente da Argentina, governador da Província de Santa Cruz e presidente da UNASUL. Foi casado com Cristina Fernández de Kirchner, que o sucedeu na Casa Rosada. 

Primeiros tempos

Kirchner nasceu na capital da província de Santa Cruz, na região da Patagônia. Seu pai, Néstor Kirchner, era um carteiro descendente de imigrantes suíços; sua mãe, María Ostoić, chilena descendente de imigrantes croatas, nascida em Punta Arenas. Realizou seus estudos primários e secundários em escolas públicas locais. Ingressou, depois, no Colegio Nacional República de Guatemala.

Kirchner militou no movimento justicialista como membro da Juventud Peronista, um setor juvenil de esquerda radicalmente oposto a Juan Carlos Onganía. No início da década de setenta, Kirchner estudou Direito na Universidad Nacional de La Plata, diplomando-se em 1976. No mesmo ano, logo depois do golpe de 24 de março, junto com sua esposa, Cristina Fernández, abandonou La Plata para retornar a Río Gallegos e dedicar-se a exercer sua profissão, afastado da política. Durante a ditadura militar de Videla foi preso em duas oportunidades.

Com o retorno da democracia em 1983, Kirchner se converteu em funcionário do governo provincial. Do final de 1983 até julho de 1984 foi presidente da Caja de Previsión Social da província, mas foi forçado pelo governador a renunciar devido a uma disputa sobre política financeira. Este incidente o fez conhecido no âmbito local, e constituiu o passo inicial de sua carreira política.

Em 1987 candidatou-se a intendente municipal (prefeito) de Rio Gallegos. Elegeu-se por escassa vantagem nas eleições de 6 de setembro, assumindo o cargo em 10 de dezembro. No mesmo pleito, o também peronista Ricardo del Val foi eleito governador de Santa Cruz, marcando o predomínio do Partido Justicialista na província.

A gestão de Kirchner como intendente durou de 1987 a 1991, e garantiu sua eleição para governador da província em 1991, com 61% dos votos. Nessa época, sua esposa já era membro do congresso provincial.

Governador de Santa Cruz

Quando Kirchner assumiu o governo, Santa Cruz contribuía com apenas 1 % do PIB nacional, principalmente com a produção de matérias primas (principalmente petróleo), e enfrentava uma grave crise econômica, com elevados níveis de desemprego e um alto déficit fiscal. Suas políticas se centraram na realização de intervenções para estimular a atividade produtiva, o emprego e o consumo.

Diminuindo o gasto público e aproveitando-se dos lucros da indústria petrolífera, Kirchner restaurou o equilíbrio das contas públicas. A província alcançou níveis razoaveis de crescimento econômico, o que foi facilitado pela escala relativamente pequena da base econômica e do mercado de trabalho de sua província.

Seus críticos afirmam que sua gestão não foi diferente da maior parte dos governadores peronistas, e que seguiu as diretrizes políticas ditadas pelo então presidente Carlos Menem, baseando-se no personalismo e no autoritarismo, mantendo controle sobre a imprensa local e nomeando como juízes da Suprema Corte Provincial pessoas de sua confiança. O uso político do funcionarismo público e uma economia fortemente subsidiada teria levado ao clientelismo político em Santa Cruz.

Em 1994 e 1998, Kirchner conseguiu a aprovação de reformas na constituição provincial, que deixou de limitar o número de reeleições para governador. Em 1995, com as reformas já em vigência, Kirchner foi reeleito governador por ampla margem (66,5% dos votos). A partir desse momento Kirchner se distanciou de Menem, lançando uma linha interna dentro do partido chamada “Corriente Peronista”.
Néstor Kirchner e sua esposa Cristina Fernández de Kirchner, que o sucedeu nas eleições presidenciais de 2007.
A tentativa de Menem, em 1998, de conseguir uma terceira eleição consecutiva para presidente gerou forte rejeição na sociedade argentina, no âmbito acadêmico e também dentro do Partido Justicialista. Kirchner se aliou ao principal opositor de Menem dentro do peronismo, o governador da Província de Buenos Aires Eduardo Duhalde.
Em maio de 1999 Kirchner foi reeleito governador de Santa Cruz com 54,7% dos votos, derrotando uma aliança entre a Unión Cívica Radical e os setores menemistas do justicialismo, chamado Movimiento Federal Santacruceño. Entretanto, nas eleições presidencialistas de 24 de outubro do mesmo ano, foi eleito presidente Fernando de la Rúa, candidato da la Alianza (coligação de forças de centro e da esquerda moderada, liderada pela UCR), que também conquistou a maioria na câmara dos deputados.
De la Rúa renunciou ao cargo tendo cumprido apenas metade de seu mandato após uma grave crise econômica e uma série de protestos populares, os panelaços. Após uma série de presidentes interinos, incapazes de estabilizar a situação, em janeiro de 2002 o Congresso nomeou Eduardo Duhalde para completar o período presidencial.
Duhalde desvalorizou o peso, e procurou controlar a crise econômica. Os acontecimentos de dezembro de 2001 haviam criado na sociedade argentina um forte sentimento de rejeição a toda a classe política, simbolizada pela frase “¡Que se vayan todos!” (que se vão todos).


As eleições presidenciais de 2003
Néstor Kirchner com seu antecessor, Eduardo Duhalde.
A situação nas vésperas das eleições presidenciais se apresentava confusa. Vários líderes do Partido Justicialista aspiravam uma candidatura: o próprio Kirchner, que contava com poucas forças próprias para definir uma eleição interna; o ex-presidente Carlos Menem; e os governadores das províncias de Córdoba, José Manuel de la Sota, Salta, Juan Carlos Romero, e San Luis, Adolfo Rodríguez Saá. As primárias do Partido Justicialista foram anunciadas inicialmente para novembro de 2002, e logo remarcadas para fevereiro de 2003.

O então presidente Duhalde, figura de peso dentro do justicialismo, por sua posição e influência na estrutura partidária da província de Buenos Aires, o distrito mais povoado do país, anunciou apoio a Carlos Reutemann, governador da Província de Santa Fé. Com a desistência deste, e não tendo fechado acordo político com De la Sota, Duhalde acabou por apoiar Kirchner.

Entretanto, a situação interna do justicialismo não estava resolvida, e se o apoio de Duhalde era significativo, não garantia por si só a candidatura. Por outro lado, o desgaste de uma primária tão próxima de um pleito nacional, previsto para 27 de abril, poderiam provocar um revés nas expectativas de uma vitória do justicialismo. Assim, em 24 de janeiro, com o argumento de que os três pré-candidatos (Kirchner, Rodiguez Saá e Carlos Menem) apresentavam programas opostos, o congresso do Partido Justicialista toma uma decisão inédita: suspendeu as primárias e permitiu a todos o uso dos símbolos partidários, já que a constituição argentina permite que um partido apresente mais de um candidato para as eleições gerais. Na prática, significava que iriam se enfrentar como se pertencessem a partidos distintos.
Néstor Kirchner e o ex-ministro de economia Roberto Lavagna.
Kirchner iniciou a campanha numa posição desfavorável. As pesquisas de intenção de voto indicavam que ele estava atrás dos outros peronistas e também de Ricardo López Murphy, candidato de centro-direita. Entretanto, a popularidade de Kirchner começou a crescer impulsionado por um programa de perfil Social-Democrata, com que buscava diferenciar-se das políticas adotadas durante os governos de Menem e De la Rúa, prometendo prioridade para a produção, a justiça, a educação, o trabalho, a igualdade e a saúde (sintetizado pelos slogans publictários “Un país en serio” e “Primero Argentina”). Alguns analistas indicam que a campanha de Kirchner foi, em grande parte, influenciada pela eleição de Luís Inácio Lula da Silva no Brasil, um ano antes. Não é desprezível, também, o apoio de Duhalde e a promessa de manter o ministro da economia, Roberto Lavagna, com uma imagem positiva perante a sociedade.

Nas eleições de 27 de abril de 2003, a Frente para la Victoria (de Kirchner) obteve 22% dos votos, em segundo lugar, atrás de Menem que recebeu 24,3% dos votos válidos. Antes do segundo turno das eleições, previsto para 18 de maio de 2003, Kirchner visitou o presidente brasileiro, Lula, e o do Chile, Ricardo Lagos Escobar, declarando suas intenções de fortalecer o Mercosul, e declarou que mantinha com orgulho as convicções políticas que havia sustentado no passado.

Pesquisas de intenção de voto indicavam entre 60 e 70% de preferência para o governador de Santa Cruz, o que foi interpretado nem tanto como um apoio explícito aos méritos próprios de Kirchner, mas como uma rejeição a possibilidade de Menem presidir novamente o país. Em 14 de maio, Menem, após uma série de rumores e desmentidos, renunciou a candidatura, o que automaticamente converteu Kirchner em presidente eleito. Muitos analistas denunciaram a manobra de Menem, que, além de evitar uma derrota esmagadora, teve também a intenção de enfraquecer Kirchner, que ascendeu a presidência com a menor votação da história da Argentina.
Presidência da república

Néstor assumiu em 25 de março de 2003, e manteve o ministro da economia de Duhalde, Roberto Lavagna, e outros membros do gabinete de seu antecesor. A política econômica do governo de Kirchner continuou as linhas estabelecidas por Lavagna, mantendo a desvalorização da moeda mediante uma forte participação do Banco Central na compra de divisas, impulsionando as exportações e levando a um crescimento econômico com taxas próximas de 10% do PIB. Em novembro de 2006 as reservas internacionais subiram acima de 30 bilhões de dólares, o desemprego baixou para 10% e a pobreza se manteve em 33,5%.

Kirchner e Lula, março de 2004.

Kirchner manteve uma relação verbal conflituosa com o FMI, ainda que tenha optado, a exemplo de Lula, presidente brasileiro, pelo pagamento antecipado da totalidade da dívida com este organismo internacional (mais de 10 bilhões de dólares). Assim, apesar das declarações públicas, o governo de Kirchner foi o que mais pagou dívidas ao FMI em toda a história argentina.

Os críticos à política econômica do governo argumentam que o alto crescimento se deve mais a uma tendência mundial do que a particularidades argentinas. A esquerda sustenta que a recuperação econômica não poderia se manter não fosse a queda do poder de compra do salário mínimo (o salário real na Argentina se encontra em seu pior nível histórico). O início do crescimento em 2002 foi rotulado por seus adversários, inicialmente, de "veranico". Depois de "rebote de gato morto", e como continuasse, "longo rebote" e, mais recentemente, como "armadilha do crescimento". Entretanto, a Argentina continua crescendo mais de 8% ao ano desde 2003. Crescimento do PIB, Argentina - 2003-07: 8,8%, 9,0%, 9,2,%, 8,5%, 7,4%.
Kirchner fez uma crítica pública às violações dos direitos humanos durante a última ditadura militar (de 1976 à 1983, inicialmente encabeçada pelo general Jorge Rafael Videla) e convidou para fazer parte do governo membros de organismos de Direitos Humanos, o que lhe rendeu críticas tanto da direita (que o acusam de “evitar a reconciliação nacional”) quanto da esquerda (que acusam estas ações como encobertadoras do “carácter represivo do próprio governo Kirchner”).

Néstor Kirchner e Maradona, em 12 de agosto de 2004.
Nas últimas eleições legislativas (em outubro de 2005), Kirchner obteve maioria a nível nacional e conseguiu suplantar Duhalde no controle do aparato político da Grande Buenos Aires. Isto se refletiu no governo federal, principalmente na sustituição de Roberto Lavagna por Felisa Miceli no Ministério da Economia. A oposição questiona o fato de que, apesar de ter maioria de ambas câmaras do Congresso, Kirchner tem preferido, em diversas ocasiões, fazer uso das faculdades legislativas do poder executivo, legislando através deste ao invés de seguir os trámites ordinários previstos para a sanção de leis. Da posse até maio de 2006, Kirchner enviou apenas 136 projectos de lei ao Congresso, enquanto 201 foram sancionadas por decretos de necessidade e urgência. A estatística mostra, assim, 67 decretos por ano, contra 54,5 de Carlos Menem, até então o presidente que mais tinha feito uso desta prática.
Após a presidência

Cristina Kirchner foi eleita presidente da Argentina no dia 28 de outubro de 2007. Assim sendo, Néstor se tornou o primeiro primeiro-cavalheiro da Argentina em 10 de dezembro de 2007, data em que Cristina foi empossada como a primeira mulher eleita presidente de seu país.
Morte

Faleceu em decorrência de uma parada cardiorespiratória na cidade turística de El Calafate, na Província de Santa Cruz, na manhã do dia 27 de outubro de 2010.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Serie - Band Of Brothers

Dados da Série
Título Original: Band of Brothers
Título Traduzido: Band of Brothers
Gênero: Drama/Ação/Guerra
Duração: 60min Episodio e 600min total
Episódio: 10
Data de Lançamento: 2001
Direção: Tom Hanks e Steven Spielberg

Sinopse
Uma das minisséries de maior sucesso da HBO, a mais cara já produzida até então, Band of Brothers coloca o telespectador dentro do universo da Segunda Guerra Mundial, enquanto mostra de perto a saga da lendária Companhia Easy, formada por soldados que se distinguem pela coragem, sacrifício, camaradagem e heroísmo na defesa de seus ideais.

Em dez episódios, acompanhamos desde o treinamento pesado dos militares, que começa em 1942, a sua chegada de para-quedas na França no Dia-D, em 1944, as suas ofensivas sempre na linha de frente do batalhão, até a tomada, em 1945, do refúgio de Hitler.
Ao início de cada episódio, há o depoimento de veteranos da Companhia Easy, cujas experiências estão traduzidas neste drama, que mostra os momentos mais importantes vividos por cada um soldados.
Além disso, grandes nomes produzem a minissérie, garantindo sua qualidade: Tom Hanks e Steven Spielberg, ambos em seu primeiro trabalho para a televisão.

Trailer:


Informações
Tamanho: 230MB em Média e 2,47 GB total
Resolução: 640 x 380
Frame Rate: 24 fps
Formato: DVDRip
Qualidade de Áudio: 10
Qualidade de Vídeo: 10
Vídeo Codec: RMVB
Áudio Codec: Mp3
Idioma: Inglês
Legenda: Português

Download:
Parte 1 Currahee
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Parte 2 Day of Days
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Parte 3 Carentan
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Parte 4 Replacements
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Parte 5 Crossroads
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Parte 6 Bastogne
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Parte 7 The Breaking Point
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Parte 8 The Last Patrol
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Parte 9 Why We Fight
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Parte 10 Points (Series Finale)
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Atualidades 65 - Vinte anos depois, diferenças ainda dividem a Alemanha

 
Durante quase três décadas, a Alemanha viveu uma condição tão surreal que parecia digna de roteiro dos filmes alemães dos anos 1920, como O Gabinete do Dr. Caligari ou Nosferatu. Após os nazistas perderem a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o país foi dividido em dois, com nomes, bandeiras, moedas, hinos, tudo diferente.

E, pior, quem estava de um lado da fronteira não podia atravessar para o outro para rever os parentes ou amigos. Os alemães do lado Leste, o "primo pobre", eram impedidos de sair por um muro de 155 km de extensão que cortava a capital, Berlim, ao meio.

O lado Oeste, rico e democrático, recuperou-se do fim da guerra, mas no outro, a situação ficou bem diferente. Faltavam artigos de primeira necessidade e o povo era oprimido por uma das polícias secretas mais eficientes do mundo, a Stasi.
A queda do Muro de Berlim (construído em 1961 e derrubado em novembro de 1989) foi um dos maiores eventos do século 20. Em uma noite, os alemães derrubaram o muro que cindia o país em dois, dando fim à Guerra Fria e início à queda dos regimes comunistas no Leste Europeu e ao mundo globalizado.

Onze meses depois, em 3 de outubro de 1990, ocorreu a reunificação da Alemanha, por meio de acordos. Nesta data, a antiga República Democrática Alemã (RDA), ou Alemanha Oriental, foi dissolvida e o território anexado à República Federal da Alemanha (RFA), ou Alemanha Ocidental, pondo fim à divisão do país.

Nascia, ali, a maior potência econômica da Europa, que, apesar disso, ainda luta para se reconciliar com o passado. Após 20 anos, a Alemanha permanece dividida econômica, social e politicamente. O Leste, da antiga RDA, continua defasado em relação ao Oeste, o que mostra que o processo de reunificação ainda não terminou.

Império Alemão

A Alemanha não existia antes de 1871. Após a derrota do imperador francês Napoleão Bonaparte , em 1815, o antigo Sacro Império Romano-Germânico foi dividido pelo Congresso de Viena em 39 Estados soberanos.

Em comum, esses povos compartilhavam a mesma raiz cultural e língua alemã, além da economia predominantemente agrária e política feudal. Os reinos dominantes eram a Prússia, governada pelos Hohenzollern, e a Áustria, dos Habsburgos.

A primeira tentativa de unificação dos reinos aconteceu em 1848. Neste ano, ocorreram revoltas populares por toda a Europa contra as monarquias absolutistas. Contudo, os monarcas da Prússia e da Áustria conseguiram se manter por mais tempo no poder, adiando a unificação.

Nos anos seguintes, foi o próprio governo da Prússia, mais desenvolvida e industrializada que a Áustria, que liderou o movimento de unificação. Para isso, foi fundamental o apoio de setores da burguesia.

Quando o rei Guilherme 1º assumiu o trono, em 1862, ele nomeou o primeiro-ministro Otto von Bismarck para iniciar o processo. Mas foram necessárias três guerras contra a Dinamarca, Áustria e França, ao fim das quais, em janeiro de 1871, Guilherme I foi coroado primeiro kaiser (imperador) do Império alemão (1871-1918).

O império unificou a Alemanha em um Estado moderno, como exceção da Áustria. Seguiu-se um período de expansão colonialista e crescimento econômico, que terminou com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Derrotada na guerra, a Alemanha sofreu uma revolução que depôs o imperador Guilherme II e proclamou a República de Weimar (1919-1933).

Porém, a situação do país era precária no pós-guerra, principalmente pelas condições impostas pelo Tratado de Versalhes. O ambiente, por outro lado, era propício para inflamar o sentimento nacionalista dos alemães, e, assim, levar ao poder o partido nazista de Adolf Hitler , que desencadearia a Segunda Guerra Mundial.

Muro de Berlim

O fim da segunda guerra, mais uma vez, deixou a Alemanha derrotada e em ruínas. Em 1949, a nação foi dividida em duas áreas de regimes políticos e econômicos diferentes. O lado ocidental era controlado pelos Aliados, enquanto o lado oriental ficou com a antiga União Soviética. Berlim, a capital, também tinha seu lado ocidental e oriental.

Logo as divergências sociais entre as duas Alemanhas se tornaram evidentes. O Oeste capitalista progredia, ao passo que no Leste havia escassez de produtos e liberdade. Por isso, eram constantes as fugas de alemães para a parte ocidental.

Para conter as fugas foi construído, em 13 de agosto de 1961, um muro dividindo o país, transformando a RDA numa prisão para 17 milhões de alemães.

Já ao final dos anos 1980, a situação dos regimes comunistas era insustentável no Leste Europeu. Prevendo isso, o líder soviético Mikhail Gorbatchev (1985-1991) iniciou duas reformas, uma política (a glasnost), e outra econômica (a perestroika). As duas juntas levaram à dissolução da União Soviética em 1991.

Sem o apoio militar dos soviéticos para conter as revoluções, os governos comunistas na Europa começaram a cair um por um. Primeiro a Polônia, por meio de eleições gerais em 1988. No ano seguinte foi a vez da Hungria, com uma abertura promovida pelo próprio governo.

Com as fronteiras sendo abertas aos poucos, ficou impossível para a Alemanha Oriental sustentar o muro por mais tempo. Os protestos cresciam por todo país, até que, finalmente na noite de 9 de novembro de 1989, o muro veio abaixo.

Dissolução

No ano seguinte, em 18 de março, foram realizadas as primeiras eleições livres na RDA, com o tema da reunificação dominando os debates. A essa altura, o país já se esfacelava, o que obrigou o governo a fazer uma equiparação monetária, tornando o marco a moeda oficial também no Leste.

Foram assinados dois tratados antes da reunificação: um entre as Alemanhas e outro com as potências estrangeiras de ocupação, o Tratado "2 + 4", que devolvia ao país sua soberania. Em 3 de outubro de 1990, após votação na Câmara Popular, o governo da RDA reconheceu a dissolução do país e sua integração à República Federal da Alemanha.

Depois das comemorações, os alemães começaram a enfrentar as dificuldades. Era preciso integrar a população do lado oriental, que, sem qualificação, não conseguia emprego ou bons salários. Outro problema foi a ascensão de grupos neonazistas.

Hoje, o lado Leste ainda é mais pobre que o Oeste. De acordo com o governo, a renda anual per capta dos alemães da antiga RDA é quase 5 mil euros (R$ 11.550) menor. As taxas de desemprego também são maiores e os indicadores sociais, piores no antigo lado comunista. E mesmo a representação política no Leste, que possui um quinto da população, é menos expressiva. A sensação é de que a reunificação ainda não se completou.




Direto ao ponto volta ao topo
Há 20 anos, em 3 de outubro de 1990, ocorreu a reunificação da Alemanha. Nesta data, a antiga República Democrática Alemã (RDA), ou Alemanha Oriental, foi dissolvida, e o território anexado à República Federal da Alemanha (RFA), ou Alemanha Ocidental, pondo fim à divisão do país.

Foram quase três décadas com o país dividido. O lado Oeste, sob controle dos Aliados, era rico e democrático, enquanto no Leste, dos comunistas, havia escassez de produtos básicos e vigilância pela polícia secreta. Para impedir a fuga de alemães para o lado Ocidental, foi construído o Muro de Berlim em 13 de agosto de 1961.

No final dos anos 1980, o líder soviético Mikhail Gorbatchev (1985-1991) iniciou reformas políticas e econômicas que levariam ao fim da União Soviética em 1991. Com a abertura do regime, o muro foi derrubado na noite de 9 de novembro de 1989. Em seguida, os alemães começaram a negociar a reunificação do país.

Passados 20 anos da reunificação, a Alemanha permanece dividida econômica, social e politicamente. O Leste, da antiga RDA, continua defasado em relação ao Oeste, o que mostra que o processo de reunificação ainda não terminou.


Saiba mais

  • 1989: O ano que mudou o mundo (Zahar): livro do jornalista Michael Meyer que defende a tese de que a queda do muro foi precipitada mais por agentes individuais, como políticos do próprio Partido Comunista.
  • O Muro de Berlim: um mundo dividido- 1961-1989 (Record): livro do historiador Frederic Taylor sobre o panorama da política mundial que favoreceu a construção e queda do muro .
  • A reunificação da Alemanha (UNESP): análise do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira sobre a queda dos regimes comunistas no Leste Europeu.
  • Alemanha: da divisão à reunificação (Ática): obra de Serge Cosseron que compreende a Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial até a reunificação, no início dos anos 1990.
  • Um campo vasto (Record): romance de Gunter Grass, escritor alemão, ambientado na Alemanha entre a queda do Muro de Berlim e a reunificação.
  • A Vida dos Outros (2006): ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro, expõe os bastidores do esquema de vigilância e clima de desconfiança criado pela polícia secreta da RDA.
  • O segredo de Berlim (2006): filme estrelado por George Clooney e Cate Blanchett sobre um correspondente de guerra americano que reencontra a ex-amante em Berlim, logo após o fim da Segunda Guerra.
  • Adeus, Lenin! (2003): longa bem humorado sobre uma alemã que entra em coma antes da queda do muro de Berlim e, quando acorda, com a Alemanha reunificada, a família tenta impedir que ela descubra o fim do comunismo.
  • Funeral em Berlim (1966): Michael Caine interpreta um agente secreto inglês que vai a Berlim Oriental ajudar um general a desertar, usando como disfarce um falso funeral.
  • Cortina rasgada (1966): filme de Alfred Hitchcock sobre um cientista americano que tenta desertar para a Alemanha Oriental, em busca de fundos para seu projeto.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sugestão de Leitura - Uma Breve História do Mundo – Geoffrey Blainey

Como vão leitores famintos ! Hoje gostaria de deixar uma indicação de leitura que apesar de ser um livro sobre História, escrito por um historiador, não se mostra, na verdade, cansativo e maçante como muitas outras obras escritas pelos “especialistas” da História.
Considerado um “Best-seller Internacional”, o que na maioria das vezes não quer dizer muita coisa, o livro Uma Breve História do Mundo, que me foi presenteado no ano passado por duas amigas, se mostrou, após a sua leitura, cumpridor da promessa que o próprio autor faz sobre a sua obra; a saber: “é como ver a paisagem pela janela de um trem em movimento”, de fato, o que você vai encontrar neste livro não lhe exige muito como leitor, apenas “ver a paisagem”.

Mas nem por isso essa obra deve ser descartada. Penso que ela pode ser útil para a aquisição de um panorama geral dos principais temas históricos, principalmente para aqueles que, por não gostarem, ou por não quererem, não vão se debruçar de forma minuciosa sobre eventos que marcaram as gerações passadas. Neste sentido penso, também, que a leitura deste livro pode ser muito útil para o Vestibulando, afinal, a quantidade de informação e de matéria que este deve estudar é imensa, e esta obra pode ajudar a “descomplicar” um pouco esta tarefa titânica !

Mas antes de encerrar a minha indicação, gostaria de fazer uma ressalva. A maior qualidade deste livro, ser sintético, é também um de seus maiores defeitos! Pois como todos aqueles que gostam de estudar História sabem, contar um fato resumidamente é fazer “perder” toda uma diversidade de análises que este mesmo fato proporciona quando estudado de vários pontos de vista; diversidade esta que neste livro, é óbvio, não aparece. Além disso, por se tratar do ponto de vista do autor sobre a História do Mundo, UFA!, ele acaba, por vezes, sendo parcial e até mesmo preconceituoso com alguns fatos históricos. Como quando ele diz que “o marxismo, durante um tempo, foi uma religião alternativa poderosa” ! Tratar o Marxismo como religião é, no mínimo, desconhecer, ou quem sabe mesmo até odiar, as idéias do comunismo !

Atualidades 64 - Dengue Registra Número Recorde de Casos em 2010

Dengue registra número recorde de casos em 2010 Apesar de ainda estarmos entrando no verão, época propícia para proliferação do mosquito da dengue, no primeiro trimestre de 2010 foram registrados no país 447.769 casos da doença. Número este divulgado pela Secretaria da Vigilância Sanitária e Saúde e que representa um aumento de cerca de 80% em relação ao mesmo período do ano passado.
As regiões que apresentaram maior número de casos de dengue no primeiro trimestre foram a Sudeste (mais de 173 mil casos), a Centro-Oeste (163,5 mil casos) e a Norte (56,5 mil casos). O número de pessoas que contraíram a dengue na região Norte aumentou 47%, comparando com o mesmo período do ano anterior.
Os números assustam a população que acredita que a situação esteja controlada. Com a chegada do verão a proliferação do mosquito tende a ser ainda maior e, por isto, diversos cuidados são extremamente importantes.
Prevenção
A ação mais simples para se prevenir a dengue é evitar o nascimento do mosquito. Para isto, é preciso eliminar os lugares que eles escolhem para a reprodução. A regra é não deixar a água, mesmo quando limpa, parada em qualquer tipo de recipiente.
Como a proliferação do mosquito é rápida é importantíssimo que a população colabore para interromper o ciclo de transmissão e contaminação. Segundo dados oficiais, em apenas 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas.
Por este motivo é bastante importante manter recipientes, como caixas d’água, barris, tambores tanques e cisternas, devidamente fechados e não deixar água parada em locais como: vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores, além de outros locais em que a água da chuva é coletada ou armazenada.
O ovo do mosquito pode sobreviver até 450 dias, mesmo se o local onde foi depositado o ovo estiver seco. Caso a área receba água novamente, o ovo ficará ativo e pode atingir a fase adulta em um espaço de tempo entre 2 e 3 dias. Por isso é importante eliminar água e lavar os recipientes com água e sabão.
Modo de transmissão
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti infectados com o vírus transmissor da doença.
A transmissão nos mosquitos ocorre quando ele suga o sangue de uma pessoa já infectada com o vírus da dengue. Após um período de incubação, que inicia logo depois do contato do pernilongo com o vírus e dura entre 8 e 12 dias, o mosquito está apto a transmitir a doença.
Nos seres humanos, o vírus permanece em incubação durante um período que pode durar de três a 15 dias. Só após esta etapa, é que os sintomas podem ser percebidos.
É importante destacar que não há transmissão através do contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia. O vírus também não é transmitido através da água ou alimento.
As formas em que a doença se apresenta
O vírus da dengue pode se apresentar de maneira diferente, que vai desde a forma inaparente, em que apesar da pessoa estar com a doença não há sintomas, até quadros de hemorragia, que podem levar o doente ao choque e ao óbito.
- Infecção Inaparente
A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma.
- Dengue Clássica
Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas.
Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.
- Dengue Hemorrágica
Inicialmente se assemelha à Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença, surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas.
Na dengue hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam, a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
- Síndrome de Choque da Dengue
A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.
Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Caminho Rumo às Melhores Universidades do Planeta

Entenda as regras de seleção de alunos das principais instituições norte-americanas e britânicas. E confira depoimentos de estudantes que estão lá.

Cerca de 24.000 brasileiros estudavam em universidades estrangeiras em 2009, boa parte deles em cursos de graduação, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em países centrais, como Estados Unidos e Grã-Bretanha, a presença brasileira é crescente. A procura por instituições de ensino superior nessas nações subiu 15% neste ano, segundo o Departamento de Estado norte-americano e o British Council, órgão britânico de promoção de educação e cultura. Parte desses brasileiros procura instituições de ponta. Algumas delas figuram nas primeiras posições do ranking de melhores universidades do mundo organizado pela publicação britânica Times Higher Education. É o caso de Harvard (número 1 da lista), Stanford (4ª), MIT, o Massachusetts Institute of Technology (3º), e Oxford (6º).

Conversando com alguns brasileiros que esmeram seus conhecimentos nesses centros de excelência intelectual, soubemos como eles conseguiram a senha de acesso para driblar a concorrência e ingressar nas mais prestigiadas instituições do planeta. Foram reunidas também informações acerca do processo formal de seleção para a admissão, que mostra quais são as exigências dessas escolas. Enfim, são dicas para quem quer chegar lá.

Em resumo, pode-se dizer que o processo de seleção das universidades estrangeiras é rigoroso, muito rigoroso. Acostumadas a promover o conhecimento em alto nível, essas instituições procuram os melhores cérebros do planeta para perpetuar sua fama. E até pagam para que eles estejam lá. Consequentemente, a disputa por uma vaga é acirradíssima. Por isso, é claro, o candidato deve se preparar para conquistar o seu lugar. Somar notas altíssimas durante os três anos do ensino médio e apresentar médias elevadas nos exames de proficiência são fundamentais. Mas isso não é tudo.

Além de exigente, o processo de seleção não avalia apenas o desempenho acadêmico do candidato. Conseguem se destacar dos demais, os estudantes que possuem qualidades para além do currículo escolar. Pode-se dizer que as universidades de ponta procuram gente que tem algo a acrescentar ao mundo. Daí, os candidatos serem instados a apresentar redações em que expõem sua visão do mundo - e, por vezes, seu projeto para atuar nele. É algo inesperado para os estudantes brasileiros, acostumados a responder questões de vestibular. O caráter de tal processo de seleção provoca um comentário curioso por parte da brasileira Susan Gabrielle, aluna de ciências políticas do MIT: "As melhores instituições estrangeiras de ensino superior não têm necessariamente as mentes mais brilhantes, mas as mais apaixonadas", diz.

Entre tantos exames e documentos, o processo de admissão pode ser extenuante para um estudante brasileiro familiarizado com o tradicional vestibular. Mas o esforço vale a pena. E os brasileiros já perceberam isso. "Não são apenas as estatísticas que mostram que cresce o interesse do brasileiro pelas universidades estrangeiras de ponta. Nosso contato com esses estudantes em feiras realizadas em todo o país nos diz a mesma coisa", afirma Rodrigo Gaspar, gerente de marketing e comunicação do British Council.

Algumas razões ajudam a explicar o interesse crescente dos candidatos locais. "A principal delas é a aliança entre evolução da economia e a percepção de que a educação é a ferramenta decisiva para o desenvolvimento profissional", afirma Gustavo Ioschpe, economista, especialistas em educação e colunista da Revista VEJA. Gaspar, do British Council, adiciona: "Existe uma percepção cada vez maior de que é preciso se diferenciar no mercado de trabalho. E um curso no exterior proporciona isso."

Os avanços tecnológicos também participam desse processo. “As informações circulam mais facilmente no mundo globalizado. As pessoas estão tendo conhecimento mais cedo das oportunidades", diz Andreza Martins, coordenadora nacional do EucationUSA, órgão do governo norte-americano que se dedica a aproximar candidatos e universidades americanas. "Com telefone e internet à mão, os pais já não se sentem tão apreensivos com os filhos tão distantes." Aos estudantes que ousam, portanto, mãos à obra.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Atualidades 63 - Saiba mais sobre a Super Bactéria KPC

A superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), que pode ter causado 18 mortes no Distrito Federal neste ano, já circula por UTIs de grandes hospitais de São Paulo desde 2008. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Só no Hospital das Clínicas, foram 70 casos no período. A situação preocupa porque não há antibiótico capaz de contê-la. Ao mesmo tempo, ela encontra terreno fértil para a proliferação nos hospitais por falta de higiene. O alerta é de Artur Timerman, 57, um dos infectologistas mais conceituados no país.

"Se você vai a qualquer um dos grandes hospitais de São Paulo, público ou privado, vai ver que o índice de lavagem de mãos não chega a 40%", diz o chefe do serviço de controle de infecções hospitalares do hospital Edmundo Vasconcelos. Timerman também atua no Dante Pazzanese e no Albert Einstein. No Brasil, os primeiros registros de KPC são de 2005, em São Paulo.

A KPC surgiu em 2000 nos Estados Unidos depois de uma mutação genética. No Brasil, já foram registrados seis casos desde 2006. A bactéria pode causar infecções urinária e intestinal e pneumonia. Há risco de morte principalmente porque a maioria das pessoas infectadas já está doente. Ela é muito resistente, mas três antibióticos têm sucesso no tratamento.

Transmissão, sintmas e cuidados – Não existem sintomas característicos da infecção pela KPC. Ela se manifesta com os sintomas normais de uma infecção: febre, dores na bexiga (se for o caso de uma infecção urinária), tosse (se for uma infecção respiratória).

A bactéria KPC propaga-se pelo contato intra-hospitalar. Essa bactéria não voa, não passa pelo ar. Um médico que manipula a saliva de um paciente e não higieniza bem as mãos pode passar essa bactéria para outra pessoa com um simples aperto de mão. Outra possibilidade de contágio é a má higienização de equipamentos que podem ser usados por outros pacientes.

Lavar as mãos com água e sabão ou álcool gel e usar aventais e máscaras ao examinar o paciente são medidas simples e eficazes para evitar a disseminação da bactéria. Visitantes também devem lavar as mãos antes de entrar nos leitos e evitar circular pelas dependências da unidade de saúde. Existe uma diferença entre estar colonizado e estar infectado.



Anvisa discute medidas contra a superbactéria KPC
Agência se reúne com microbiologistas e infectologistas para debater infecções hospitalares
22 de outubro de 2010 | 15h 21
Agência Brasil

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza nesta sexta-feira, 22, em Brasília, uma reunião com microbiologistas e infectologistas de todo o País para discutir infecções hospitalares provocadas por bactérias resistentes a antibióticos. O encontro ocorre das 9h às 17h, na sede da Anvisa, no Setor de Indústria e Abastecimento.
Veja também:
Contaminações por superbactéria no DF aumentam 70% em 2 semanas
Na ocasião, os especialistas debatem os recentes casos de infecção provocados pela Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), enzima que tem funcionado como novo mecanismo de resistência em algumas bactérias. Em pauta, ainda, estão medidas de contenção e prevenção de novos casos, padronização de conceitos, diagnóstico, métodos de identificação desses micro-organismos, seleção de laboratórios estaduais de referência e fluxos de notificação das infecções.
Participam da reunião integrantes da Comissão de Assessoria Técnica em Resistência Microbiana nos Serviços de Saúde (Catrem), da Anvisa; da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde (Cglab); e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs); além de representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Filme - Conrack


Sinopse: Ilha de Yamacraw, Carolina do Sul, março de 1969. O branco Pat Conroy (Jon Voight), que no passado fora racista, chega para ser professor numa escola que tem como alunos crianças negras pobres. Na verdade toda a ilha é habitada por negros pobres, com exceção de um comerciante, que tem um pequeno negócio. A sra. Scott (Madge Sinclair), a diretora da "escola" - que é pouco mais de uma cabana - só o chama de Patroy e seus alunos de Conrack não conseguem dizer Conroy, pois no isolamento criaram seu idioma. Eles são analfabetos, não conseguem contar e nem sabem em qual país vivem. Pat tenta trazer uma educação de melhor nível, mas o primeiro obstáculo é a sra. Scott, pois chama os alunos de lentos e preguiçosos, acabando com a auto-estima deles. Além disto, ela crê que a única forma de educá-los é no chicote. Pat responde jogando fora o livro de regras e lições pedagógicas. Os estudantes respondem avidamente quando ele toca música clássica, lhes mostra filmes, lhes ensina a nadar e explica a importância de escovar os dentes. Porém o chefe de Pat, o sr. Skeffington (Hume Cronyn), que mora numa cidade próxima, está insatisfeito com os métodos de Pat, que não tem medo de dizer que racismo é em grande parte culpado pela negligência dos estudantes.



Informações
EUA: 1974, 107 minutos
Áudio: Inglês
Legenda grande em português
Direção: Martin Ritt
Boa qualidade
Roteiro: Irving Ravetch e Harriet Frank Jr.,
baseado no livro de Pat Conroy
Tamanho: 95.78 Mb Cada parte
Trailer:


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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Atualidades 62 - G-20 e Aumento da Participação de Emergentes no FMI

O G-20 (grupo dos 20) é um grupo que consiste nas 19 maiores potências do mundo, junto com a União Européia.
g-20
O G-20, que substituiu o G33 (que por sua vez havia substituído o G22), foi criado na reunião de cúpula do G7 (actual G8) em Colónia em junho de 1999, mas estabelecido formalmente na reunião de ministros de finanças em 26 de setembro de 1999. A reunião inaugural ocorreu em 15 e 16 de dezembro de 1999 em Berlim. O G20 foi dado como um novo fórum para cooperação e consulta nas matérias pertencentes ao sistema financeiro internacional. Estuda, revisa e promove a discussão entre os principais países industriais e emergentes do mercado das edições de política que pertencem à promoção da estabilidade financeira internacional, e procura dirigir-se às edições que vão além das responsabilidades de toda uma organização. A sociedade do G-20 compreende os ministros de finanças e os reguladores dos bancos centrais do G7 e de outros 12 países chaves, além do Banco Central Europeu.

g-20mapa
Site oficial do G-20 (em inglês): https://www.g20.org/index.aspx
Veja infográfico do Estadão sobre dados do G-20 (muito interessante): 
http://www.estadao.com.br/especiais/g-20-e-a-crise,52446.htm

Em Pittsburgh, bloco anuncia transferência de 5% das cotas do fundo para países em desenvolvimento

PITTSBURGH - A cúpula do G-20 decidiu em  25/09/2009, transferir “pelo menos 5%” das cotas de participação do Fundo Monetário Internacional (FMI) aos países emergentes e em desenvolvimento, anunciou o diretor-gerente do bloco, Dominique Strauss-Kahn. A declaração final do encontro também inclui o compromisso de impulsionar reformas que permitam um crescimento “sustentado e equilibrado” para o século XXI, e avalia que os esforços coordenados para estabilizar os mercados e prevenir colapsos monetários globais funcionaram.
g20
Os Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China – pediam a transferência de 7% das cotas dos países desenvolvidos no FMI para os emergentes e 6% da participação no Banco Mundial – ou seja, um pouco mais do que está sendo oferecido. O principal alvo era a participação dos europeus, que estão “super-representados” no fundo em relação a seu peso na economia mundial – os Estados Unidos estão relativamente equilibrados. 

No comunicado divulgado ao final da reunião de dois dias em Pittsburgh, os chefes de Estado do grupo ainda afirmaram que lançarão uma nova estrutura que definirá regras mais rígidas aos bancos até 2012. Para impulsionar as reformas, o G20, segundo a declaração final, se constituirá no “principal fórum de cooperação econômica em nível internacional”, uma iniciativa que vai de encontro ao G-8, que
assumiu esse papel nos últimos 30 anos.
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‘Papel excepcional’
O G-20 passa a cumprir papel excepcional na nova ordem econômica mundial, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista após a conclusão do encontro. Lula afirmou que isto não significa que o G-8 acabou, mas significa que o G-20 está agora consagrado como o fórum que vai discutir os assuntos econômicos mundiais.
O Grupo dos 8, ou G-8, é composto pelos EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão, Canadá e Rússia. O G-20 integra as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Lula avaliou que a reunião desta sexta foi a mais importante já realizada no âmbito do G-20.
No encontro de Washington, em 2008, o presidente afirmou que o primeiro degrau havia sido ultrapassado. Na reunião de Londres, este ano, ele ponderou que havia ceticismo público sobre as áreas em que o G-20 poderia avançar. E, neste último encontro, houve consagração do G-20 como fórum institucional para cuidar de questões econômicas, acrescenta Lula, destacando o aumento da participação dos emergentes nos órgãos econômicos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sugestão de Leitura - O Mundo de Sofia – Jostein Gaarder

Para a estréia de nossa seção de sugestões semanais, nada mais, nada menos, um livro que nos ensina a pensar; imagine se um dia você começasse a receber cartas anônimas, com perguntas do tipo “Quem é você?”, “De onde você vem?” ou “Como começou o mundo?”, e a partir desse momento você descobrisse o quão pouco sabemos sobre este mesmo mundo em que vivemos. É isso que acontece com a personagem do livro, Sofia Amudsen, uma menina que começa a receber essas estranhas cartas.

Em O Mundo de Sofia, obra de maior expressão de Jostein Gaarder, somos levados a uma viagem através da história da filosofia e, subitamente, percebemos que algo tão distante e misterioso, pode tornar-se essencial para nossa existência.
Desde Demócrito com a teoria do átomo, até Darwin com a sua teoria da evolução das espécies, passando por Sócrates, Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, René Descartes, Spinoza, Marx, Hegel e outros, conhecemos não apenas a vida desses grandes gênios do passado e suas teorias, mas também entendemos melhor a nós mesmos e aprendemos a pensar de forma muito diferente sobre tudo que nos cerca. Afinal, é comum as pessoas deixarem, já muito cedo, de se admirar pelo mundo que vêem. Isso porque ao criamos nossas verdades, passamos a ter pouco tempo para pensar se as mesmas são ou não tão verdadeiras assim ! É o mundo dito “pós-moderno” que engole o sujeito pensante transformando-o, como diria Zaratustra, em um mero “espírito camelo”.

É por isso que a leitura desse livro é válida. Quem sabe após ele você possa deixar o conforto da pelugem macia do coelho e passe o olhar tudo a partir do topo de seus pelos ! Não entendeu nada ? Então leia o livro, acho que você vai gostar !!

Como Organizar sua Rotina de Estudos


Estudantes que querem se preparar melhor para os exames devem organizar um cronograma de estudos, separando os horários e os assuntos que devem ser estudados. "É importante que ele se prepare para lidar com a situação de forma eficiente", diz Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil. A organização na preparação, segundo ela, além de ajudar nos estudos, também dá mais confiança tanto a quem vai fazer o Enem quanto a quem pretende prestar vestibular.
Um cronograma, a compreensão dos pais, metas razoáveis, alimentação saudável, atividades físicas e descanso são elementos que devem fazer parte da vida do jovem que está se preparando para o Enem. "A pessoa tem que ser flexível, se organizar e saber balancear os estudos e as horas de lazer", diz Ana Maria. "[Mas] Não tem uma receita: é uma questão de a pessoa se conhecer, observar o que é bom para ela, em quais momentos ela rende mais", diz.

Cronograma

O cronograma de estudos deve priorizar as matérias em que o estudante vá gastar mais tempo -aquelas em que ele tem mais dificuldade. Segundo o professor Joe Landsberger, que tem um site com dicas de estudos em 35 idiomas, essa é uma boa estratégia: no começo, o candidato estará mais "fresco", com mais energia para a tarefa. No entanto, o estudante ao Enem não deve deixar de estudar nenhuma disciplina, já que todas serão cobradas.
O Berçário Pedagógico elaborou um cronograma para ajudar na organização. O modelo traz a divisão dos dias da semana e dos horários e foi baseado em uma planilha feita pelo professor William Douglas, especialista em concursos. No pé da tabela, é possível contar quanto tempo foi gasto em cada atividade.

Download da Planilha 

Uma maneira de definir as prioridades é utilizar o quadro abaixo, baseado em modelo idealizado pelo "guru" de gestão Stephen Covey, mostrado no blog de Roberto Caldeira . De acordo com Covey, nossos afazeres se dividem entre urgentes e importantes. Os urgentes são aqueles que se colocam na nossa frente e para os quais não conseguimos dizer não. Já os importantes são aqueles que realmente fazem diferença. Veja como dividi-los:

Estudo e intervalo

Após definir os assuntos a serem estudados, deve-se alternar blocos de estudo, com duração máxima de uma hora, e pequenos intervalos -para um lanche ou um copo de água. "Só não se pode esquecer de voltar para os estudos depois. O intervalo é uma oportunidade para se alimentar, relaxar e ganhar energia para a próxima etapa de estudos", diz Landsberger.
"Quando estuda, o jovem tem que ser realista: nossa atenção não dura 6 horas, não adianta ficar na frente dos livros quando já não estamos prestando atenção. A pausa relaxa e ajuda a focalizar novamente naquilo em que temos que nos concentrar", explica Ana Maria.
Resumos e revisões semanais também são uma boa estratégia para fixar conteúdos, segundo o professor Landsberger. O estudante pode reservar um horário por semana só para isso, adaptando as atividades de acordo com as prioridades -provas, caso o jovem ainda esteja no ensino médio. Identificar fontes que possam ajudá-lo a estudar, como pesquisas na internet ou um amigo que domine mais a matéria, é outra forma de ajuda.



Preparação e trabalho

E se o estudante também trabalhar? Os especialistas ouvidos, recomendam que esses jovens utilizem o tempo de forma inteligente, aproveitando o período que têm livre durante o transporte, ou durante o almoço, além dos fins de semana e feriados.
"Para quem trabalha é mais difícil, mas ninguém morre de estudar", diz o professor Alberto Francisco do Nascimento, coordenador do curso Anglo. Ele ressalta que a preparação tem que começar na primeira série do ensino médio. "O problema é que a maioria não estuda para aprender, estuda apenas para passar, e todo mundo fica apavorado depois. O melhor é sentar e estudar", diz.
Ele recomenda treinar com as questões dos anos anteriores e simulados, bem como fazer anotações das aulas.  "O aluno não deve só ler a matéria, deve ler, absorver e interpretar, não é só 'leitura de jornal'", afirma.